Elétrico, Ora 03 se destaca pela autonomia e equipamentos

Confira a avaliação, com os pontos positivos e negativos, do hatchback que tem 171 cv de potência e custa  R$ 184 mil

  • Foto do(a) author(a) Antônio Meira Jr.
  • Antônio Meira Jr.

Publicado em 6 de fevereiro de 2024 às 09:00

Na versão GT, o Ora 03 apresenta um visual esportivo. As rodas são de 18 polegadas
Na versão GT, o GWM Ora 03 apresenta um visual esportivo. As rodas são de 18 polegadas Crédito: Divulgação

Os carros elétricos estão em ascensão e os chineses estão se especializando nesse tipo de veículo. Diferentemente do que ocorre no Brasil, a China tem mais de 170 fabricantes de automóveis. Uma das maiores é a Great Wall Motor (GWM), que opera por meio de submarcas. No mercado nacional, começou com a Haval, que comercializa SUVs, e, posteriormente, com a Ora, que representa os modelos movidos exclusivamente a bateria.

O primeiro elétrico da marca no país é o 03, que tem duas versões: Skin, oferecido por R$ 150 mil, e a GT, que custa R$ 184 mil. Rodamos na configuração GT do Ora 03, que chama a atenção pela extensa lista de equipamentos e pelo visual, que lembra clássicos como o MINI Cooper e o Volkswagen Beetle.

A bordo do hatchback, um detalhe se destaca no canto esquerdo do quadro de instrumentos, que é digital, a autonomia. Completamente carregada, apontava uma autonomia superior a 400 quilômetros, maior que a apontada pelo Inmetro: 319 km. É claro que o alcance varia de acordo com a tocada imposta pelo motorista, valendo a velha máxima de "cavalo anda, cavalo bebe".

No caso do 03 GT, os 171 cv de potência, gerados pelo motor elétrico dianteiro, utilizam como fonte uma bateria de 63 kWh. Instalada no assoalho, a bateria é pesada, o que eleva o peso total do veículo para 1.580 kg. No entanto, o propulsor atende bem. Com 25,5 kgfm de torque, ele empurra o carro de 0 a 100 km/h em 8,2 segundos.

A dirigibilidade é agradável e o motorista consegue uma boa posição para guiar com os ajustes de altura e profundidade da coluna de direção. Para completar, o banco do condutor conta com ajustes elétricos - faltou apenas regulagem de altura para o cinto de segurança.

Tudo corria bem na avaliação, até que as chuvas da última semana revelaram um ponto negativo, que foi confirmado posteriormente em pisos de baixo atrito: o sistema de tração precisa ser melhorado. O Ora 03 não traciona bem quando há pouca aderência.

A cabine do hatch elétrico tem bons materiais e detalhes em vermelho
A cabine do hatch elétrico tem bons materiais e detalhes em vermelho Crédito: Divulgação

Outra situação desconfortável é para acessar os comandos do ar-condicionado. O painel central tem poucos comandos físicos, os demais são condensados na central multimídia. Se você estiver guiando e utilizando o CarPlay ou o Android Auto na tela do Waze, por exemplo, precisa seguir alguns passos para alterar a ventilação: sair do navegador, ir para a tela principal, clicar no ícone da marca e só depois irá aparecer o comando para ajuste do ar.

Em compensação, a GWM recheou o Ora 03 GT com teto solar panorâmico, bancos com acabamento em couro, câmera 360 graus, sete airbags e diversos equipamentos de auxílio à condução. Entre outros, o carro tem alerta e frenagem autônoma de emergência com reconhecimento de pedestres, motos e bicicletas. Com tantos itens, ficou faltando incluir um limpador para o vidro traseiro.

Sem limpador traseiro, o carro tem pouco espaço no bagageiro: 228 litros
Sem limpador traseiro, o carro tem pouco espaço no bagageiro: 228 litros Crédito: Divulgação

Na concorrência com essa versão do Ora estão modelos como: BYD Dolphin Plus (R$ 179.800), Nissan Leaf Tekna (R$ 298.490), MINI Cooper SE (R$ 269.990) e Renault Megane E-Tech (R$ 279.900). O MINI está em promoção por R$ 199.990 e o Nissan, por R$ 220.990.

HISTÓRICO CHINÊS

O Brasil está vivendo sua segunda onda de marcas chinesas, com a chegada da BYD, GWM e Seres, além da promessa da Omoda e Jaecoo para este ano. Da safra anterior, o mercado assistiu o fracasso da Geely e da Lifan, além do vexame da JAC Motors, que prometeu uma fábrica em Camaçari e fracassou. A Chery foi a única que vingou, por meio de uma associação com a brasileira CAOA.

Das recém-chegadas, a GWM saiu na frente e comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis, no interior de SP. O início da produção está previsto para maio, com um SUV híbrido, o Haval H6.