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Publicado em 18 de setembro de 2025 às 17:00
Eles são os responsáveis por transformar ciência em soluções concretas que influenciam no cotidiano das pessoas. De produtos petroquímicos a medicamentos, alimentos e cosméticos, os engenheiros químicos desempenham um papel essencial em diversos setores da economia. Em 20 de setembro, é celebrado o Dia do Engenheiro Químico, data que reconhece a importância desses profissionais para o desenvolvimento sustentável da indústria e da sociedade. >
A relevância da profissão se reflete na alta procura pelo curso de graduação. Em 2024, Engenharia Química esteve entre os 15 cursos mais concorridos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), segundo dados do Sistema de Seleção Unificada (SISU). A formação, que combina disciplinas das ciências exatas e da engenharia, atrai jovens interessados em atuar em áreas estratégicas da indústria nacional.>
Na Braskem, petroquímica global que desenvolve soluções sustentáveis da química e do plástico para melhorar a vida das pessoas, esses profissionais são protagonistas de projetos que geram benefícios econômicos e ambientais. Cerca de 90 engenheiros químicos atuam na empresa apenas nas unidades do Polo Industrial de Camaçari. Brunner de Almeida é um desses profissionais. O engenheiro químico da Braskem na Bahia conta que a paixão pela profissão nasceu após uma visita ao complexo industrial.>
Ele sempre quis fazer engenharia, mas não tinha clareza em relação a qual delas. “Conhecer o Polo de Camaçari fez meus olhos brilharem, então busquei informações e meu coração bateu mais forte para a engenharia química. Hoje, depois de tanto tempo, me sinto realizado pela escolha que fiz”, afirma Brunner, que se formou em 2008 e há 25 anos é integrante da Braskem, sendo oito como técnico e 17 como engenheiro.>
Transformações >
Outra apaixonada pela profissão é Andressa da Silva, engenheira de Segurança de Processos que há nove anos atua na Braskem, incluindo os dois anos como estagiária. “A engenharia química nos proporciona entender todo o ciclo da indústria, já que conseguimos atuar em diversos ramos. E, dentro do setor petroquímico, ao entender os efeitos daquelas reações químicas para os processos, consigo pensar em mudanças que possam aperfeiçoá-los para que seja mais sustentável, gere menos resíduos, CO2, tenha mais eficiência e um maior ganho econômico”, aponta Andressa.>
O engenheiro de produção da Braskem, Leonardo Santa Rosa, exemplifica como o trabalho do engenheiro químico pode contribuir para a melhoria contínua de uma indústria. “Implementamos um processo de redução de consumo de nitrogênio que proporcionou ganhos na ordem de R$ 2,5 milhões. Foi liderado pela colega Ludmila Baltazar, realizado por diversas mãos e premiado como o melhor projeto de melhoria contínua de 2024 na regional Bahia”, fala orgulhoso Leonardo, que se graduou em 2018 e está há sete anos na Braskem.>
Com a era digital, o profissional de engenharia química precisar se manter sempre atualizado. “Especialmente por conta das inovações tecnológicas, como a inteligência artificial. A base da engenharia química é mesma, mas os processos evoluem, são processos mais independentes e inteligentes. A I.A. vem mudando o perfil da engenharia como um todo”, adverte Andressa.>
A gerente de Pessoas & Organização da Braskem, Ana Luiza Salustino, detalha outras habilidades que a companhia costuma buscar no engenheiro químico. “A curiosidade científica e a paixão pela resolução de problemas complexos sempre esteve na base do que buscamos do engenheiro, mas, além disso, o que tem feito a diferença como critério de escolha é a proficiência na integração entre a tecnologias e a capacidade humana. Saber trabalhar colaborativamente com diferentes gerações e ‘dialogar’ com a tecnologia potencializando os resultados da empresa é essencial”, ressalta Ana Luiza.>
Os três colegas concordam que a mágica da engenharia química está na transformação. “A química é muito bonita e, quando você vai para a indústria, você vê o que leu nos livros virar realidade, como transformar gás em pó. É mágico”, exclama Andressa. “Muitas vezes, a gente precisa encontrar soluções inéditas e implementar processos que nunca foram feitos. Para isso, fazemos testes, revalidamos hipóteses, estruturamos o conhecimento e perpetuamos as informações”, acrescenta Leonardo.>