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Emprego está mais difícil para jovens e pobres. O que fazer?

Taxa de desemprego para mais pobres está em 23,1%, segundo pesquisa do Ipea

  • D
  • Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2009 às 09:25

 - Atualizado há 2 anos

O desemprego, que atingiu a taxa de 15% em julho nas seis principais regiões metropolitanas do país, tem uma face cruel: ele afeta mais a parcela de menor renda da população, em especial os mais jovens. De acordo com um estudo publicado na terça-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nas seis regiões analisadas (Salvador é uma delas) a taxa de desemprego para os mais pobres subiu 10% entre julho de 2002 e julho de 2009, passando de 21% para 23,1%.

O Ipea entende por pobres os trabalhadores cuja renda média familiar per capita não ultrapassa meio salário mínimo. Outro dado que chama a atenção é que, do quadro de desempregados, mais da metade (59,9%) é jovem, tendo entre 21 e 40 anos de idade.

Para piorar o quadro, o instituto chegou a outra conclusão perversa: mesmo estudando cada vez mais, os mais pobres continuam encontrando dificuldade para conseguir colocações no mercado de trabalho. Segundo o Ipea, 34,5% dos pobres com mais de 11 anos de escolaridade estão desempregados. “Os pobres melhoram a escolaridade, mas não conseguem se inserir no mercado de trabalho. Nos empregos de maior escolaridade, há um funil”, enfatizou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.

Rafael Almeida Rios, 24 anos, vive o paradoxo descrito por Pochmann. Ele tem o ensino médio completo e deixou o último emprego, como operador de máquinas numa empresa de alimentos, para se dedicar aos estudos. “Com a carga horária do trabalho, passava o dia inteiro fora, não conseguia mais estudar. Agora não consigo mais emprego”, diz.

Rafael pretende fazer um curso técnico para aumentar suas chances no mercado. Este é justamente um dos conselhos dado pela psicóloga e consultora em recursos humanos, Cristina Voigt, 41 anos, para o jovem de baixa renda que procura uma vaga no mercado.“Hoje há uma escassez de bons profissionais com qualificação técnica”, aponta.

Um outro fator destacado é a necessidade de experiência. “Às vezes, vale mais a pena atrasar um pouco os estudos e fazer um estágio, ou mesmo um trabalho voluntário”, orienta Virgínia Teles, também consultora em recursos humanos e psicóloga. “As empresas hoje não querem apenas conhecimento, mas o conhecimento aliado à prática”, completa.

Apesar das conclusões do estudo do Ipea, tanto os aspirantes a uma vaga quanto os especialistas em recrutamento e seleção concordam que quanto mais estudo, maiores as chances de sucesso no emprego. Quem pretende seguir esse caminho é Andrea Santana de Carvalho, 22 anos, que não consegue trabalho há mais de um ano, mesmo tendo completado o ensino médio e tendo noções básicas de inglês. “Fiz um curso profissionalizante de magistério, mas a maioria das vagas nessa área exige hoje a formação superior. Se eu quiser ter um salário digno, vou ter que fazer pedagogia”, destaca ela, sem perder a esperança.

Mais velhos também penam Apenas 11,2% do contingente de desempregados tem entre 41 e 50 anos, contra 59,9% do grupo que vai de 21 a 40 anos. Apesar de ser um problema maior entre os mais jovens, o desemprego atinge também quem já tem uma vida inteira de trabalho trilhada. Manoel Bispo Costa, de 44 anos, se encaixa nessa categoria. Com o ensino médio completo, ele ingressou no Exército e começou a trabalhar logo depois de sair, aos 19 anos. Teve emprego desde então, até o ano de 2007, quando foi demitido.

Há dois anos está desempregado. “Cheguei a ser supervisor de segurança patrimonial (vigia)”, conta Manoel, sentado num dos bancos azuis da sala de espera do Serviço Municipal de Intermediação de Mão-de-obra (SIMM). “Venho de manhã cedo, mas muitas vezes não encontro nada. Tenho muita experiência e vontade de trabalhar, mas não sei o que acontece” desabafa.

Manoel, que é ajudado pela família - a mãe, aposentada, é quem paga o colégio do filho dele, de 7 anos - deseja fazer uma faculdade. “Está muito caro, mas quero fazer. Educação é essencial”. Ele explica que, na família, quem fez curso superior se saiu melhor. “Dois sobrinhos e meu irmão mais novo fizeram faculdade. Estão todos bem empregados”.

SE LIGUE 1. EXPERIÊNCIA - Conhecimento acadêmico e técnico é importante, mas, segundo especialistas, não vale muito sem experiência. É importante procurar estágio e mesmo trabalhos voluntários.

2. FOCO - Os especialistas afirmam que as chances de ser empregado melhoram muito se o candidato tiver noção de suas melhores habilidades e investir nelas. Não adianta tentar ser tudo ao mesmo tempo.

3. DISCRIÇÃO - Nas entrevistas deemprego, é importante usar roupas discretas e adequadas. Quem deve chamar a atenção é o candidato, não sua roupa. Ir de camiseta a uma entrevista éum grande erro. 4. CURRÍCULO - O currículo é o cartão de visita do candidato. Procure colocar nele suas principais características, mas sem exageros. Uma página, com dados pessoais, acadêmicos e profissionais, é suficiente.

5. SINCERIDADE - Numa entrevista ou dinâmica de grupo, não tente se passar por algo que não é. Os recrutadores sabem quando um candidato mente ou simula uma qualidade. Aí é eliminação certa.

6. PESQUISA - É necessário aprender sobre a empresa e a vaga almejada. Consultores em recursos humanos afirmam que quem mostra interesse no que está buscando tem sempre mais chances de chegar lá.

(Notícia publicada na edição impressa do dia 24/09/2009 do CORREIO)