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Carmen Vasconcelos
Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 18:48
Abrir uma empresa no Brasil segue sendo um ato de coragem e esperança. Muitos empreendedores começam com boas ideias, paixão pelo negócio e expectativas de crescimento. Mas manter a empresa viva, e crescendo, exige mais: estrutura, planejamento, processos eficientes, gestão sólida de pessoas, finanças equilibradas e uma cultura clara. Sem esse lastro, a oscilação do mercado, os imprevistos econômicos ou uma simples adversidade já basta para colocar tudo a perder. Segundo o IBGE, cerca de 60% das empresas abertas no país não sobrevivem aos primeiros cinco anos de operação. >
Essa estatística revela algo mais do que apenas vulnerabilidade e aponta para a fragilidade da estrutura de muitos negócios logo no início: falta de gestão profissional, de disciplina financeira, de clareza cultural ou de processos organizados. Pequenas falhas estruturais no início muitas vezes se multiplicam com o tempo, criando um efeito dominó que mina a sustentabilidade da empresa.>
No atual momento, com cenários macroeconômicos desafiadores, crédito caro, competição acirrada e mudanças constantes no comportamento de clientes e colaboradores, essa fragilidade fica ainda mais perigosa. Para Marcos Freitas, CEO da Seja AP, a maior empresa de evolução empresarial do Brasil, esse contexto exige uma mudança de postura e seriedade na forma de gerir. “O Brasil vive um ciclo que vai separar, de forma muito clara, profissionais de amadores. Quem não levar a sério em 2026 vai sentir primeiro a dor do mercado", alerta.>
A seguir, ele compartilha passos práticos para quem quer atravessar o ano com segurança, competitividade e estrutura de verdade:>
1. Trate gestão como prioridade, não como reação>
“Empresário brasileiro costuma buscar ajuda só quando o problema bate na porta. Gestão não pode ser remédio: tem que ser prevenção. Se a empresa tem 20 ou 30 anos de cultura, não adianta querer mudar em 3 meses. Gestão é uma construção contínua, com diagnóstico, intervenção e disciplina semanal. Quem só cuida quando adoece paga mais caro e sofre mais", diz.>
2. Atraia, forme e retenha pessoas como sua principal estratégia>
“O maior gargalo das empresas hoje é gente, tanto tecnicamente quanto comportamentalmente. A empresa precisa ser o melhor lugar para o colaborador estar depois da própria casa. Funcionário é o primeiro grande cliente. Investir em treinamento não é custo, é sobrevivência. A mão de obra está mudando: jovens querem propósito, atenção e desenvolvimento. Quem não formar, vai perder e vai falhar", entende Marcos.>
3. Tenha uma cultura clara que oriente atitudes todos os dias>
“Cultura não é mural ou discurso bonito: é direção e comportamento. É definir quem a empresa é, a quem serve e como age diariamente. Empresa sem cultura gera desalinhamento, e desalinhamento custa caro. Quando todo mundo sabe aonde está indo e o que é inegociável, a execução acelera, os conflitos reduzem e o clima melhora. Cultura forte protege o negócio em momentos difíceis", complementa. >
4. Cresça com os pés no chão e com financeiro à frente>
“O que mais quebra empresa no Brasil é o crescimento errado: vender muito e lucrar pouco. O caixa precisa bater mais forte que o coração. Crescer sem estrutura, sem análise de margem e sem proteção de custos é pedir para quebrar. Negocie fornecedores todos os meses, revise despesas, crie orçamentos pessimistas. Quem não controla o financeiro, não controla o destino da empresa", reforça o especialista em evolução empresarial.>
5. Decida com base em indicadores, não em achismos>
“Resultado sem indicador é sorte e sorte não paga boletos. Se a empresa não tem metas, números e análises semanais, ela está dirigindo no escuro. Gestão exige disciplina: ritualizar reuniões, acompanhar indicadores e tomar decisões rápidas quando o resultado aponta o caminho errado. Métrica é gestão, e improviso é risco", alerta.>
Para Freitas, quem aplicar esses pilares aumenta significativamente as chances de crescer acima do mercado. “O empresário não controla o cenário econômico, mas controla a forma como a sua empresa enfrenta esse cenário. 2026 será difícil, mas será ainda mais difícil para quem não está preparado”, conclui Marcos Freitas.>
Com assessoria>