Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Carmen Vasconcelos
Publicado em 17 de dezembro de 2025 às 17:42
Dar feedback a um líder ainda é um desafio para muitos profissionais. O receio de soar desrespeitoso, causar desconforto ou comprometer o relacionamento com a chefia costuma impedir conversas que, na verdade, são essenciais para o crescimento mútuo e o fortalecimento da cultura organizacional. >
De acordo com uma pesquisa da Acorn Works (2025), quase 80% dos líderes seniores reconhecem que os funcionários muitas vezes precisam deixar a empresa para conquistar uma promoção ou aumento, e que apenas 29% dos trabalhadores confiam nos processos de avaliação de desempenho. Esse dado é um exemplo de como a falta de confiança nas trocas com os líderes pode impactar na retenção de talentos. >
Mais do que uma avaliação, o feedback deve ser entendido como uma via de mão dupla — um instrumento de troca e aprendizado contínuo. “Quando o diálogo é conduzido com empatia e assertividade, todos saem ganhando: líderes se tornam mais conscientes do impacto de suas ações, e equipes se sentem valorizadas e ouvidas. Ao expressar suas percepções de maneira construtiva, o colaborador contribui não apenas para o desenvolvimento do gestor, mas também para a melhoria dos processos, da comunicação interna e do clima organizacional”, comenta Polyana Macedo, gerente executiva de RPO do ManpowerGroup, consultoria global de soluções em RH. >
Um estudo do ManpowerGroup aponta que mais trabalhadores (67%) estão confiando em seus líderes, o que tem aumentado o índice de bem-estar no trabalho. Isso mostra a importância de promover um ambiente onde o diálogo franco e o feedback constante sejam práticas valorizadas e incentivadas. >
Para que o feedback ao líder seja produtivo, é importante tomar alguns cuidados. O momento e o canal escolhidos influenciam diretamente a receptividade da conversa. Ambientes reservados e tranquilos favorecem o diálogo sincero. Além disso, o foco deve estar em comportamentos observáveis, e não em julgamentos pessoais. Descrever situações específicas e o impacto que elas geraram ajuda o líder a compreender melhor a percepção da equipe. Ao mesmo tempo, apresentar sugestões e alternativas demonstra proatividade e reforça o compromisso com a melhoria contínua. >
Outro ponto essencial é a escuta ativa. O feedback deve ser encarado como uma troca construtiva, na qual o colaborador expressa suas percepções e o líder tem espaço para compartilhar seu ponto de vista. Essa troca fortalece o vínculo profissional e estimula uma cultura de confiança e transparência. >
“Dar feedback para o gestor é um sinal de profissionalismo e um passo importante na construção de relações baseadas em respeito e colaboração. Quando feito de forma estratégica e cuidadosa, o diálogo fortalece a cultura de aprendizado contínuo e torna as organizações mais adaptáveis e humanas”, reforça Polyana. >
Ao encarar o feedback como uma oportunidade de crescimento compartilhado e não como uma crítica, líderes e equipes ampliam sua capacidade de evoluir juntos, comunicar-se com clareza e alcançar resultados mais consistentes.>
Com assessoria>