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Criatividade, persuasão, cooperação, flexibilidade, inteligência emocional são as mais desejadas na hora da contratação
Carmen Vasconcelos
Publicado em 19 de abril de 2021 às 06:00
- Atualizado há um ano
Um estudo publicado recentemente pelo LinkedIn fez uma análise sobre habilidades subjetivas que estão relacionadas com a inteligência emocional das pessoas, as chamadas Soft Skill e pontuou as cinco habilidades mais valorizadas no mercado de trabalho. São elas: Criatividade, persuasão, cooperação, adaptação/flexibilidade, inteligência emocional. O Correio foi ouvir especialistas sobre como desenvolver e como explicitar essas qualidades na hora de buscar uma vaga de trabalho.
A head de inovação na Provi, fintech de financiamento estudantil de alto impacto Ana Baraldi lembra que, hoje, num mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo (VUCA), ter conhecimentos técnicos sobre uma profissão é fundamental, mas não é tudo. Afinal, para que os projetos e atividades fluam e que o ambiente seja saudável, são indispensáveis as capacidades humanas - como a cooperação, flexibilidade e inteligência emocional, por exemplo. “As soft skills também contribuem para o engajamento com a missão da empresa e para produtividade na rotina. São elas que nos diferenciam e garantem até uma visão mais disruptiva, o que promove também a inovação”, esclarece. Ana Baraldi destaca a importância das softs skills na produtividade de uma organização, especialmente num cenário disruptivo e de inovação (Foto: Divulgação) O CEO da, startup social Vamos Subir, que já beneficiou mais de 100 mil jovens talentos em todo o Brasil, Flavio Valiati lembra que se vive numa era em que as tecnologias estão mais presentes e têm otimizado tarefas cotidianas, principalmente as repetitivas e processuais, possibilitando que os humanos se tornem cada vez mais humanos. “Os executivos garantem que na hora de decidir sobre uma demissão, as soft skills influenciam mais de 40% nas decisões. Mais da metade desses executivos também apontam que não ter esse tipo de skill bem desenvolvida na equipe é um obstáculo sério para o atual funcionamento das empresas”, pontua. Valiati salienta que, historicamente, as empresas contratam currículos, competências técnicas, mas demitem pelas soft skills ou a ausência delas.
Habilidades em prática
Ele lembra que nenhuma soft skill vai se desenvolver se não for posta à prova, então é importante buscar oportunidades onde as soft skills serão fortalecidas para que o profissional e a organização possa sair melhor. “A criatividade, por exemplo, vem do repertório. Por isso quanto mais informações você consome, maior é sua capacidade de resolver problemas de maneira criativa. Olhe para os problemas da humanidade, coisas simples, e pense como as pessoas estão propondo soluções e o que você iria propor, mesmo que o problema não seja seu”, sugere.
Para reforçar a afirmativa, Valiati destaca a 'Pirâmide do Aprendizado', que traz a porcentagem de retenção em cada um dos métodos de aprendizado e dos itens com maior nível de retenção, onde a prática é responsável por 75% desse aprendizado. Ana Baraldi complementa, destacando que a prática precisa vir acompanhada do autoconhecimento, pois por meio deles é possível entender quais são os reais objetivos, motivações e características pessoais. Flávio Valiati reforça que as habilidades emocionais só são apreendidas quando postas em prática e as organizações precisam estar abertas a esse aprendizado (Foto: Divulgação) “A partir disso, uma boa prática é colocar a mão na massa, e encontrar atividades que exijam tais capacidades - tanto dentro do ambiente profissional quanto fora - e assim as estimulem. Um exemplo que pode funcionar aqui é buscar desenvolver um projeto pessoal, algum tipo de trabalho voluntário, que pode envolver, inclusive dar ajuda a algum amigo”, orienta.
Combo de resultados
A representante da Provi acredita que não exista habilidade mais importante que outra e todas são relevantes e funcionam de forma complementar. “Mas no cenário em que estamos hoje, a inteligência emocional tem funcionado como bússola em tempos de incerteza e insegurança. Ela é responsável por dar suporte e estrutura para que o profissional se sinta confiante e pronto para desafios”, assegura.
Para ela, a inteligência emocional é a capacidade de saber identificar e lidar com sentimentos, sejam os individuais ou os de outras pessoas e, por meio dessa habilidade, ser capaz de melhorar seus relacionamentos interpessoais e ajudar ao próximo a fazer o mesmo.
“A importância dessa habilidade se dá na capacidade de lidar com adversidades e tomar decisões de forma equilibrada - principalmente quando se trata sobre o ambiente profissional. Além disso, a inteligência emocional contribui para o foco, resolução de conflitos e canalização das emoções”, finaliza.
As Eleitas
A criatividade tem a ver com a capacidade de ser inventivo e criar algo original ou diferente, e está muito atrelada à inovação. Uma forma de trabalhá-la é pensar em formas diferentes de fazer tarefas corriqueiras do dia a dia - pergunta: de que outra forma posso fazer essa entrega?
A persuasão está ligada a usar recursos emocionais para induzir alguém a aceitar uma ideia, uma atitude, ou realizar uma ação. Pergunta: E se você pensar nesse cenário e nesses benefícios atrelados?
Cooperação é essencial para trabalhos em equipe - uma forma de desenvolvê-la é ouvir diferentes opiniões e refletir sobre elas, antes de dar alguma resposta. Pergunta: Me conte como você chegou nessa linha de raciocínio?
Adaptação/flexibilidade permite que o profissional esteja preparado para as mudanças do mercado, estando pronto para se adaptar a qualquer mudança de rumo - foi uma dos soft skills mais exigidas em tempos de pandemia e home office full time. Pergunta: Como posso ajudar nessa mudança?
Inteligência emocional é a capacidade de identificar e lidar com as emoções e sentimentos pessoais e de outros indivíduos e envolve muito da empatia, de se colocar no lugar do outro. Pergunta: O que me levou, ou levou o meu colega de trabalho, a agir assim?
Treino para Inteligência Emocional
Exercícios diários podem se transformar em hábitos, então, que tal: • Externalizar seus pensamentos e sentimentos ao anotá-los, isso poderá te ajudar a compreender melhor suas reações e a buscar tomar conclusões e atitudes diferentes;
• Encontrar meios de controlar o estresse, como praticando atividades físicas e de descompressão e claro, cuidando da saúde;
• Reconheça seus limites e saiba quando é a hora de parar. Não sinta culpa de dizer “não” para algumas coisas e aprenda a mudar de foco quando algo não está fluindo muito bem;
• Agradecendo! O feedback é uma excelente ferramenta para isso. Agradeça as pessoas ao seu redor e reconheça também as coisas boas da vida.