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Projeto vai descarbonizar 100% de Fernando de Noronha

Investimento de R$ 350 milhões evitará queima de 30 mil litros de diesel por dia a partir de 2027

  • Foto do(a) author(a) Donaldson Gomes
  • Donaldson Gomes

Publicado em 8 de novembro de 2025 às 15:29

Usina Noronha Verde, lançada ontem, vai descarbonizar 100% de arquipélago brasileiro Crédito: Divulgação Neoenergia

O arquipélago de Fernando de Noronha (Pernambuco), a 360 km do litoral do Rio Grande do Norte e a 545 km de Recife (Pernambuco), deu um importante passo no processo de transição energética neste sábado (dia 08), com o lançamento da Usina Solar Noronha Verde. No clima da COP30, o investimento de R$ 350 milhões da Neoenergia vai transformar a ilha numa referência em sustentabilidade, com a eliminação de 100% das emissões de gás carbônico.

Até o final de 2027, o biodiesel, que hoje é a principal fonte de energia no conjunto de ilhas, deve ceder o lugar para a eletricidade gerada em mais de 30 mil painéis solares fotovoltaicos integrados a sistemas avançados de armazenamento por baterias (BESS, na sigla em inglês). A partir daí, o combustível de origem fóssil passará a servir apenas como um backup para momentos com menos insolação, ou nos períodos de alta estação, quando mais turistas buscam as praias e trilhas de Noronha. Em média, 21 mil toneladas de dióxido de carbono deixarão de ser emitidas.

Espelho d'água no Açude do Xaréu recebeu placas solares que ajudam na geração energética e reduzem a evaporação da água por Divulgação Neoenergia

Atualmente, a Neoenergia possui 1,2 mil clientes ativos no arquipélago. A empresa implantou uma infraestrutura de serviços que lhe permite fazer as medições e os controles dos serviços realizados remotamente. Para garantir o fornecimento dos 30 mil litros de diesel que são utilizados diariamente, navios com o combustível se deslocam do continente para a ilha partindo do Rio Grande do Norte e Pernambuco. Em média, chegam à ilha 400 mil litros de óleo por semana, em embarcações com capacidades para transportar entre 60 mil litros e 200 mil litros em cada operação.

“Durante o dia, a usina solar fornecerá energia para o consumo da ilha e para recarregar as baterias, enquanto à noite o que foi armazenado vai garantir que a eletricidade utilizada aqui seja 100% renovável”, destacou Eduardo Capelastegui, CEO da Neoenergia, durante a cerimônia do programa Noronha Verde. Para ele, é importante que a ilha, que recebe mais de 150 mil visitantes por ano tenha uma fonte energética conectada com a agenda de sustentabilidade. Ele explicou que o investimento de R$ 350 milhões será dividido em duas fases, a primeira, com 15% dos recursos, será utilizada ainda no ano que vem, enquanto os 85%, na conclusão do projeto em 2027.

A iniciativa faz parte do Programa Mais por Noronha e conta com a parceria do Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME), e do Governo do Estado de Pernambuco. A implantação será realizada em duas fases: a primeira entra em operação até maio de 2026 e a segunda, em 2027. O projeto foi licenciado pela Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), com anuência do ICMBio, gestor das Unidades de Conservação Federal.

A nova planta solar fotovoltaica integrada ao sistema de baterias terá capacidade de geração de 22 MWp, com 49 MWh de sistema BESS, o equivalente ao consumo de 9.000 residências no continente. Atualmente, a energia consumida em Fernando de Noronha é gerada pela Usina Tubarão, com o uso predominante de biodiesel. Além de diminuir a dependência do combustível, o novo modelo de geração vai reduzir, ainda, encargos e subsídios na conta Setorial de Desenvolvimento Energético (CDE), pagos hoje por meio da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que atualmente subsidia a energia gerada na ilha.

O projeto que irá descarbonizar Fernando de Noronha foi lançado em um momento estratégico para o país, às vésperas da COP 30, que será, este ano, no Brasil. “O que celebramos hoje é um exemplo de como a cooperação e uma visão compartilhada podem transformar realidades e deixar um legado para as gerações futuras”, destacou Ignacio Galán, Presidente Executivo da Iberdrola.

Além da construção da Usina Noronha Verde, o Programa Mais por Noronha reúne um conjunto de ações que contempla mobilidade sustentável, inovação tecnológica e ampliação de fontes não poluentes de energia no território.

“A usina Noronha Verde, assim como as demais iniciativas do Programa Mais por Noronha, reafirma o protagonismo da Neoenergia com a descarbonização e mostra o comprometimento da empresa em preservar santuários ecológicos como Fernando de Noronha. Seguiremos utilizando inovação aliada à sustentabilidade para fazer com que a transição energética seja acessível a todos. Além disso, será um legado para o país em um momento em que recebemos o mais importante evento com foco na agenda climática global, a COP”, explica o CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui.

Durante a solenidade de lançamento do projeto Noronha Verde, a Neoenergia também entregou a primeira Usina Solar Fotovoltaica Flutuante do arquipélago, instalada no espelho d’água do Açude do Xaréu. Com investimento de R$ 10 milhões, provenientes do Programa de Eficiência Energética da Neoenergia Pernambuco (regulado pela Aneel), a usina flutuante tem potência de 622 kWp e geração estimada de 1.083 MWh/ano, suficiente para suprir cerca de 30% do consumo de energia da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) na ilha e evitar a emissão de 717 toneladas de CO₂ por ano.

Tanto na nova usina que será construída quanto na usina do Xaréu, já entregue, a Neoenergia conta com a parceria com a WEG, empresa global de equipamentos eletroeletrônicos, responsável pelo fornecimento completo dos sistemas fotovoltaicos e do sistema de armazenamento de energia, além da execução técnica e operacional de ambos os projetos. A empresa é responsável pela entrega dos equipamentos até comissionamento necessário para garantir o funcionamento das soluções integradas.

Ambiente e desenvolvimento

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ressaltou a importância de um relacionamento harmonioso entre as agendas ambientais e de desenvolvimento. “Não há antagonismo entre meio ambiente e desenvolvimento econômico”, destacou. Para ele, é urgente tratar a transição energética por conta dos desafios ambientais, mas ressaltou a necessidade de pensar nas oportunidades de desenvolvimento geradas pela nova economia.

“Hoje o Brasil inicia o desligamento de uma usina térmica que gasta 8,6 milhões de litros de diesel por ano. A partir de agora, vamos poder armazenar a energia dos ventos e aproveitar a luz do sol até mais tarde”, diz. Segundo o ministro, o leilão para contratação de energia de térmicas a óleo e a carvão realizado no mês passado foi o último promovido pelo governo brasileiro. “Quem tem térmicas a óleo e carvão pode mudar rápido porque em dez antes teremos nossa matriz renovável”, projetou, destacando ainda o uso da energia nuclear, da qual ele é entusiasta. “É uma tecnologia importante para fortalecer a defesa do país”, nuclear.

O jornalista acompanhou o lançamento da Usina Noronha Verde a convite da Neoenergia.