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Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2010 às 16:04
- Atualizado há 2 anos
Muita gente se queixa da falta de oportunidade de trabalho. Quem não tem um amigo ou um parente que esteja desempregado? No entanto, pode até ser difícil de acreditar, mas está sobrando vagas na Bahia. No Serviço de Intermediação para o Trabalho (SineBahia), nos últimos dois anos, das 213 mil vagas ofertadas no estado, 113 mil não foram preenchidas, ou seja, 53% do total. No Serviço Municipal de Intermediação de Mão-de-obra (SIMM), das 19 mil vagas oferecidas em Salvador e Região Metropolitana, em 2009, a metade ficou encalhada. >
O coordenador de intermediação para o trabalho e seguro- desemprego do SineBahia, Hildásio Pitanga, explica que esse percentual elevado é motivado por uma série de fatores. “Na área de comércio e serviços, o que dificulta o preenchimento da vaga não é a ausência do candidato, mas a performance do mesmo”, revela, informando que um dos problemas está no comportamento do profissional, que não sabe se vestir ou se expressar. >
Já na construção civil e na indústria, existe a carência de candidatos, ou seja, não tem profissional capacitado para exercer certos cargos. Segundo Pitanga, entre as funções mais difíceis de encontrar mão-de-obra, está a de operador de telemarketing. “Em 2008 e 2009, mais de oito mil postos de trabalho deixaram de ser preenchidos no estado pela ausência de pessoas capacitadas para a vaga”. >
As funções de promotor de vendas e auxiliar de linha de produção também merecem destaque. Nos últimos dois anos, o SineBahia registrou uma sobra de cinco mil e quatro mil vagas, respectivamente. De acordo com o coordenador, as atividades autônomas, como pintor, costureiro e corretor de imóveis, também demoram muito tempo para serem preenchidas. “Além do fato de eles acharem que ganham mais trabalhando por conta própria do que como empregado de carteira assinada, muitos deles não têm uma capacitação adequada”. Ele conta que, nos últimos dois anos, sobraram mais de 2,8 mil vagas para pedreiro, 1,5 mil para encanador e 1,3 mil para carpinteiro. >
SalárioNo segmento industrial, as funções ligadas à manutenção são as mais difíceis de captar um candidato que se adapte ao perfil solicitado pelo empregador. “Nesta área não é só a qualificação que vai fazer com que ele seja escolhido. A experiência conta muito”, relata Pitanga. >
Soldador e caldeireiro lideram a lista de profissionais mais raros no estado, segundo ele. Quem pensa que o salário influencia na falta de candidatos, está enganado. “Tem soldador e caldeireiro que ganham mais de R$2,5 mil”. >
Procuram-se técnicos urgente Com o aumento das instituições de ensino superior (IES) e as facilidades de ingresso, os estudantes estão deixando para trás cada vez mais o curso técnico. Resultado: carência de profissionais técnicos no mercado de trabalho. Embora não seja possível contabilizar o total de vagas disponíveis hoje na Bahia, consultores garantem que esse número é muito alto e a tarefa mais difícil é encontrar gente com formação específica para preenchê-las. >
Segundo a coordenadora de recrutamento e seleção da Worktime RH, Mariza Monteiro, o mercado para técnicos está tão aquecido na Bahia que, a depender da profissão, tem mais oferta de trabalho do que para graduados. “É uma questão cultural. Fazer uma faculdade ainda é o sonho de muita gente”. Ela conta que está há mais de dois meses procurando um técnico em apoio de manutenção para trabalhar em Pojuca, mas não encontra. Detalhe: o pré-requisito exigido para a função, cujo salário é de R$2,2 mil, é apenas a formação técnica em mecânica ou industrial. >
Se você pretende apostar na qualificação técnica, mas ainda não sabe qual carreira seguir, fique atento às profissões mais promissoras: eletrotécnico, técnico mecânico, técnico de edificações e desenhos, técnico de segurança do trabalho e enfermagem do trabalho. “Os cursos voltados para a área de petróleo e gás também merecem atenção por causa do pré-sal.” >
Onde se qualificarSenai (71) 3534-8090 Site: Senac (71) 3186-4000 Site: >
Construção em alta Os profissionais da construção civil que estão fora do mercado de trabalho devem ficar atentos. Recuperado dos efeitos da crise mundial, o setor está aquecido, principalmente quando o assunto é geração de emprego. O leque de oportunidades é grande e inclui mais de 20 profissões, desde as mais tradicionais, como pedreiro, carpinteiro, encanador e engenheiro, até as mais modernas, como técnico em edificações. “Hoje, o aluno acaba de se formar e tem que colar grau logo no dia seguinte para ser contratado”, conta o diretor da Escola Politécnica da Ufba, Luís Campos. >
Segundo ele, tem empresa pagando R$ 1,8 mil para estagiário de engenharia, profissional cada vez mais requisitado. Já os salários variam de acordo com a qualificação do trabalhador, além dos portes da empresa e da obra. “Tem recém- formado ganhando R$ 12 mil”, destaca Campos, acrescentando que, apesar do mercado estar aquecido, há muito engenheiro desempregado. O motivo? “Falta de comprometimento”, diz. >
Arrume emprego Não fique parado Comece logo a procurar novas oportunidades. Não crie raízes Com a evolução das indústrias, as oportunidades de carreira migram. Saiba para onde estão indo os cargos da sua área e esteja disposto a se mudar de cidade em busca da oportunidade certa. >
Tenha mais paciência Demonstrar ansiedade excessiva a um possível empregador só diminuirá seu valor. >
Seja flexível Não fique obcecado por altas remunerações ou títulos. Aceitar um nível salarial ou um título abaixo do seu objetivo pode ser vantajoso. Se você superar as expectativas, o resto é consequência. >
Mantenha-se informado Fique por dentro das últimas notícias, tendências e tecnologias importantes no seu setor e no mundo. >
Fique em forma Não negligencie a saúde e a alimentação, que geralmente sofrem com o estresse da procura de um emprego. >
Abuse de todos os recursos Há diversos sites e ferramentas gratuitos para ajudar quem procura um emprego. Procure sua universidade, organizações profissionais, grupo de veteranos ou outras afiliações que você tenha. >
Faça mais contatos Nada substitui os relacionamentos pessoais ao procurar oportunidades de carreira. Sites de relacionamento, como Orkut e Facebook, ajudam muito nessa tarefa.>
(Notícia publicada na edição impressa do dia 28/02/2010 do CORREIO)>