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Portal Edicase
Publicado em 31 de agosto de 2024 às 17:35
Ter um vasto repertório cultural é fundamental para construir argumentos sólidos na redação e interpretar de maneira precisa as questões durante a prova. Tradicionalmente, os livros têm sido considerados as principais fontes de referência, mas isso está mudando. >
Recentemente, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) incluiu pela primeira vez um álbum de música na lista de obras obrigatórias para o vestibular. O disco selecionado foi “Tropicália ou Panis et Circensis”, lançado em 1968, que reúne 12 faixas interpretadas e compostas por vários artistas, como Caetano Veloso e Gilberto Gil. >
Para Guilherme Suman, professor de literatura do Aprova Total, plataforma online de ensino para preparação de vestibulares, essa mudança reforça que o literário e o artístico não residem apenas nos suportes tradicionais, como o livro ou a arte plástica. Para o professor, tudo está somado. Amplia o vocabulário, a compreensão do mundo, o repertório cultural, o crítico e o sensível. Só há ganhos para o aluno. “Isso tudo não diminui ou substitui o literário, mas complementa. O livro segue com sua importância. O roteiro de um filme é, como literatura, um encontro de dois gêneros canônicos: o narrativo e o dramático. Já o álbum exige uma compreensão de estilo, das mais clássicas às contemporâneas”, explica. >
Com a ascensão dos streamings e plataformas digitais, o estudante está ainda conectado ao universo audiovisual e musical. O desafio é treinar o olhar e os ouvidos para compreender a obra e o seu contexto. Confira, a seguir, as dicas do professor Guilherme Suman para aperfeiçoar as análises no vestibular! >
Ainda que todos possam abordar o mesmo assunto, é preciso entender as diferenças. O estudante deve compreender as autonomias que cada gênero possui. Por exemplo: se o filme adapta um livro literário, utilizando a linguagem do audiovisual, pode ser necessário fazer algumas mudanças que sejam essenciais, porque não funciona como na linguagem literária. >
“O leitor que está habituado a estudar poemas, romances e peças teatrais para as provas terá já meio caminho para compreensão igual a de álbum e filmes”, destaca Guilherme Suman. >
Saber o que conta e como conta são pontos importantes, segundo Guilherme Suman. Para ele, se o filme é um drama histórico sobre o período da Ditadura Militar, como o recente filme cobrado pela UFSC (O ano em que meus pais saíram de férias), o olhar deve ser para o contexto histórico e como isso deve ser tratado. De modo geral, já simplifica como o vestibulando deve enxergar a obra. >
Já sobre os álbuns musicais, é preciso avaliar por uma perspectiva ampla, histórica e estética. “O que eleva o álbum e o que ele significa em termos gerais? Isso irá moldar o que pode ser tratado acerca da obra”, ressalta. >
O professor enfatiza a importância para olhar a estética proposta pelo cineasta ou pelo compositor. “Pergunte-se o que de suas obras respectivas está aplicado naquela específica para a prova. Então, perceba qual é o papel dessas obras na construção de um senso – seja artístico, seja político, seja social”, explica. >
Consumir livros, filmes e músicas que já caíram em vestibulares anteriores no dia a dia é uma forma eficaz de se adaptar a estrutura de abordagem de cada um deles e não ter surpresas no dia da prova. “A habilidade de interpretação vai se tornando natural e corriqueira. Ainda que aquele conteúdo escutado e assistido não apareça diretamente, o repertório do aluno está afiado para associar o conteúdo estudado com as exigências na banca examinadora”, aponta Guilherme Suman. >
Abaixo, Guilherme Susan lista 5 obras para complementar seu cronograma de estudos. Confira! >
Por Maria Rita >