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Candidatos centram fogo na Bahia e em mais quatro estados atrás dos votos de Marina

Batalha pelas eleições busca a conquista de 13 milhões de votos. Apesar de o alvo ser comum, as estratégias variam

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  • Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2014 às 08:05

 - Atualizado há 3 anos

Na reta final da campanha, os comandos da campanha de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) concentram esforços em cinco estados - Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo - onde Marina Silva teve praticamente 61% de seus votos.

Dos 22 milhões 176 mil votos obtidos pela candidata do PSB no primeiro turno, 13 milhões 506 mil vieram dessas cinco unidades da federação - 60,91% do eleitorado marineiro, objeto de cobiça de Dilma e Aécio no segundo turno.Batalha pelas eleições busca a conquista de 13 milhões de votos. Apesar de o alvo ser comum, as estratégias variamApesar de o alvo - eleitores de Marina - ser comum, as estratégias variam pois, nesse grupo prioritário, há dois estados em que houve vitórias folgadas - Dilma na Bahia e Aécio em São Paulo; dois onde houve equilíbrio, Minas e Rio, onde Dilma liderou por diferença de menos de 10 pontos percentuais; e o caso de Pernambuco, onde Marina foi a primeira colocada.

“O voto em Marina foi um voto pela mudança. Da mesma forma que a candidata, seus eleitores vão entender assim”, disse o senador José Agripino Maia (DEM-RN), coordenador da campanha de Aécio, a jornalistas após o anúncio do apoio de Marina ao tucano.

Na campanha de Dilma, a estratégia é atrair os votos dos marineiros que rejeitam o que chamam de “velha política” e que estaria, na visão petista, mais associada ao PSDB.

Bahia e São Paulo

Na batalha pelos marineiros, a estratégia é semelhante na Bahia e em São Paulo - apenas com sinais trocados porque, nos dois estados, os favoritos vão reforçar seus discursos para atrair os eleitores de Marina. Em São Paulo, Aécio teve mais de 4 milhões de votos de vantagem sobre Dilma e pretende aumentar a vantagem com o eleitorado de Marina.“Há um sentimento antipetista que, naturalmente, favorecerá Aécio”, comentou o ex-governador Alberto Goldman, um dos coordenadores da campanha tucana em São Paulo. O PT aposta no carisma do presidente Lula para tentar atrair os marineiros.

Na Bahia, Dilma teve 3 milhões de votos a mais do que o candidato do PSDB.

A campanha petista pretende ampliar essa vantagem enquanto Aécio prepara uma ofensiva em todo o Nordeste que inclui desde locutores e apresentadores da região nos programas no rádio e na TV a propostas específicas, a participação de aliados nos estados.

Pernambuco

Nessa estratégia, foi comemorado pelos tucanos o apoio da família do ex-governador Eduardo Campos. Pernambuco foi um dos dois estados - o outro foi o Acre - em que Marina foi a mais votada: teve 2,3 milhões de votos, apenas 175 mil a mais que Dilma.

E foi onde Aécio teve a menor votação proporcional: 5,9% dos votos, apenas 287 mil. “Tenho certeza de que a maioria que votou em mim e Marina estará agora com Aécio”, afirmou o governador eleito Paulo Câmara (PSB), após o ato que marcou a adesão da família ao tucano.

O PT, que venceu com folga no resto do Nordeste, pretende retomar a campanha focando nas políticas sociais do governo.

Ontem, o ministro Gilberto Carvalho esteve em Recife e reiterou a importância de uma vitória no Nordeste e “em particular, em Pernambuco” e informou que no próximo dia 21 o ex-presidente Lula e a presidente Dilma estarão em Pernambuco - no sertão e na capital, Recife.

Rio e Minas

Se para o PT ganhar em Pernambuco, terra de Lula, é questão de honra, o mesmo vale para o PSDB em Minas, onde Aécio, duas vezes governador, ficou 400 mil votos atrás de Dilma.

“Temos que reverter o resultado, até porque agora temos mais lideranças no apoio a Aécio e vamos puxar para a questão da mineiridade”, afirmou Júlio Delgado (PSB-MG), apostando que a maioria dos votos de Marina em Minas (1,5 milhão) virá agora para o tucano.

Os petistas apostam no governador eleito Fernando Pimentel para ampliar essa vantagem e atrair os marineiros. “Estamos mantendo a mobilização para a campanha de Dilma”, garantiu Pimentel ao receber a visita da presidente em Contagem, no sábado.

Leia também:Aécio chama Dilma de leviana e é acusado de nepotismo em debate na TV

Dos cinco estados priorizados pelas campanhas, o Rio de Janeiro é o único em que há disputa do segundo turno também para governador. A campanha de Dilma está de olho em dois tipos de eleitores de Marina: os mais pobres e o eleitorado de esquerda.

“Acho que o voto da Marina nas classes D e E não vai para o Aécio. Vamos reforçar a manutenção dos programas sociais”, disse o prefeito de Caxias, Alexandre Cardoso. Os petistas comemoraram o apoio dos deputados do Psol Jean Wyllys e Marcelo Freixo a Dilma.

“Fica mais claro que há dois campos”, afirmou o petista Adilson Pires, coordenador no estado. 

A estratégia dos tucanos é reforçar o voto Aezão (Aécio presidente, Pezão governador). “Vamos aproveitar 65% do eleitorado do Rio que se mostrou como oposição ao governo do PT”, afirmou o deputado eleito Jorge Picciani, do PMDB, coordenador do movimento Aezão, de olho nos 2,6 milhões de votos marineiros no Rio, onde Marina ficou em segundo lugar.Oposição e governo traçam estratégia para disputa na Bahia | Alexandre Galvão

Com quase 1,3 milhão de votos, Marina Silva (PSB) ficou em segundo lugar na preferência do eleitorado baiano no primeiro turno. E oposição e governo já traçaram suas estratégias para ganhar a atenção dos “marineiros” e engordar o seu eleitorado.

Os aliados de Dilma, que teve mais de 60% no primeiro turno na Bahia, querem ampliar a vantagem; o grupo de Aécio, que ficou com menos de 18%, precisa avançar sobre o eleitorado de Marina para reduzir a vantagem. O presidente do Democratas no estado, José Carlos Aleluia, acredita que o voto em Marina – pelo menos aqui na Bahia – é um voto anti-PT.

“Os votos para Marina Silva foram contra a Dilma Rousseff e vão para Aécio. Isso vai refletir muito aqui na Bahia”, afirma. Do lado governista, a expectativa é outra. Líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Zé Neto afirma que todos vão “trabalhar para aumentar o eleitorado” de Dilma. “A ideia é não perder a pegada do primeiro turno”, disse.

Para o petista, o apoio do PSB baiano garante, sim, votos para a candidata petista. “O voto de Marina é um voto muito de esquerda. Está associado ao voto em Lídice (PSB). É um voto progressista”, afirmou. Ao contrário dos políticos, o historiador Ricardo Viana, professor em Ciência Política da Faculdade Ruy Barbosa, diz que o panorama está indefinido.

“É difícil definir quem vai ganhar esses votos da Marina Silva, mas é importante ver que essas eleições estão fazendo o Brasil olhar mais para si. As mazelas sociais do país estão mais à mostra”, analisa. De acordo com o estudioso, existem dois votos relacionados à candidatura de Marina: o voto ideológico, ligado a questões ambientais, e o voto contrário ao PT.

“Esse voto baseado na ideologia, claro, é mais fácil de ir para a Dilma até por uma questão de aproximação de pensamento. Mas alguns também seguirão Marina e vão para Aécio”, diz. Muitas vezes desprezados nas contas, os votos nos “nanicos” também podem ser decisivos. Na Bahia, eles representam quase 2% dos votos válidos no 1º turno.