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Priscila Natividade
Publicado em 30 de outubro de 2022 às 06:00
Durante toda semana, a fisioterapeuta Layla Cupertino, 30 anos, viveu dias de ansiedade até este domingo chegar. E, não por um acaso, ela sempre é uma das primeiras da fila, assim que o portão do local onde vai votar é aberto. Layla vai manter a tradição neste segundo turno. No entanto, por mais decisivo que seja o resultado que sairá das urnas na campanha eleitoral de 2022, a fisioterapeuta vai preferir evitar aglomerações, logo depois que apertar o número do seu candidato e a tecla confirma.“Tenho medo. A violência e a atmosfera de coação tomaram conta dessas eleições, infelizmente. De tudo que vi pela internet, a impunidade está aí. Então, há pessoas que são capazes de fazer qualquer coisa”, afirma.O sentimento de apreensão, porém, não vai impedir que Layla se reúna com os amigos em casa para acompanhar os detalhes da apuração. E quem sabe, hoje à noite, possa comemorar a vitória do seu candidato, ainda que não coloque sua bandeira na rua. >
“Vou passar com uns amigos mesmo e sei que vai ser uma comemoração gostosa só de estar junto. Eu comprei cerveja, amendoim, fogos e até vuvuzela. Temos até playlist da vitória para curtirmos muito”, completa Layla.>
Assim como a fisioterapeuta, a professora Cristina Matos, 29 anos, está tão ansiosa para votar que chegou a sonhar várias vezes com as eleições. Após cumprir seu compromisso com a urna, ela conta que vai preferir se resguardar, só que sem deixar de acompanhar todas as apurações possíveis. “Sinceramente, tenho um pouco de medo de ir a alguns lugares. Mesmo estando na Bahia, um local que respeita muito os outros, temos visto episódios lamentáveis em todo lugar”, revela.>
Para amenizar o nervosismo e, ao mesmo tempo, tentar relaxar depois da onda de tensão que acompanhou o segundo turno das eleições, Cristina também vai receber alguns amigos em casa. “Esse será um momento único. Já comprei minha espumante porque acredito que terei motivos a comemorar. Encomendei um bolinho e vou comprar umas coxinhas, empadas e talvez fazer um brigadeiro”, planeja a professora.>
Bons vinhos na geladeira A aposentada Carmem Lúcia Borges, 62 anos, é mais uma que já está com tudo pronto para receber os filhos, sobrinhos e netos em casa: “Vai ter petiscos, cervejas e uma dobradinha deliciosa. Todos ficaremos juntos até o resultado”. Apesar de confessar que não encontrou nenhuma promoção no supermercado, a aposentada fez questão de organizar o encontro em casa.“Está tudo uma carestia, mas vamos torcer muito para que nosso candidato ganhe as eleições”, diz.O jornalista José Mion, 35 anos, também está com a expectativa em alta, principalmente, em meio às incertezas e surpresas do primeiro turno. “Ficarei em casa, acompanhando com meu marido. Temo os eleitores mais radicais. Diante do medo mesmo da violência, optamos mais uma vez por ficar reclusos, em paz”, revela. As garrafas de vinho, porém, já estão na geladeira: “Estão gelando desde hoje, na esperança de um brinde de felicidade. Vamos comprar uns pães e pizzas para acompanhar”, completa.>
Neste domingo, segundo números do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), a expectativa é a de que os mais de 11 milhões de eleitores aptos a votar no estado compareçam às urnas. No primeiro turno, que aconteceu no dia 2 de outubro, 8.874.841 foram até as seções eleitorais para exercer o direito do voto.>
O percentual de comparecimento chegou a 78,65%. A Bahia ocupa, atualmente, a posição de quarto maior colégio eleitoral do país. E para quem tem dúvida se hoje tem ou não Lei Seca em vigor na Bahia: assim como no primeiro turno, o TRE não instituiu a proibição a venda de álcool no dia da eleição. Porém, juízes eleitorais de cada zona podem determinar a proibição.>
Vai ter até caruru Tudo certo, então, para que o caruru da vitória que a pedagoga Jeane Lima, 40 anos, está preparando desde ontem aconteça. A intenção é comemorar o resultado que ela e a família esperam. Claro que, para acompanhar, vai ter cerveja gelando no freezer também. No dia de hoje, ela só quer saber de aproveitar com a família.“A casa é sempre o melhor lugar para reunir a família. Confio na vitória do meu presidente e na mudança de quadro de caos que se instalou no Brasil. Contrariando as estatísticas, eu espero que não seja uma eleição violenta e com um clima muito parecido com o do primeiro turno Após votar, irei me reunir com minha família para comemorarmos a mudança de chave que teremos. Vamos comer caruru, beber, sorrir, dançar, enquanto acompanhamos a apuração”, finaliza. >