Prefeitura de São Paulo é suspeita de favorecer campanha de Serra

Da Redação

Acusado de ser privilegiado na disputa eleitoral através de programas habitacionais da prefeitura de São Paulo, o candidato do PSDB a prefeito da capital paulista, José Serra, disse desconhecer de que uma associação que ajuda os sem-teto a ter acesso a moradias populares dê vantagem aos integrantes que participam de sua campanha.

Reportagem publicada na Folha de S.Paulo de ontem mostrou que integrantes de um movimento de sem-teto de São Paulo que vão a eventos do tucano ganham pontos em um ranking interno usado para definir quem será indicado pelo grupo a programas de moradia popular da prefeitura, comandada por Gilberto Kassab (PSD).

A entidade atua para firmar convênios com a prefeitura para construção de moradias populares e, quando a parceria dá certo, tem direito a indicar nomes. Os indicados são submetidos à prefeitura e avaliados segundo critérios de cada programa, como renda e vulnerabilidade social.

Em sua defesa, Serra disse que a ação do grupo parece “um modelo petista”. "Eu nunca ouvi falar disso, isso é mais um modelo petista, que em geral o PT que consagrou essa modalidade de uso da coisa pública para fins privados”, afirmou ontem, antes de ir ao debate promovido à noite pela TV Bandeirantes de São Paulo.

“Não houve isso. Não é do meu conhecimento”, reafirmou Serra. O próprio presidente do grupo, no entanto, admitiu à reportagem que a prática foi usada. Após negar as acusações, o tucano questionou ainda o resultado de uma pesquisa de intenção de voto divulgada anteontem pelo Ibope. Segundo o levantamento, ele tem 33% das intenções de voto e está 16 pontos atrás de seu rival, Fernando Haddad (PT).

“Se pesquisa não desse tempo de reverter, eu não teria ganho a eleição no primeiro turno. Três dias antes havia aparecido em terceiro. Francamente, pesquisa não está funcionando bem no Brasil”, afirmou o tucano