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Fernanda Varela
Publicado em 19 de abril de 2025 às 13:00
A atriz e apresentadora Cissa Guimarães se emocionou ao falar sobre a morte do filho caçula, Rafael Mascarenhas, durante o programa Sem Censura, da TV Brasil, exibido nesta sexta-feira (18). A homenagem pelos seus 68 anos de vida acabou tomando um tom íntimo e doloroso quando Cissa, visivelmente emocionada, relembrou o acidente que tirou a vida do filho, em julho de 2010.>
Rafael tinha apenas 18 anos quando foi atropelado no Túnel Acústico, na Zona Sul do Rio de Janeiro, enquanto andava de skate em um trecho interditado para manutenção. Desde então, a atriz tem falado publicamente sobre o luto, sem suavizar as dores que carrega.>
“É a pior dor do mundo, é a coisa mais difícil. Tem dias que estou um pano de chão velho. Não é uma coisa que 'aprendi e está tudo tranquilo'. Não! Não superei nada. Aliás, essa palavra, superação, me dá um pouquinho de irritação”, afirmou, em tom firme e sincero.>
Diante de um estúdio silencioso e atento, Cissa usou palavras fortes para descrever o impacto da tragédia em sua vida. “Não vou superar, não pretendo ter a veleidade de superar a amputação que foi a passagem do meu filho. Tenho um coração amputado, eu sou uma mulher amputada. Eu sou uma mulher aleijada e tenho a certeza de que nunca mais serei 100% feliz, mas acho que posso ser 70% e vou correr pra caramba atrás disso, porque essa é minha missão aqui.”>
O relato emocionou também os convidados do programa, como os atores Bárbara Paz e Ernesto Piccolo, que acompanharam com lágrimas nos olhos o depoimento da colega.>
Apesar da dor, Cissa destacou que encontra forças no amor que ainda a cerca: nos filhos João e Tomás, nos netos José, Aurora e Filipa, nos amigos e no trabalho. "Em nome do Rafa, para dar dignidade à vida que foi amputada tão cedo dele, preciso ser essa mulher em busca da minha felicidade.">
Cissa também atribuiu ao filho a sua capacidade de empatia. “Meu filho me ensinou muito durante a vida dele, com seus 18 anos de idade, e ainda me ensina. Todos os dias agradeço a ele a pessoa que eu sou. [...] Não perdi nada, eu só ganhei. Ganhei 18 anos do maior amor do mundo.”>
Quase 15 anos após a tragédia, Cissa segue fazendo do amor pelo filho um motor de resistência e reinvenção. >