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Conheça a conexão inusitada que faz algumas pessoas terem alergia à borracha e a certas frutas

A "síndrome látex-fruta" revela uma conexão surpreendente entre borracha e alimentos do dia a dia

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 11 de agosto de 2025 às 12:29

Pessoas com alergia à borracha podem desenvolver alergia a frutas tropicais também
Pessoas com alergia à borracha podem desenvolver alergia a frutas tropicais também Crédito: Pexels

A "síndrome látex-fruta" é um fenômeno que ocorre devido à similaridade de proteínas encontradas em certas frutas, como mamão, figo, banana, abacate, kiwi e melão, com as proteínas do látex da seringueira (Hevea brasiliensis).

Conforme a explicação de Gabriela Justamante Händel Schmitz, ao Jornal da USP, que conduziu seu doutorado sobre o tema na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São Paulo, essa similaridade, como a da quimopapaína do mamão, desencadeia a síndrome.

Esse processo é chamado de reatividade cruzada, onde pessoas alérgicas à borracha (látex) podem ter ou vir a desenvolver alergia a essas frutas. A pesquisadora detalha que a proteína cisteína protease, presente no látex da seringueira, possui uma cadeia de aminoácidos bastante parecida com a da quimopapaína.

Essa similaridade permite que, em alguns indivíduos, o organismo apresente essa reatividade cruzada. Dessa forma, quem tem alergia à borracha, como a de uma luva, pode se tornar alérgico ao mamão, bem como ao figo, banana, abacate, kiwi e melão, já que todas essas frutas possuem proteínas que se assemelham às do látex da Hevea brasiliensis.

Segundo a pesquisadora, o número de proteínas similares ás da seringueira descobertas em frutas está em crescimento. A dificuldade do diagnóstico dessa alergia em crianças, que são muitas vezes afetadas, motivou a busca por novos alérgenos. Apenas no mamão, cinco alérgenos já foram identificados, mas a quantidade total ainda é desconhecida.

A pesquisadora também menciona que muitos brasileiros têm alergia tanto à mandioca quanto ao látex, citando a existência de um estudo sobre o assunto realizado por um grupo do Hospital das Clínicas.

Enzimas protetoras e mecanismos de defesa das plantas

A papaína, uma enzima proteolítica, é encontrada no látex do mamão, principalmente na casca. Além de suas propriedades bactericidas, anti-inflamatórias e bacteriostáticas, ela é usada em medicamentos que auxiliam na digestão. A pesquisadora ressalta que a papaína do látex do mamão é um alérgeno bem documentado dessa fruta, conhecido como Cari p papain.

No entanto, ela alerta que pessoas alérgicas ao mamão podem ser alérgicas a outras proteínas da fruta que ainda não foram identificadas.

A produção de látex pelas plantas é um mecanismo de defesa contra predadores e estresse, conforme explica a pesquisadora. O látex do mamão, assim como outras substâncias de defesa produzidas por plantas, tem ação biológica. Essas substâncias são sintetizadas para proteger a planta, o que as torna tóxicas para predadores e, em grandes quantidades, também para nós.