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De suruba a cartões bloqueados: Golpista do Tinder brasileiro infernizou vida do ex

Rafael Correa de Paula é procurado pelas polícias do Rio de Janeiro e São Paulo

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  • Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2022 às 17:12

. Crédito: Reprodução

O servidor público paraibano de 38 anos que foi vítima do 'Golpista do Tinder Brasileiro' resolveu revelar como teve a rotina completamente devastada devido às perseguições do ex-namorado, Rafael Correa de Paula, procurado pelas polícias do Rio de Janeiro e São Paulo.

Após viver quatro meses entre viagens de luxo e presentes caros, a vítima passou a receber e-mails com ameaças e teve todos os cartões bloqueados, após o término do namoro. “Em duas horas, tive um total de R$ 7.622,67 em compras não reconhecidas no meu cartão de crédito”, falou ao Jornal Metrópoles.

O total de compras estornadas chegou a R$ 83 mil, com hospedagens e passagens aéreas. “Rafael alegava que precisava dos dados dos meus cartões para pagar as taxas de embarque ou pequenos custos referentes aos voos, mas tudo isso servia de pretexto para que ele tivesse acesso aos meus dados pessoais. Também vi outras pessoas famosas fazendo a mesma coisa, dando todos os dados do cartão de crédito para que ele fizesse compra de passagens e hospedagem”, acrescentou.

Além disso, o servidor teve o número de celular cadastrado em grupos de swing. Chegou a ter pessoas batendo em sua porta, afirmando que havia agendado encontros para sexo em grupo

"Fizeram um perfil falso para vazar imagens íntimas minhas que apenas ele tinha acesso”, revelou.

Não só ele, mas toda a família passou a ter cartões clonados. “Uma funerária ligou para a minha mãe alegando que o filho dela tinha contratado um plano funerário. Pediram para ela escolher a roupa que queria ser enterrada, o modelo de caixão e flores. Foi macabro.”

Por fim, o homem conta que chegou a ter gás e luz do apartamento cortadas. As companhias receberam ligações solicitando as suspensões dos serviços. "Um hacker também entrou em contato, afirmando que teria sido contratado para invadir o meu perfil nas redes sociais e pedir dinheiro”, explicou.

Caso

Rafael circula na alta sociedade do eixo Rio-São Paulo se apresentando como bilionário nas rodas de amigos e ostentando viagens e roupas de grifes.

A vítima conta que o conheceu em um aplicativo de namoro. Conforme o relacionamento andava, veio o primeiro convite para uma viagem. "Embarcamos, de primeira classe, para a África e Dubai. Logo após, seguimos para Nova York e México, em um total de 22 dias de viagem em hotéis cinco estrelas e frequentando restaurantes conceituados”, lembrou.

Outras vítimas Rafael também é réu em processo na 2ª Vara Criminal de Ribeirão Preto após utilizar dados de outro homem na compra de três pacotes de viagem no valor de R$ 2.300 de uma agência de turismo. 

Segundo denúncia do Ministério Público, a vítima só percebeu ter sido vítima do golpe ao tentar abrir conta bancária e ser informado da restrição que havia em seus dados cadastrais devido à dívida.

Na ocasião, ao prestar depoimento Rafael contou ter estudado com a vítima por três anos em um colégio particular de Frutal, no interior de Minas Gerais, tendo mantido laços de amizade com ela até brigarem por “motivos banais”. Ele também afirmou que a compra foi autorizada pelo rapaz.

Na delegacia, Rafael afirmou desconhecer o motivo pelo qual “duas parcelas ficaram em abertas”, mas chegou a mostrar comprovação de quitação de débitos.

Já em São Paulo, capital, Rafael responde a um inquérito por, após terminar relacionamento de dois anos e meio com um arquiteto, impedi-lo de deixar seu apartamento, segurando seus braços e pescoço, informou o Globo. 

A vítima afirmou que sofreu violência psicológica, ameaça e constrangimento. 

Já em Campinas, também em São Paulo, ele é alvo de procedimento por lesão corporal por ter supostamente dado um tapa em uma mulher que trabalhava como caixa de mercado após ela dizer que não teria troco para R$ 100. Ela entrou com um pedido, no Juizado Especial Cível da cidade, de uma indenização de R$ 14 mil por danos morais.

Na 1ª Vara Cível do Fórum de São Paulo, a proprietária de apartamento no Bairro Jardim Paulista o executou cobrando R$ 4.900 do contrato do imóvel alugado por ele.