Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Descoberta de estrutura inesperada pode mudar o que sabemos sobre o núcleo da Terra

Novo mapa sísmico mostra camada inesperada a quase 3 mil km de profundidade

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 20 de agosto de 2025 às 15:32

material interno da Terra faz com que o som viaje mais devagar.
material interno da Terra faz com que o som viaje mais devagar. Crédito: Imagem gerada por IA

Cientistas estão empolgados com uma revelação recente: o núcleo terrestre pode estar envolto por uma fina camada de crosta oceânica de eras remotas. Esta extraordinária descoberta, fundamentada na análise de ondas sísmicas coletadas na Antártida, proporciona uma clareza sem precedentes sobre as profundezas do nosso globo.

Localizada a aproximadamente 2.900 quilômetros sob a superfície, essa camada inesperada pode ser a chave para conectar processos geológicos que ocorrem em extremos opostos do planeta, desde os movimentos das placas até as variações do campo magnético. A pesquisa continua para desvendar todos os segredos.

Santaluz registrou um abalo sísmico de 2.5 mR no dia 23 de julho, às 19h por Reprodução

A investigação, que foca no limite entre o núcleo externo líquido e o manto rochoso, desafia conceitos tradicionais. Esta crosta subduzida, antiga e resiliente, parece ter um papel influente em fenômenos naturais vitais para a sustentação da vida na Terra.

Montanhas no núcleo: as zonas de velocidade ultrabaixa

As ondas sísmicas analisadas mostram que, em certas regiões internas da Terra, o som se propaga mais devagar. Essas áreas foram denominadas ULVZs (zonas de velocidade ultrabaixa) e se assemelham a verdadeiras "montanhas" no núcleo, algumas chegando a ser cinco vezes mais altas que o Monte Everest.

Pesquisadores da Universidade Estadual do Arizona propõem que a explicação mais provável para essas notáveis formações é a presença de antigos leitos oceânicos. Ao longo de milhões de anos, esses materiais foram arrastados pelas correntes de convecção para as profundezas do planeta, acumulando-se no limite do núcleo.

Existem fortes indícios de que essa crosta ancestral possa abranger todo o núcleo da Terra, embora sua espessura seja incrivelmente fina. Sua persistência por tanto tempo, sem se misturar completamente, é um dos grandes enigmas que os cientistas buscam resolver.

Da profundidade à superfície: uma conexão inédita

Esta revelação estabelece uma ligação surpreendente entre os mistérios que habitam milhares de quilômetros de profundidade e os processos que moldam a superfície terrestre. A interação dinâmica entre o núcleo e o manto tem relação direta com a formação de vulcões e terremotos devastadores.

Adicionalmente, os movimentos tectônicos, forças que influenciam a vida na Terra há bilhões de anos, são impactados por essa complexa dinâmica interna. A descoberta da crosta oceânica antiga promete novas compreensões sobre esses mecanismos fundamentais.

Os cientistas ainda investigam como essa crosta conseguiu permanecer intacta por tanto tempo, resistindo à completa mistura com o manto. Outra questão intrigante é se ela pode estar influenciando o comportamento do campo magnético terrestre, que tem exibido variações significativas historicamente.

O que vem por aí na ciência terrestre

Novas pesquisas sísmicas são essenciais para expandir o mapeamento de alta resolução dessa estrutura e verificar se essa camada realmente cerca todo o núcleo terrestre. Se essa hipótese for confirmada, ela transformará radicalmente nosso entendimento da geologia profunda.

Entender a estrutura do limite núcleo-manto (CMB) é crucial para a geociência, visto que ela exerce influência sobre fenômenos como erupções vulcânicas e o movimento das placas tectônicas. Assim, aprofundamos o conhecimento sobre o funcionamento do nosso planeta.

Como afirmou a geóloga Samantha Hansen, da Universidade do Alabama: "Investigações sísmicas, como as nossas, fornecem imagens de altíssima resolução da estrutura interna do nosso planeta, e estamos descobrindo que essa estrutura é muito mais complicada do que se pensava."