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Agência Correio
Publicado em 2 de setembro de 2025 às 17:00
O Egito surpreendeu o mundo ao revelar vestígios de uma cidade submersa com mais de dois mil anos, próxima à costa de Alexandria. Entre os achados estão edifícios, tumbas, tanques e até um cais preservado. >
Pesquisadores acreditam que o local pode ser parte da antiga Canopo, um centro importante durante a dinastia ptolemaica e o Império Romano. A cidade teria desaparecido após sucessivos terremotos e o avanço do mar.>
Mistérios do Egito
A revelação reacende o fascínio por mistérios arqueológicos e lança novas perguntas sobre o futuro de Alexandria, que sofre hoje com o mesmo inimigo natural que engoliu Canopo: o avanço das águas.>
Durante as escavações, guindantes retiraram estátuas raras, incluindo esfinges e peças ligadas a Ramsés II. “Há muitos elementos embaixo d'água, mas o que podemos recuperar é limitado”, disse Sherif Fathi, ministro de Turismo e Antiguidades do Egito.>
Foram encontrados edifícios de calcário que podem ter servido como templos, casas e oficinas, além de depósitos e tanques escavados na rocha usados para aquicultura e armazenamento de água.>
Outro destaque é um cais de 125 metros, com âncoras e vestígios de navios mercantes, que serviu como ponto estratégico para o comércio romano e bizantino. Cada peça encontrada abre novas janelas para o passado.>
Apesar da descoberta, muitas estruturas permanecerão submersas. “O restante permanecerá como parte integral de nosso patrimônio subaquático”, afirmou o ministro.>
Essa escolha preserva não apenas a integridade do sítio, mas também a possibilidade de futuros mergulhos arqueológicos. O local de Abu Qir já é considerado um dos mais promissores do Mediterrâneo.>
O valor simbólico é imenso: a cidade ressurge como prova da sofisticação urbana da Antiguidade, revelando práticas religiosas, comerciais e culturais que moldaram parte da identidade egípcia.>
Curiosamente, o mesmo fenômeno que engoliu Canopo ameaça hoje Alexandria. A cidade costeira afunda três milímetros por ano e é considerada altamente vulnerável às mudanças climáticas.>
Relatórios da ONU indicam que, mesmo em cenários otimistas, um terço de Alexandria pode estar submerso ou inabitável até 2050. O alerta ecoa em meio às recentes descobertas arqueológicas.>
O contraste é marcante: enquanto uma cidade perdida emerge do fundo do mar, outra luta para não desaparecer sob as ondas, reforçando a urgência em enfrentar o impacto ambiental global.>