Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Heider Sacramento
Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 07:47
Mariana Goldfarb, ex de Cauã Reymond, surgiu em um vídeo do Ministério Público do Rio de Janeiro contando como reconheceu que vivia violência psicológica. O depoimento integra a campanha nacional 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência e do Racismo contra as Mulheres, promovida pelo Ministério das Mulheres em parceria com órgãos estaduais. A iniciativa reúne relatos reais para ampliar a conscientização sobre as diferentes formas de agressão emocional. >
No vídeo, Mariana fala sobre o momento em que percebeu que sua integridade estava em risco. “Eu consegui sair num momento em que tinha só mais 5% de oxigênio. Ou eu usava aqueles 5% ali, ou eu ia morrer. Percebi que estava em um relacionamento abusivo. Acho que desde muito cedo, mas eu não sabia nomear”, disse, emocionada. O depoimento reforça como a violência psicológica, ainda que invisível, corrói a autoestima e interfere na saúde de forma profunda.>
A modelo também explicou que os sinais do abuso começaram a aparecer no próprio corpo. “A violência psicológica não deixa marca visível, mas, olhando para trás, eu consigo ver como ela foi se manifestando: queda de cabelo, olho tremendo, falta de apetite, anorexia”, contou. Mariana lembrou ainda que vivia em constante tensão. “Era muito extenuante tentar fazer de tudo para que o dia terminasse bem e não terminava. Comecei a beber muito, porque a gente vai procurando subterfúgios para anestesiar a dor”. >
Sem mencionar o nome de Cauã Reymond ou de qualquer ex-parceiro, ela relatou que passou a se afastar de amigas e familiares por pressão psicológica. “Todas eram ruins, invejosas, tinham ciúmes… É isso que você escuta. Nenhuma presta, sua família não presta. Existe um jogo psicológico grande, de culpa e vitimização”, afirmou.>
Mariana Goldfarb
Ao abordar a dificuldade de romper com o ciclo de abuso, Mariana destacou que a decisão não é simples para quem está dentro da relação. “Ouvi muito: ‘Por que você não sai?’. Mas não é assim. Só depois de viver isso eu entendi que não é apenas decidir sair. Não é uma relação saudável, mas existe uma dependência que acaba aparecendo”.>
O relato viralizou nas redes e passou a integrar discussões importantes sobre saúde mental, autonomia e como identificar padrões abusivos que, muitas vezes, permanecem ocultos até para quem os vive. A campanha segue em circulação com o objetivo de ampliar a busca por ajuda e incentivar mulheres a reconhecer sinais de violência psicológica.>