Não consegue parar de tossir? Saiba as possíveis causas e o que fazer

Se você já passou por uma crise de tosse, sabe como esse sintoma pode ser incômodo. Além de atrapalhar o sono, ele pode causar dor no peito, irritação na garganta e até cansaço físico. Em alguns casos, a tosse seca persiste por semanas e parece não ter hora para ir embora. Mas afinal, o que pode causar esse problema? E o mais importante: como fazer para parar de tossir?

Para esclarecer essas dúvidas, o CORREIO conversou com a médica otorrinolaringologista Érica Campos, que explicou as principais causas da tosse crônica, orientou sobre o que fazer durante uma crise e deu dicas de prevenção.

A tosse é um reflexo natural do nosso corpo, mais precisamente do sistema respiratório, que tenta expulsar substâncias irritantes das vias aéreas. Embora seja comum, a tosse nunca é uma doença em si, e sim um sintoma. Por isso, quando ela persiste por muito tempo, é um sinal de alerta.

A doutora Érica Campos explica que a tosse se torna crônica quando dura mais de quatro semanas. “As causas de tosse crônica, que é aquela que dura mais do que quatro semanas, em geral estão associadas a refluxo, gotejamento nasal posterior, tosse variante asma ou síndrome da laringe hiperexcitável”, esclarece.

Um ponto importante destacado pela especialista é a chamada síndrome da laringe hiperexcitável, uma condição ainda pouco conhecida. “É quando a laringe, que é o nosso órgão de sensibilidade e de acesso ao pulmão, tem um limiar de excitabilidade muito alto. Em eventos que não provocam tosse no indivíduo comum, a gente tem tosse naquele indivíduo que tem a síndrome”, explica a médica.

Entre os sinais de alerta que indicam a necessidade de avaliação médica estão: febre, mal-estar, indisposição, dificuldade para respirar (dispneia) e presença de sangue na tosse.

Durante uma crise, o incômodo pode parecer interminável, mas algumas medidas simples ajudam a aliviar o desconforto, especialmente se a tosse for seca. A médica destaca que cada caso deve ser avaliado individualmente, mas há orientações que costumam funcionar na maioria dos quadros leves.

“A dica varia muito de acordo com a causa dessa tosse crônica. Existe também a tosse por mania, por hábito, que é aquele hábito de pigarrear. Mas, em geral, a gente orienta que se beba um pouco de água e que se realize inalação com soro fisiológico”, orienta Érica.

Caso a tosse persista, a recomendação é clara: procure um médico. O diagnóstico correto é essencial para que o tratamento seja eficaz e a causa do problema, eliminada.

Prevenir episódios de tosse crônica envolve, antes de tudo, entender e tratar a origem do sintoma. “As estratégias de prevenção passam pela identificação da causa. É importante conduzir uma investigação dessas principais causas para ir eliminando os fatores e identificar a real origem da tosse”, reforça a médica.

Além disso, manter hábitos saudáveis, evitar exposição a fumaça, poeira, ar muito seco e produtos químicos agressivos pode ajudar a evitar irritações nas vias respiratórias. Hidratar-se bem e manter o ambiente limpo e ventilado também são práticas recomendadas.

Érica lembra ainda que, embora muitas vezes negligenciada, a tosse persistente não deve ser ignorada. “Toda tosse que se 'cronifica', que dura mais do que quatro semanas, merece uma investigação específica”, alerta.