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Agência Correio
Publicado em 8 de julho de 2025 às 13:30
Um alerta científico nos confronta com uma realidade preocupante: o azul do nosso céu está cedendo espaço para tons alaranjados, um sinal visível do avanço da poluição atmosférica. Esta transformação impacta diretamente a maneira como enxergamos a luz solar. >
Cientistas afirmam que o acúmulo de poeira e fumaça na atmosfera modifica nossa percepção da luz emitida pelo Sol. Conforme o meteorologista César Soares, em entrevista à CNN, "a cor alaranjada acontece porque a frequência vermelha, que o Sol emite, interage menos com partículas de poluição, como poeira e fumaça.">
Este fenômeno se intensifica anualmente, impulsionado por níveis crescentes de poluição e queimadas. As mãos humanas aceleram a degradação, fazendo o céu exibir cada vez mais nuances avermelhadas e alaranjadas, prejudicando a qualidade de vida.>
A ciência explica que a presença de partículas de poluição na atmosfera realça as cores vermelhas. Soares detalha: "Assim como o oxigênio na atmosfera destaca o azul do céu, as partículas de poluição realçam os tons avermelhados." As queimadas, muitas vezes provocadas, agravam dramaticamente este cenário.>
O aquecimento global contribui com secas prolongadas e calor intenso, fomentando incêndios que liberam vasta quantidade de poeira. Dados do MapBiomas indicam um aumento de 79% em hectares queimados entre 2023 e 2024. Este ritmo ameaça a permanência do céu azul.>
Poluição no ar
Os efeitos das queimadas não se restringem às áreas atingidas, estendendo-se por diversas regiões. O doutor Edson Grandisoli, da USP, enfatiza: "As queimadas impactam muito além das áreas onde ocorrem. Muitas pessoas pensam que apenas a população local sofre, mas essa percepção não é correta.">
A saúde humana é severamente comprometida. Ar seco e carregado de poeira dificulta a respiração, desencadeando reações alérgicas e doenças respiratórias. Grandisoli alerta: "Isso prejudica a saúde, especialmente de crianças e idosos, piorando a desigualdade, elevando o número de doentes respiratórios e sobrecarregando hospitais.">
Proteger a saúde respiratória é essencial. O fotógrafo Stuart Palley, com vasta experiência em incêndios florestais, oferece dicas cruciais para o National Geographic. É fundamental monitorar o Índice de Qualidade do Ar (IQAr) local para tomar decisões informadas sobre sair de casa.>
Use máscaras N95 ou superiores ao ar livre quando a qualidade do ar estiver muito ruim (IQAr de 121 a 200) ou péssima (acima de 201). Considere investir em filtros de ar domésticos mais eficientes, classificados para partículas de 2,5 mícrons, e troque-os regularmente se estiverem sujos.>
Cuide também dos olhos irritados pela fumaça; colírios lubrificantes genéricos podem ajudar a eliminar contaminantes. Para casos graves, com problemas respiratórios crônicos, a melhor opção pode ser se afastar da cidade e procurar locais com ar mais puro, buscando bem-estar.>