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O que as fezes dizem sobre câncer colorretal: oncologista alerta para sinais e prevenção

Tipo de câncer que matou Preta Gil é prevenível com atenção aos sintomas e adoção de hábitos saudáveis

  • Foto do(a) author(a) Elis Freire
  • Elis Freire

Publicado em 21 de julho de 2025 às 23:00

Homem indo ao banheiro
Homem indo ao banheiro Crédito: Shutterstock

Presença de sangue nas fezes, mudança repentina no ritmo intestinal e até um “cocô” mais fino do que o habitual podem ser indicativos de câncer colorretal, doença que matou Preta Gil neste domingo (20). O alerta é da oncologista Lívia Andrade. Em entrevista ao CORREIO, a médica destacou a necessidade de ficar atenta aos sinais para prevenir câncer no intestino e outros problemas gastrointestinais.

“Fezes mais finas que o habitual (em fita ou lápis), presença de sangue ou alterações persistentes como diarreia ou constipação sem causa aparente são sinais que devem ser investigados”, orienta Lívia Andrade.

Entenda o que pode ser sangue nas fezes por Reprodução

O câncer colorretal é um dos mais comuns no Brasil e o segundo que mais mata no país, mas, de acordo com a especialista, também é um dos mais preveníveis e tratáveis, desde que diagnosticado precocemente. O maior desafio, para ela, é o caráter silencioso da doença nos estágios iniciais. “É por isso que o rastreamento é essencial, mesmo sem sintomas”, reforça.

Causas e fatores de risco

As origens do câncer colorretal podem estar associadas tanto a fatores ambientais quanto genéticos, sendo o último responsável por apenas 10% dos casos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

A médica destaca ainda que, apesar de mais comum a partir dos 50 anos, o número de diagnósticos em pessoas jovens tem crescido nas últimas décadas. “Atualmente, um em cada cinco casos diagnosticados ocorre em pessoas com menos de 54 anos, o que representa um aumento de 11% nessa faixa etária nas últimas duas décadas”, ressalta.

Entre os principais fatores de risco estão:

  • Histórico familiar da doença;

  • Doenças inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn;

  • Dieta rica em carnes processadas e pobre em fibras;

  • Sedentarismo, obesidade e tabagismo.

  • Complicações e impactos no corpo

Quando diagnosticado tardiamente, o câncer colorretal pode trazer complicações severas. “Além de alterações no hábito intestinal, como diarreia ou obstrução, pode haver sangramentos, anemia, dor abdominal e perda de peso”, enumera a oncologista. Casos mais avançados apresentam risco de metástases, especialmente para o fígado, pulmões e linfonodos.

Alimentação é prevenção

De acordo com a médica, a alimentação tem papel central tanto no desenvolvimento quanto na prevenção da doença. “Uma dieta rica em carnes vermelhas e processadas, frituras e pobre em fibras está diretamente associada ao aumento do risco de câncer colorretal”, explica Livia Andrade. As fibras, por outro lado, favorecem a formação de fezes saudáveis e auxiliam na eliminação de substâncias tóxicas no intestino.

Segundo a oncologista, a prevenção é possível e uma das principais formas indicadas é optar por uma alimentação saudável , aliada a mudanças no estilo de vida. A médica listou as seguintes medidas:

  • Adotar uma alimentação rica em fibras e com menos carnes processadas;

  • Praticar atividade física regularmente;

  • Evitar tabaco e consumo excessivo de álcool;

  • Manter o peso corporal adequado;

  • Realizar exames de rastreamento, como a colonoscopia, a partir dos 45 anos — ou antes, em caso de fatores de risco.

“A maioria dos tumores intestinais se apresenta por meio de pólipos. Detectar e remover esses pólipos durante a colonoscopia, antes que se tornem malignos, é uma das estratégias mais eficazes de prevenção”, acrescenta.

Para Livia Andrade, o conhecimento sobre esse tipo de câncer e o autocuidado em todas as áreas da vida são fundamentais: “Cuidar da alimentação, manter hábitos saudáveis e estar atento ao histórico familiar são atitudes que salvam vidas. Informar-se e quebrar o tabu em torno dos exames de prevenção é um passo importante para reduzir o impacto dessa doença na nossa população”, finaliza.