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Agência Correio
Publicado em 16 de novembro de 2025 às 19:00
Apesar de serem estruturas rígidas e resistentes, os ossos também podem ser atingidos por tumores malignos. >
O mais frequente entre eles é o osteossarcoma, um tipo de câncer que costuma surgir durante o crescimento e que, quando descoberto cedo, tem boas chances de cura.>
Osteossarcoma
O osteossarcoma é um tipo de câncer que se desenvolve a partir do tecido ósseo e pode atingir qualquer osso do corpo. É mais comum em crianças e adolescentes, especialmente na fase do chamado “estirão” do crescimento.>
“A faixa etária mais atingida pelo osteossarcoma são meninos entre os 10 até os 18 anos”, afirma o médico Fernando Campos, líder do Centro de Referência em Sarcomas e Tumores Ósseos do A. C. Camargo Cancer Center, em entrevista à Veja Saúde.>
Geralmente, o tumor aparece nos ossos longos, como o fêmur, a tíbia, especialmente perto do joelho, e o úmero, próximo ao cotovelo. Cerca de 80% dos casos estão ligados ao fêmur.>
Os especialistas classificam o câncer conforme o comportamento das células vistas ao microscópio: os de alto grau têm multiplicação acelerada, enquanto os de grau intermediário ou baixo se desenvolvem mais lentamente. Essa diferença influencia nas chances de metástase.>
Embora seja mais comum entre os jovens, o osteossarcoma também pode surgir em pessoas com mais de 60 anos, segundo Campos.>
Nos jovens, o tumor costuma surgir a partir de células que, originalmente, participariam da formação óssea, mas que passam a produzir tecido anormal e se transformam em células cancerígenas.>
“Está relacionado a descarga hormonal e outros fatores relativos ao crescimento, puberdade, assim como a genética”, conta o oncologista.>
Em idosos, o aparecimento da doença pode estar ligado a fatores acumulados ao longo da vida.>
Ter tido alguma lesão benigna no osso, ou a doença de Paget do osso, ou mesmo ter feito radioterapia 10 anos antes. Tudo se configura em fatores de risco para o osteossarcoma tardio.>
Como o osteossarcoma afeta, na maioria dos casos, os ossos das pernas, o principal sintoma costuma ser dor na região afetada.>
“Dor nos ossos persistente e contínua, que se estende para dor noturna, às vezes acordando a criança por conta da dor é característica que já gera uma desconfiança”, alerta o médico.>
Ele reforça que essas dores não devem ser confundidas com incômodos típicos do crescimento, e que a investigação médica é fundamental para o diagnóstico precoce.>
O tratamento combina quimioterapia e cirurgia para remoção do tumor. A quimioterapia pode ser feita antes ou depois da operação, dependendo do caso.>
“Os osteossarcomas mais convencionais são muito sensíveis à quimioterapia, o que é bem positivo”, aponta o especialista.>
Nas últimas décadas, o avanço no tratamento aumentou significativamente as taxas de sobrevida. >
Na década de 80, o osteossarcoma era tratado só com cirurgia e a sobrevida em 5 anos dos pacientes era de apenas 10%. Hoje em dia, pela ajuda da quimioterapia, a sobrevida se aproxima de 60% em média.>
“E pode chegar a 80% dependendo do tipo da doença. Mas é realmente uma fase bem importante do tratamento”, finaliza o médico.>