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Agência Correio
Publicado em 16 de junho de 2025 às 09:30
PFAS foram encontrados em quantidades elevadas no organismo de gestantes que consomem alimentos como café, ovos e arroz branco com frequência. A descoberta vem de um estudo realizado pela Faculdade de Medicina de Dartmouth, nos Estados Unidos, que investigou como a alimentação pode impactar a presença desses compostos tóxicos no corpo humano.
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A análise, feita a partir de aproximadamente 3 mil amostras de sangue e leite materno, identificou uma relação direta entre certos hábitos alimentares e o acúmulo de PFAS. Esses poluentes industriais são conhecidos por sua longa permanência no ambiente e no organismo, sendo associados a riscos à saúde, como distúrbios hormonais, imunológicos e até câncer.>
Apesar de ser parte da rotina de bilhões de pessoas, o consumo de café pode ser uma via significativa de exposição aos PFAS. Os pesquisadores acreditam que essa contaminação pode vir de várias fontes, incluindo a água utilizada na preparação, os grãos cultivados em solo contaminado ou até mesmo os equipamentos e recipientes utilizados para coar e armazenar a bebida.>
Filtros de papel, cafeteiras automáticas e copos descartáveis muitas vezes contêm compostos à base de PFAS, utilizados para tornar os materiais mais resistentes ao calor e à umidade. Assim, o simples hábito de tomar café pode, sem que o consumidor perceba, contribuir para o aumento de substâncias tóxicas no organismo.>
Os ovos também aparecem como um dos alimentos ligados ao aumento de PFAS no corpo humano, sobretudo quando produzidos em ambientes domésticos. Galinhas criadas em quintais e pequenas propriedades rurais costumam se alimentar com sobras orgânicas ou ração industrializada que, em muitos casos, pode conter resíduos contaminados.>
Além disso, o solo onde essas aves circulam pode ter sido tratado com fertilizantes derivados de lodo de esgoto, prática comum em algumas regiões. Como os PFAS são altamente persistentes, sua presença no solo ou na alimentação é suficiente para transferi-los para os ovos consumidos pelas famílias.>
Outro alimento comum apontado pelo estudo é o arroz branco, cuja produção depende de sistemas de irrigação. A água utilizada nesses processos pode carregar PFAS oriundos de rejeitos industriais ou despejos urbanos. Como o arroz absorve muita água durante seu crescimento, ele acaba sendo um vetor relevante para a ingestão desses compostos.>
No caso dos frutos do mar, o problema está relacionado à poluição das águas oceânicas. Peixes e moluscos acumulam PFAS ao longo do tempo por meio da alimentação e do ambiente, tornando-se fontes contínuas desses compostos para humanos, especialmente em comunidades costeiras e populações com dietas baseadas em pescado.>
A exposição a PFAS durante a gravidez representa um risco concreto à saúde fetal. Essas substâncias são capazes de atravessar a placenta e atingir o bebê em desenvolvimento, além de serem excretadas no leite materno, o que prolonga o contato da criança com os contaminantes nos primeiros meses de vida.>
Por isso, os pesquisadores sugerem que seja dada atenção especial à dieta de gestantes e lactantes, com foco em evitar alimentos com maior potencial de contaminação. Medidas simples, como preferir alimentos orgânicos e reduzir o uso de descartáveis, podem ajudar a minimizar a exposição aos PFAS nesse período crítico>
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