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Agência Correio
Publicado em 23 de julho de 2025 às 05:29
Embora pareça coisa de filme de terror, há registros reais de cobras que engoliram seres humanos inteiros. Essas ocorrências, apesar de raras, chamam atenção e causam pavor. >
Segundo especialistas, apenas duas espécies têm condições físicas de devorar uma pessoa: a sucuri verde brasileira e a píton-reticulada asiática.>
Um dos casos mais conhecidos ocorreu na Indonésia, onde essas serpentes perigosas são mais comuns. Lá, as pítons-reticuladas foram flagradas com vítimas humanas inteiras em seus corpos.>
Segundo o biólogo Lucas Simões, do Instituto Butantã, duas espécies se destacam pela capacidade física de engolir grandes presas: a sucuri verde brasileira (Eunectes murinus) e a píton-reticulada (Malayopython reticulatus).>
Essas cobras possuem mandíbulas extremamente flexíveis, que permitem a ingestão de animais como porcos, javalis e até jacarés inteiros. Mas, no caso de seres humanos, os registros se restringem à Ásia.>
Simões explica que apenas a píton-reticulada tem casos documentados envolvendo humanos. “Só há relatos documentados e registrados – inclusive com comprovação de fotos e vídeos – envolvendo cobras pítons-reticuladas que consumiram seres humanos, especialmente em áreas rurais do Sudeste Asiático”, afirmou à National Geographic.>
Cobra
Já a sucuri brasileira nunca teve um caso comprovado de ingestão humana, apesar da fama alimentada pela cultura popular e novelas como *Pantanal*, onde a cobra aparece em cenas icônicas.>
Essas serpentes pertencem ao grupo das constritoras. Diferente das peçonhentas, elas não usam veneno para abater suas vítimas, mas sim uma técnica de esmagamento muscular.>
“Diferente do que se pensa, a morte do animal não ocorre por asfixia, mas principalmente por colapso circulatório – a constrição interrompe a circulação sanguínea, levando à parada cardíaca da presa em poucos minutos”, explica o biólogo Lucas Simões.>
Essas cobras possuem mandíbulas que não são conectadas rigidamente, como nos mamíferos. Suas vértebras e costelas também são muito flexíveis, o que permite uma enorme dilatação do corpo.>
Essa adaptação faz com que elas possam engolir presas com diâmetros superiores ao seu próprio corpo, um feito biológico impressionante – e, em certos casos, assustador.>
Depois de engolir a presa, o trabalho das serpentes continua internamente. A digestão de um animal grande é um processo longo e intenso, como explica o professor Stephen M. Secor, da Universidade do Alabama.>
“A presa se decompõe lentamente graças à ação combinada do ácido clorídrico e a enzima pepsina”, afirmou ele à BBC. Esse processo pode levar dias ou semanas, dependendo do tamanho da vítima.>
Apesar dos casos chocantes, os humanos não fazem parte do cardápio natural dessas cobras. Os episódios com vítimas humanas são exceções, geralmente envolvendo pessoas que vivem próximas a habitats naturais das serpentes.>
Na Indonésia, por exemplo, fazendeiros que trabalham em regiões rurais acabam tendo contato mais direto com pítons. Isso aumenta os riscos, mesmo que os incidentes sejam extremamente raros.>
A imagem de uma cobra gigante engolindo uma pessoa inteira pode causar calafrios, mas é importante entender que esses casos são muito isolados. Ainda assim, saber quais espécies são capazes disso ajuda a evitar encontros perigosos.>
Na dúvida, ao visitar áreas com presença conhecida dessas cobras, o melhor é manter distância e respeitar os ambientes naturais. Afinal, o fascínio pelas serpentes deve vir acompanhado de cuidado e informação.>