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Agência Correio
Publicado em 18 de junho de 2025 às 18:00
Em 26 de outubro de 1986, o reator nuclear de Chernobyl explodiu, liberando uma imensa nuvem de radiação. Quase quatro décadas depois, a usina e a área circundante continuam desabitadas por humanos. No entanto, a vida animal persistiu e se adaptou. >
Muitos animais, especialmente pets abandonados, permaneceram na Zona de Exclusão de Chernobyl (ZEC), criando gerações de cães selvagens. Eles vivem em um ambiente com vegetação radioativa e sem a intervenção humana que antes moldava suas vidas.>
Quase meio século depois, biólogos dedicam-se a analisar os animais que habitam a ZEC. A pesquisa busca entender se a radiação alterou os genomas desses animais, podendo até ter acelerado seu processo evolutivo em um contexto único.>
Chernobyl
Cientistas da Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, analisaram o genoma de 302 cães que residem na região de Chernobyl. A publicação dos resultados ocorreu na renomada revista científica Science Advance, trazendo dados importantes para a comunidade científica.>
A ideia de que a radiação acelera a evolução não é recente. Esse tipo de experimento já é feito há muito tempo com sementes, que são "jogadas" no espaço para induzir mutações desejadas, buscando entender os impactos genéticos da exposição.>
Os cães de Chernobyl não são os primeiros a serem examinados na região. Anteriormente, pesquisadores já estudaram bactérias, pássaros e até rãs. As rãs, por exemplo, mostraram mutações em sua pigmentação, com as pretas se adaptando melhor que as verdes.>
O estudo revelou que os cães selvagens que viviam próximos à usina apresentaram diferenças genéticas marcantes em comparação com cães que residiam a apenas 16 km de Chernobyl, em uma cidade próxima. Essa distinção aponta para efeitos da radiação.>
Mesmo que isso pareça uma forte evidência de mutação ou evolução entre esses animais, é fundamental considerar que este estudo é apenas o primeiro passo para confirmar essa complexa hipótese. Novas investigações serão necessárias.>
Portanto, ainda que o estudo inicial seja inconclusivo, ele representa o começo de uma investigação aprofundada sobre o assunto. Essa pesquisa pode trazer grandes respostas sobre a complexa relação entre a evolução e a radiação ambiental.>