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Tesouro raro de R$ 3 milhões é achado em baleia morta

Substância rara matou a baleia, mas é disputada há séculos por perfumistas

  • Foto do(a) author(a) Agência Correio
  • Agência Correio

Publicado em 16 de julho de 2025 às 19:00

Âmbar encontrado no intestino do animal pode valer fortuna no mercado de perfumes
Âmbar encontrado no intestino do animal pode valer fortuna no mercado de perfumes Crédito: Reprodução/YouTube

Uma descoberta inusitada nas Ilhas Canárias surpreendeu cientistas e chamou a atenção do mercado internacional de perfumes. Dentro de uma baleia cachalote encontrada morta na praia de La Palma, pesquisadores identificaram uma pedra de âmbar-gris avaliada em aproximadamente € 500.000 — o equivalente a mais de R$ 3 milhões.

O responsável pela autópsia, o patologista Antonio Fernández Rodríguez, revelou que o âmbar pode ter sido a própria causa da morte do animal. O nódulo raro, que chegou a perfurar o intestino da baleia, foi retirado após um exame detalhado, mesmo com o mar agitado e as condições difíceis no local.

O que é o âmbar, o “tesouro dos oceanos”

Conhecido como “ouro flutuante” ou “ouro dos mares”, o âmbar é uma substância rara produzida nos intestinos de algumas baleias cachalotes. Ela se forma a partir de resíduos indigeríveis, como bicos de lulas, que se acumulam ao longo do tempo dentro do animal.

Âmbar é uma resina vegetal considerada rara, que tem sido considerada o Santo Graal dos perfumistas há séculos. O material é altamente valorizado na indústria da perfumaria por sua capacidade de fixar aromas e aumentar a durabilidade das fragrâncias. Seu cheiro amadeirado e suave é outro diferencial que atrai marcas de luxo e colecionadores.

Como o âmbar causou a morte da baleia

Normalmente, o âmbar é excretado pelas baleias e pode ser encontrado flutuando no oceano. Mas, no caso da baleia de La Palma, o nódulo cresceu tanto — com cerca de 60 centímetros de diâmetro e 9,5 quilos — que perfurou o intestino do animal, causando sua morte.

Antonio Rodríguez, chefe do Instituto de Bem-Estar Animal e Segurança Alimentar da Universidade de Las Palmas, suspeitava que a causa da morte era um problema digestivo. Sua intuição foi confirmada quando ele encontrou a pedra dura presa no cólon da baleia.

Substância já foi destaque na literatura

O âmbar já era conhecido no século XIX, período em que a caça às baleias era comum. Escritores também deram destaque à substância. Em Moby Dick, Herman Melville descreve o âmbar como “macio, ceroso e tão perfumado e picante que é frequentemente usado em perfumaria”.

Ele ainda ironiza: “Quem imaginaria que todas aquelas damas e cavalheiros de voz elegante se dariam ao luxo de uma infusão das entranhas inglórias de uma baleia doente!”.

Baleias-jubarte são flagradas em Salvador por Reprodução

Comércio restrito e demanda constante

Devido ao risco para os animais, países como Estados Unidos, Austrália e Índia proibiram o comércio de âmbar-gris, como forma de combater a caça de baleias. Mesmo assim, o interesse pela substância segue forte no mercado global de fragrâncias, principalmente entre casas de perfume tradicionais da Europa e do Oriente Médio.

A pedra retirada da baleia de La Palma, agora nas mãos das autoridades espanholas, pode ter destino nobre — e perfumado.