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Fernanda Varela
Publicado em 10 de julho de 2025 às 14:00
Tiago Iorc, de 39 anos, disse que perdeu completamente o prazer de ser músico após o sucesso de "Amei Te Ver", lançada em 2015. Em entrevista ao Sem Censura, da TV Brasil, o cantor relembrou sua pausa na carreira em 2018, quando decidiu viver um exílio voluntário em Los Angeles. Segundo ele, a hiperexposição fez com que ele ficasse emocionalmente esgotado.>
Tiago Iorc
O auge da fama chegou para Tiago Iorc em 2016, com o sucesso da canção. A música tocava em todas as rádios, programas de TV e até em torneiras, como ele brinca. Mas, por trás da popularidade, o cantor enfrentava uma crise profunda. "Naquele momento em que eu 'aconteci', em que percebi, de fato, em 2016, existia uma piada assim que você abria a torneira e estava tocando 'Amei Te Ver'. Foi realmente uma exposição que eu nunca tinha vivido", contou no programa Sem Censura, da TV Brasil.>
Ele explica que sempre foi uma pessoa centrada, mas que não resistiu à onda de fama. “Por sorte, tive muitos anos antes disso acontecer, então eu sempre fui pé no chão. Mas, ao mesmo tempo, quando vem a onda, a ideia é surfá-la, né? Então, eu estava aproveitando. Imagina, todas as portas que antes eram fechadas, [estavam] escancaradas. Então deixa eu ver o que tem nessa porta aí agora, né?”.>
O cantor mergulhou no ritmo frenético da vida artística. “Fui vivendo esse um ano, dois anos, foi assim de fazer tudo, absolutamente tudo. Todos os programas de televisão, tudo, tudo, tudo, muito show, muita entrevista, muita vida, muita viagem, muito tudo.”>
Apesar da intensidade, o entusiasmo foi se perdendo. “Analisando depois, o que percebo... Na época que parei, eu não tinha essa clareza. A única sensação que eu tinha é que não tinha mais prazer. Eu estava insensível com aquilo. Naquele momento, eu sentia que isso aqui que é o meu prazer desde sempre deixou de ser um prazer... Tem alguma coisa que está equivocada nisso e eu preciso entender.”>
A sensação era de esgotamento absoluto. “A sensação que eu tinha, naquele momento, era que eu queria fazer qualquer coisa menos ser músico, menos cantar... Eu olhava para uma pessoa fazendo suco numa loja e dizia: 'eu quero fazer isso aí um pouco, sabe?’. A percepção que tenho hoje do que vivi é: 'sabe quando você estimula demais uma coisa? Você perde a sensibilidade, perde o prazer daquilo'. Então eu estava assim.">