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Nilson Marinho
Publicado em 12 de maio de 2025 às 05:00
Carlos Albuquerque foi criado no bairro da Boca do Rio, em Salvador. Sua vida no esporte começou em 1996 quando ele deu início a natação. Tudo ia bem, até uma lesão o afastar por definitivo das piscinas e do sonho de construir uma carreira no esporte. Mesmo frustrado, o então adolescente não parou e migrou para a corrida. >
Em 2003, Carlos deu início a graduação de Educação Física e entrou para uma equipe de uma academia, onde teve a oportunidade de estruturar um clube de corrida, que, a princípio, era uma extensão do espaço de musculação.>
“Em 2008, a gente oficializou o projeto e criou a marca. Fiz sociedade com um amigo da academia que já era formado e tinha carro, o que ajudou muito, já que eu ainda estava cursando a faculdade. Em menos de um ano, já tínhamos tido um crescimento significativo. Isso nos motivou a seguir com o projeto. Foi assim que nasceu o Runners Club”, conta.>
O clube de corrida cresceu e Carlos teve a experiência de fazer fusões empresariais, o que lhe ajudou a amadurecer como empreendedor. Em menos de um ano, o projeto ganhou corpo, nome e CNPJ. Mas o caminho até virar negócio estruturado foi cheio de curvas, como em 2013, quando ele precisou romper com o seu sócio e, mais tarde, em 2020, quando lhe restou apenas R$ 4 mil para recomeçar do zero.>
“Tinha só R$ 4 mil para investir. Chamei alguns fornecedores e parceiros que estavam na mesma situação, propus uma sociedade baseada em parceria e confiança, e conseguimos reerguer o negócio. Cada um entrou com sua expertise e isso fez toda a diferença”, relembra.>
Carlos Albuquerque reativou o Runners Club em 2020, no meio da pandemia. Mais do que um recomeço, aquele passo silencioso, dividido entre planilhas, corridas matinais e acordos com parceiros, fincava no chão o ponto de partida para o que hoje se tornou uma rede de franquias em expansão.>
Hoje, o Runners Club reúne seis unidades em Salvador e mais de 1.500 alunos espalhados pelo Brasil e por outros 12 países, entre eles Estados Unidos, Austrália e Alemanha. Conta com mais de 30 prestadores diretos de serviços, incluindo fisioterapeutas e nutricionistas, além de uma equipe fixa de cerca de 20 pessoas. Com faturamento médio mensal de R$ 200 mil, o passo seguinte parecia natural: transformar o negócio em franquia.>
“No final de 2024, um dos nossos alunos, que é advogado e investidor, se interessou pelo projeto e propôs transformar o Runners Club em franquia. Ele faz parte de um grupo empresarial e viu muito potencial. Assim, criamos o modelo de franquia, com um padrão de funcionamento, suporte, marketing e toda uma estrutura de gestão”.>
A ideia foi impulsionada pela própria demanda, já que pessoas passaram a procurar Carlos para solicitar a abertura de unidades em outras cidades. Sem contar, o boom que as consultorias online tiveram de uns anos para cá. O modelo de franquia já está em operação, com previsão de inauguração de novas unidades no interior da Bahia ainda em 2025. A taxa de franquia é de R$ 40 mil, com retorno estimado entre 8 e 18 meses.>
“Preferimos começar a expansão aqui pelo interior da Bahia. Queremos consolidar o modelo em um território que a gente conhece, antes de expandir para outras regiões, como o Sudeste. A ideia é dar todo o suporte ao franqueado, tanto presencial quanto online. A pessoa que compra uma unidade recebe treinamento direto comigo, tem acesso ao software de gestão, ao aplicativo, e conta com apoio em marketing, padronização visual e orientação estratégica”, diz Carlos.>
O público-alvo ideal são donos de academias, estúdios e profissionais da área que queiram diversificar seus serviços. Cada unidade precisa ter ao menos um coordenador técnico formado em Educação Física e com experiência em corrida, além de contar com estagiários. A operação pode ser tanto presencial quanto online, com consultorias digitais oferecidas aos alunos de forma remota, uma alternativa que reduz custos e amplia o alcance.>
“O prazo médio é de seis meses a um ano. Claro que isso depende de fatores como localização da unidade, segurança, iluminação, e se já existe um público-alvo pronto, frequentadores de academias, corredores, gente que busca saúde e qualidade de vida. Com uma base de cerca de 50 alunos, já dá para começar a recuperar o investimento”.>
Para quem quiser correr junto com ele, é só buscar a Runners nas redes ou entrar em contato diretamente com o próprio Carlos, que ainda faz questão de conduzir os primeiros passos de cada novo franqueado. “A pessoa não está comprando só uma franquia. Está entrando num projeto de vida. E isso tem que ser feito com responsabilidade, mas também com coração.”>