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Balada Literária da Bahia celebra literatura negra e obra de Mãe Stella de Oxóssi

Evento começa nesta quinta (27), com edição especial do Sarau Bem Black no terreiro do Ilê Axé Opô Afonjá

  • Foto do(a) author(a) Doris Miranda
  • Doris Miranda

Publicado em 24 de novembro de 2025 às 06:00

Mãe Stella de Oxóssi
Mãe Stella de Oxóssi Crédito: Mario Cravo Neto

A literatura negra, de diferentes autores e gerações, será o grande destaque da Balada Literária da Bahia 2025, que acontece de 27 a 30 de novembro, em vários espaços de Salvador. Presente há dez anos no calendário cultural da cidade, o evento realiza uma edição especial, homenageando o centenário de Mãe Stella de Oxóssi (1925-2018), através de seus principais livros. E estabelece um link entre o pensamento da yalorixá baiana com escritores que fazem e pensam a literatura negra contemporânea.

A abertura será nesta quinta (27), às 19h, com uma edição especial do Sarau Bem Black no terreiro do Ilê Axé Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, saudando a religiosa que amava a literatura. Com as bênçãos de Mãe Ana de Xangô, nova comandante da casa, o sarau reúne poetas residentes e convidados, e contará com um pocket show do Duo Korapoema - formado pelo cantor e compositor Juraci Tavares e pelo músico Rick Carvalho, que constrói e toca a kora.

De sexta (28) a domingo (30), a programação da Balada segue no complexo da Biblioteca Central dos Barris, com bate-papos, lançamentos de livros, exibição de filmes, rodas de poesia e performances artísticas. Um dos destaques desta edição é o lançamento baiano do filme Cadernos Negros, do cineasta Joel Zito Araújo.

As manhãs de sexta e sábado serão voltadas para o painel Odé Kaiodê, que irá debater os principais livros escritos por Mãe Stella. Primeira ialorixá imortal da Academia de Letras da Bahia, ela publicou vários livros, indo da reflexão sobre diferentes aspectos do candomblé ao universo simbólico das histórias de orixá, sempre trazendo ensinamentos.

O painel reunirá seis estudiosos, que se debruçam sobre os livros Meu Tempo é Agora, E Daí Aconteceu o Encanto, Ososi: O Caçador de Alegrias, Owe - Provérbios, Epé Laiyê e Opinião - Artigos d´A Tarde. No primeiro dia, participam o sociólogo Fábio Lima, a historiadora Tomazia Azevedo e a pedagoga Iraildes Nascimento; no segundo, a jornalista Cleidiana Ramos, a professora Lindinalva Barbosa e a escritora Anajara Tavares.

“Mãe Stella de Oxóssi e o terreiro simbolizam bem o empenho em nos mantermos de pé, respeitando a diversidade, porém preservando identidade própria. A Balada continua um palco para a palavra sem amarras e o diálogo das artes, com espaços efetivos para as expressões da negritude”, afirma o escritor Nelson Maca, que assina a curadoria do evento.

A programação baiana é um desdobramento da Balada Literária de São Paulo, criada há duas décadas pelo escritor pernambucano Marcelino Freire e que esse ano conta com edições no Crato, Recife e no Piauí. Marcelino estará presente em duas mesas em Salvador e comandará uma oficina literária no dia 2 de dezembro, após a Balada.

Marcelino Freire, Cleidiana Ramos e Joel Zito Araújo participam da Balada
Marcelino Freire, Cleidiana Ramos e Joel Zito Araújo participam da Balada Crédito: divulgação

Encontros e bate-papos

Com presença de cerca de 30 autores baianos e de vários estados, a Balada Literária da Bahia amplia o debate, com mesas que tratam do próprio conceito de literatura negra, do acesso e combate ao racismo nas letras, ou das vozes e corpos divergentes na literatura nacional. Entre os autores de fora, estarão presentes Esmeralda Ribeiro (SP), Cristiane Sobral (DF), Juliana Correia (RJ), Jéssica Balbino (MG) e Paulo Scott (RS). Entre os baianos, estarão Samuel Vida, Hamilton Borges, Jairo Pinto, Anajara Tavares, Vércio, Fábio Mandingo e Jocélia Fonseca.

A literatura também está no eixo central do filme Cadernos Negros, que será exibido em primeira mão em Salvador. O documentário, que venceu o prêmio do público na 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, conta a história da publicação homônima, criada nos anos 70 para dar voz à poesia e prosa de escritores e escritoras pretas. A sessão acontece na Sala Walter da Silveira, às 10h, com as presenças do diretor e roteirista Joel Zito e da escritora Esmeralda Ribeiro.

“Cadernos Negros é parte de um desejo e esforço meu em contribuir para uma cartografia audiovisual da cultura negra brasileira, dando visibilidade a coisas fundamentais ignoradas pelo mainstreaming. Nele, buscamos mostrar a pujança da literatura negra brasileira, e da cena paulistana nos últimos quarenta anos”, afirma Joel Zito sobre o filme, que traz depoimentos de importantes nomes da literatura negra, como Esmeralda Ribeiro, Cuti Silva, Miriam Alves, Conceição Evaristo e Oswaldo de Camargo.

SERVIÇO - Balada Literária da Bahia 2025 | de 27 a 30 de novembro, no Terreiro do Ilê Axé opô Afonjá, no São Gonçalo do Retiro, na Biblioteca Pública dos Barris e na Sala Walter da Silveira | Entrada gratuita | Programação: @baladabahia

Tags:

Literatura