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Ronaldo Jacobina
Publicado em 7 de outubro de 2023 às 08:00
Encontrar, pelos botecos da "cidade grande", uma comidinha brasileira com sabor do interior e com aquele gostinho de casa de mãe ou de avó é até fácil. Achar um desses lugares que ofereça um cardápio com todas as iguarias que habitam a nossa memória afetiva - e tudo da melhor qualidade - já é um pouco mais difícil. >
A não ser que você vá direto ao Catiguria Restô Bar, um dos poucos empreendimentos que resistiram (e bem, diga-se de passagem), à administração desastrosa da empresa que tenta transformar o Mercado do Rio Vermelho - mais conhecido como Ceasinha do Rio Vermelho - num shopping center. Mas isso aí já são outros quinhentos. >
O sucesso do Catiguria está na sua cozinha de excelência comandada pela cozinheira Norma Aguiar e pela gestão profissional do negócio feita pelos sócios Jel Queiroz e Romenilson Rehem, empresários com real expertise no ramo de gastronomia.>
A comida de Norma é honestíssima. Tanto no preço quanto na qualidade e sabor. A começar pelos petiscos bem característicos de botecos como a tripa de porco frita, que tem crocância e sabor maravilhosos completados pela farofa d´água que vem como acompanhamento. >
Outro “passatempo” que não pode faltar é o torresmo frito, uma daquelas comidinhas "proibidas", mas que valem o pecado. Especialmente com aquela cervejinha que chega à mesa geladíssima, como deve ser. Quem prefere ficar nos belisquetes ainda pode ir de dadinho de tapioca, queijo assado com melaço, bolinho de feijoada, pastéis e por aí vai.>
Mas se você, assim como eu, não abre mão de uma boa comida com gostinho de casa da mãe, peça o Malassado da Mama que chega à mesa no ponto certinho e numa apresentação impecável! A receita é da mãe de Rehem, resgatada por ele e bem executada por Norma.>
Já a língua ao molho foi ideia de Jel Queiroz incluir no cardápio, depois de catar na memória o sabor desse prato que sempre esteve na mesa da família. Quem também ganhou homenagem por lá foi Juarez, aquele que deu nome ao melhor filé da cidade (Filé do Juarez). Foi inspirado nele que os donos do Catiguria criaram o Filé Eu Sou Negão, um dos mais maravilhosos pratos do cardápio que, não à toa, se transformou no carro-chefe da casa. Quer saber a origem do nome? Romenilson conta que enquanto elaborava a receita ouvia no rádio o clássico da axé music “Eu sou Negão”, de autoria de Gerônimo e Moraes Moreira. Não deu outra. O filé foi batizado assim. Preto e crocante por fora e vermelho e suculento por dentro, o filé – com o perdão do clichê - é de comer rezando!>
Mas voltando àquela pegada mais roots, não deixe de experimentar o sarapatel da casa. Garanto que é daqueles que a gente (que gosta, é claro) não esquece jamais. >
Localizado numa esquina da praça de alimentação do mercado, o Catiguria também tem aquele seu lado “chiquezinho” que o diferencia da maioria dos botecos, que é materializado num salão climatizado para quem não abre mão do conforto.>
Mas confesso que para mim, o bom mesmo é se misturar com os clientes da vizinhança ocupando uma das mesas da área externa que é compartilhada com os demais boxes do mercado. >
Devidamente instalado na praça, a gente se transporta para o universo da comida afetiva onde é possível escolher entre as picanhas bovina, de cordeiro ou de porco, a carne de fumeiro, rabada, fígado acebolado, dobradinha, feijoada e ser feliz. Lugar de bater ponto, com certeza!>
SERVIÇO>
Catiguria Restô Bar>
@catiguriarestobar >
Mercado Rio Vermelho, antiga Ceasinha.>
Reservas e delivery: 71 2132 6107>