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Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2015 às 12:22
- Atualizado há 2 anos
Durante o velório da atriz Yoná Magalhães, de 80 anos, que morreu na Casa de Saúde São José, na manhã de terça-feira (20) no Rio de Janeiro, o único filho da artista falou rapidamente com os jornalistas que estavam no local: profundo amor, apego pela vida, assim como houve uma grande tranquilidade que ocupou aquela sala quando ficou claro para a gente que a alma dela estava querendo ir. Foi um final bastante inspirador", disse Marcos Mendes.Yoná Magalhães como Kátia em “O Grito” (1975-1976)(Foto: Divulgação/TV Globo)Em comunicado divulgado na manhã de terça-feira (20), a Casa de Saúde São José informou que Yoná Magalhães morreu de complicações pós-operatórias. A atriz estava internada no hospital, que fica no Humaitá, na Zona Sul do Rio de Janeiro, desde 18 de setembro.>
A cremação do corpo da atriz está prevista para acontecer às 13h30 desta quarta-feira (21) no Memorial do Carmo, no Caju, também no Rio de Janeiro. Marco falou ainda sobre a carreira da mãe.>
"Fica não só um legado, os comentários que escutamos mais comumente na rua, mas muito mais que isso. A minha mãe foi a primeira grande estrela desse produto chamado telenovela. Você pode gostar ou não gostar do fenômeno telenovela, mas indubitavelmente ele é o produto nacional brasileiro mais conhecido depois do futebol. A divulgação e a aceitação das novelas ao redor do mundo comprovam isso. E a minha mãe era a primeira estrela. Ela não estava na primeira novela um ano antes da Globo começar a produzir dramaturgia no Brasil, mas quando as novelas se tornaram um grande fenômeno a grande estrela era Yoná Magalhães. Era ela numa novela atrás da outra", lembrou.>
O rapaz revelou ainda que a artista de 80 anos se manteve otimista até a morte. "Ela enfrentou uma doença cardíaca grave e fez a opção quando colocou-se para ela a opção de não fazer nada e simplesmente ir embora rápido ou tentar um processo completo, uma cirurgia completa, ela optou pela segunda, por tentar com todas as forças, e assim foi até o final, uma aula de fibra e de vida. Sempre muito otimista", afirmou.Como Virgínia Batista em “Paraíso Tropical” (2007). E como Índia do Brasil em “O Outro” (1987)(Foto: Divulgação/TV Globo)Na internet, vários famosos lamentaram a morte da atriz. "Estou triste, mas vou lembrar sempre dela como uma mulher maravilhosa, linda, talentosa, corajosa e muito querida", falou Arlete Salles. "Isso é muito triste. Fiz minha primeira novela, 'Meu Bem, Meu Mal', com ela. A Yoná foi muito generosa comigo na época e ela sempre foi uma mulher muito discreta. Vai deixar saudade. Ela tem uma importância muito grande na dramaturgia. Deixo aqui minha homenagem", lembrou Fábio Assunção. >
"Uma das maiores atrizes desse país descansou. Fica conosco um carinho enorme e a lembrança do seu trabalho impecável. Muito respeito e admiração por essa pessoa incrível. Vá em paz, Yoná", disse Suzana Pires.>
TrajetóriaYoná estreou como atriz em 1954, na rádio e TV Tupi. Ela teve um filho com o produtor Luis Augusto Mendes, Marcos Mendes, e morou temporariamente na Bahia. Em Salvador, ela participou do grupo de teatro A Barca, formado por ex-alunos do Grande Teatro, na TV Itapoã. >
Ela também participou dos filmes 'Deus e o Diabo na Terra do Sol' e 'A Rosa de Deus', do cineasta baiano Glauber Rocha. Yoná Magalhães também foi a primeira mocinha do casting da Rede Globo.>
Entre os seus grandes trabalhos na televisão está o seu papel na novela 'Eu Compro Essa Mulher', de 1966, onde fez par romântico com o ator Carlos Alberto.Ao todo, Yoná participou de 50 novelas e seriados, além de atuar nas minisséries "Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados", em 1995, e em "Grande Sertão: Veredas", em 1985. >
Ela teve papéis memoráveis nas novelas "Tieta", "Roque Santeiro", "A Próxima Vítima", "Saramandaia", "Senhora do Destino", "Paraíso Tropical" e, recentemente, a novela "Sangue Bom" em 2013.Além de talentosa, Yoná também se tornou conhecida pela sua beleza. O sucesso como a personagem Matilde, dona da boate na novela Roque Santeiro, lhe rendeu um convite para posar nua. Aos 49 anos, ela foi capa da revista masculina Playboy, em fevereiro de 1985.>