Historiadora Lilia Schwarcz é eleita para a Academia Brasileira de Letras

Ela se tornou 11ª mulher a ganhar título de imortal

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Publicado em 7 de março de 2024 às 16:54

Lilia Moritz Schwarcz
Lilia Moritz Schwarcz Crédito: Divulgação

A antropóloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz foi eleita nesta quinta-feira (7) para a cadeira número 9 da Academia Brasileira de Letras (ABL), se tornando a 11ª mulher a fazer parte da organização. 

A vaga que ela vai ocupar está aberta desde dezembro, quando morreu o historiador Alberto da Costa e Silva, aos 92 anos. Em entrevista à Folha de S. Paulo, a historiadora contou que sua candidatura também tinha sido motivada por uma proximidade com Costa e Silva. "Sempre nos preocupamos com as mesmas causas, do movimento negro, da igualdade racial".

Lilia Moritz Schwarcz é professora sênior do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo e Global Scholar (de 2008 até 2018) e atualmente Visiting Professor em Princeton.

Recebeu, entre outras distinções, a Comenda do Mérito Científico em 2010; a medalha Júlio Ribeiro (por destaque cultural e etnográfico) da Academia Brasileira de Letras, em 2008; e a Comenda Rio Branco 2023.

Faz parte do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural (Iphan) e do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da República.

Schwarcz venceu o Prêmio Jabuti cinco vezes. Ela é autora de mais de 30 livros, incluindo obras "Lima Barreto - Triste Visionário", "Dicionário da Escravidão e da Liberdade" e "As Barbas do Imperador". Sua biografia também inclui o fato de ser uma das fundadoras da Companhia das Letras. 

Outros seis escritores disputavam a cadeira: Antônio Hélio da Silva, Chirles Oliveira Santos e J. M. Monteirás, Edgard Telles Ribeiro, Martinho Ramalho de Melo e Ney Suassuna. 

Outra cadeira

Em outubro, Ailton Krenak se tornou o primeiro autor indígena com o título, disputando com a historiadora Mary Del Priore e o pioneiro da literatura indígena Daniel Munduruku. Já em abril, Mauricio de Sousa perdeu a eleição para o filólogo Ricardo Cavaliere.

A instituição tem o costume de eleger alguém que tenha características semelhantes à pessoa que deixou a vaga. Alberto da Costa e Silva era diplomata e Doutor Honoris Causa em História pela Universidade Federal Fluminense, em 2009, e pela Universidade Federal da Bahia, em 2012. Ocupava a cadeira 9 da ABL desde 2000 e foi presidente da entidade entre 2002 e 2003.

Na terça, 5, a ABL também anunciou uma novidade: agora, ninguém menos que Machado de Assis poderá responder a perguntas de visitantes da sede da Academia, no Rio de Janeiro. O escritor ganhou um "avatar humanizado", criado com o auxílio da inteligência artificial, que interage em tempo real com questões sobre sua vida e obra. Saiba mais aqui.