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Da Redação
Publicado em 23 de março de 2021 às 00:05
- Atualizado há 2 anos
A trajetória do graffiti e da pixação na capital baiana está registrada no livro "Ruas Salvador: Liberdade Clandestina" , que será lançado no dia 8 de abril O livro reúne biografias e entrevistas com mais de 40 grafiteiros(as) e pixadores(as) da cena local. A realização da obra é da RCD Produção de Arte, em parceria com o artista Eder Muniz e com publicação da Editora Gris. "Ruas Salvador" resgata os principais agentes e coletivos que construíram a história da arte urbana soteropolitana desde os anos 1990 até 2020. De 22 de março até o dia do lançamento, 8 de abril, sempre às 20h30, será realizada uma série de lives no Instagram (livroruasalvador), com artistas emblemáticos de várias gerações que estão no universo da arte de rua. Para o idealizador do projeto Eder Muniz, o livro, além de ser um legado histórico da arte de rua desenvolvida nos muros da cidade, traz também o grito de protagonismo dos jovens de periferia que buscam formas distintas para expressar os seus anseios. A obra possui relatos e fotos dos trabalhos de artistas como Tom PPL, Rebeca Silva, Mina, Aids, Marcelinho, Sinal, Marcelo Verme, Peace, Ananda Santana e do artista Scank, um dos mais reconhecidos da caligrafia marginal de Salvador, que faleceu em fevereiro de 2020, vítima da violência urbana, além de poesias de James Martins e Vírus, e um texto de Roca Alencar. "A atuação dessa arte na cidade e na vida das pessoas tem sido pouco registrada, então a obra busca iniciar essa narrativa para mostrar as principais influências, dificuldades e vivências. É uma forma de valorizar a expressão do jovem que vê na pixação e no graffiti uma forma de questionar o direito ao espaço público e de expor os seus pensamentos", explica o artista. Com a propriedade de quem viveu nessas três décadas retratadas em “Ruas Salvador”, Eder Muniz acredita que a ancestralidade da arte urbana está impressa nas páginas do livro, já que nele consta os relatos desde os primórdios da pixação e do graffiti, os primeiros estilos a serem grafados nas paredes, os principais grupos formados na capital baiana e o impacto de fazer parte de um movimento urbano independente. A ideia de catalogar os trabalhos desses artistas se iniciou ainda em 2010, quando a urbanista estadunidense Carly Fox - da Universidade de Cornell/Nova York - veio a Salvador pela segunda vez para estudar o projeto Salvador Grafita e a influência da arte de rua na vida dos jovens. É a partir desse compartilhamento de vivências com a pesquisadora que o autor Eder Muniz dá vida ao projeto "Ruas Salvador", registrando a dinâmica de diferentes gerações do graffiti e da pixação. O livro poderá ser comprado a partir do dia 9 de abril nos sites da Editora Gris e da Fundação Pierre Verger.Confira a programação das lives "Liberdade clandestina" no instagram do livro (@livroruasalvador), sempre às 20h30 - 23/03 (Terça-feira) / Eder Muniz convida Mina que vai trazer as suas referências na escrita e sua visão sobre o movimento atual do pixo, além de falar sobre a escrita feminina na pixação. - 29/03 (Segunda-feira) / Eder Muniz convida Verme para falar sobre um breve histórico da Pixação SSA, suas Influências, sobre o seu papel da pixação na cidade, a relação entre Velha e Nova escola do pixo e de como aconteceu a sua transição para o graffiti. - 30/03 (Terça-feira) | Eder Muniz convida Sista Kátia, que vai falar sobre conexões urbanas, suas referências estéticas, rede colaborativa e o uso das mídias sociais para desenvolvimento comercial. - 07/04 (Quarta-feira) / Eder Muniz convida Ananda para compartilhar com o público um pouco do seu processo criativo. Para falar sobre o mutirão feminino de graffiti. Além de suas experiências no empreendedorismo e a ancestralidade na arte. - 08/04 (Quinta-feira) - Especial Lançamento do livro | Eder Muniz e Ricardo Cavalcanti convidam: Roca Alencar (Pesquisadora de arte de rua); Carly Fox (Urbanista); Carol Garcia (Fotógrafa) e Lara Perl e Rafa Moo da Editora Gris.>