Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Netflix lança a série O Eternauta, que adapta o clássico das HQs argentinas

Com Ricardo Darín, atração em seis episódios estreia nesta quarta (30)

  • Foto do(a) author(a) Doris Miranda
  • Doris Miranda

Publicado em 29 de abril de 2025 às 06:00

Ricardo Darín em O Eternauta
Ricardo Darín em O Eternauta Crédito: divulgação

Considerado por muita gente como um dos maiores quadrinhos já lançados, a ficção científica argentina O Eternauta tem provocado muita expectativa desde que a Netflix anunciou a adaptação em seis capítulos da trama criada por Héctor Oesterheld, com desenhos de Francisco López. A série estreia nesta quarta (30) na plataforma.

O trabalho da dupla conquistou o público logo de cara, desde os primeiros rascunhos na revista Hora Cero Semanal, lançada entre 1957 e 1959. Mais duas versões futuras complementam essa história com ingredientes narrativos brilhantes, personagens marcantes, com direito a viagem no tempo e uma intensa luta por sobrevivência após a invasão de alienígenas, que instauram a ditadura do terror.

O argumento, muito familiar no cenário de diversas ditaduras militares que assolaram a América do Sul, teve ampla recepção entre os leitores latino-americanos. Entre eles, o ator Ricardo Darín, 68, que estrela a produção, revelando grande empatia pelos sentimentos de seu personagem, Juan Salvo, um dos que sobrevivem a uma misteriosa nevasca, que deixa mortos todos que os que entram em contato físico com ela. Acontece que a neve tóxica é só o primeiro passo para instalação do novo regime - e essa informação não é spoiler, não.

As reações do personagem de Darín têm muito de Oesterheld, crítico ferrenho aos golpes de estado que marcaram o cotidiano dos vizinhos argentinos. A vida desse geólogo de formação foi marcada por afiadas críticas sociais e foi perseguido por quem estava no poder em seu país. Sequestrado pelas Forças Armadas da Ditadura Argentina no final dos anos 1970, junto com suas filhas, nunca mais foi encontrado.

Logo, os sobreviventes percebem que só permanecerão vivos enquanto estiverem juntos - e, juntos, lutarem. É a aplicação na prática do conceito do Herói Coletivo e a possibilidade de investigar o comportamento humano em momentos decisivos em que a moral pode ser facilmente questionada.

Para quem leu a obra de Oesterheld sabe que muitas críticas em relação ao regime ditatorial foram feitas em suas obras, principalmente em O Eternauta. Inclusive o escritor, logo após seu sumiço, virou um símbolo de luta contra a ditadura. Trazendo a história atemporal desse quadrinho para os dias atuais, muitos paralelos estão aí, postos.

“Achei os personagens da série muito interessantes e considero que eles provavelmente vão gerar empatia no público, porque, no fim das contas, são pessoas comuns, gente normal, como a gente costuma dizer. É uma forma de mostrar o que poderia acontecer com qualquer um de nós numa situação parecida. Eles não são super-heróis, não são figuras extraordinárias. São pessoas com seus próprios problemas, seus conflitos, colocadas numa situação que não é só extrema, mas também totalmente inesperada. A gente nunca está realmente preparado para esse tipo de coisa”, diz Darín.

A produção, dirigida por Bruno Stagnaro, foi filmada em cinco meses na capital argentina, Buenos Aires, e se espalharam por 50 locações, com quase três mil artistas entre elenco e figurantes. Ainda não se sabe se O Eternauta terá derivações. “Quando a gente conta, com qualidade, o sofrimento e a dor das pessoas a chance de que isso seja compreendido, acolhido e sentido em qualquer parte do mundo é muito maior”, arremata Darín.