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Os altos e baixos de Miriam Batucada

Livro revela a vida de Miriam Batucada, cantora paulistana que foi revelada nos anos 1960, fez sucesso e acabou no ostracismo

  • Foto do(a) author(a) Roberto Midlej
  • Roberto Midlej

Publicado em 20 de julho de 2024 às 09:34

Miriam Batucada
Miriam Batucada Crédito: divulgação

O mais notório biógrafo do país, Ruy Castro, lançou um livro sobre Tom Jobim, que reúne crônicas sobre o maestro brasileiro. Quando perguntaram ao escritor por que não escrevia uma de Tom, Ruy justificou: “O bom biografado é aquele que teve altos e baixos na vida, e Tom, de certa forma, só teve altos”, respondeu à Folha de S. Paulo.

Diante desse argumento, a história da paulistana Miriam Batucada tem a receita perfeita para uma biografia. Depois de experimentar muita popularidade em São Paulo, ela foi morar no Rio com uma namorada, para viver o amor e se arriscar mais na carreira. A empreitada não deu certo: gravou dois LPs que fracassaram, começou a cantar em casas noturnas e acabou voltando para São Paulo, onde morreu sozinha, esquecida, aos 47 anos. E quando se fala em “morrer sozinha”, aí, não é força de expressão: seu corpo foi encontrado em 21 de julho de 1994, no apartamento onde vivia, cerca de 20 dias após sua morte.

Revelada em 1966, num programa da TV Record de São Paulo, Miriam magnetizou a audiência, com seu carisma e talento para a música. O que era para ser uma participação de alguns minutos transformou-se em três horas de exibição. Horas depois, ela assinava contrato com o empresário Marcos Lázaro, que trabalhou também com Chico Buarque, Jorge Ben, Elis Regina e outros astros.

O historiador e comunicólogo paulista Ricardo Santhiago, de 40 anos, foi atraído pelos tais “altos e baixos” daquela multiartista e está lançando A História Incompleta de Miriam Batucada (Popessuara/ R$ 65/ 320 págs), que, além de ótimo texto, tem uma edição muito bem cuidada, com belo projeto gráfico.

Criada numa família conservadora, Miriam era homossexual e sua orientação não era aceita pela família. Como a namorada ia seguir carreira pública no Rio de Janeiro, a cantora juntou-se a ela e partiu para aquela cidade. Conheceu o baiano Raul Seixas nos corredores da gravadora CBS e acabou sendo convidada por ele para ser a única voz feminina no hoje cultuado álbum Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez. Mais tarde, Raul acabou produzindo um compacto dela, apenas por obrigação contratual e foi uma frustração. Miriam odiou o resultado e passou anos falando mal do colega.

Entre os 80 entrevistados do livro, estão anônimos e pessoas conhecidas como a cantora Leci Brandão e o ator Ney Latorraca. Mas há também personalidades ilustres que relutaram em dar depoimento. “São pessoas próximas, mas se negaram a falar. Ronnie Von foi amigo dela e apresentava um programa com ela na Record. Passei três anos tentando entrevistá-lo. Alcione apresentava o programa Alerta Geral na Globo e recebeu Miriam lá. Dizia que Miriam era a maior sambista do Brasil. Mas ela disse que não lembrava da Miriam quando a procurei. Não falar sobre ela é uma maneira de produzir o esquecimento dela”, afirma Ricardo.

E se quiser conhecer as composições de Miriam, ouça nas plataformas de música o álbum que o autor produziu especialmente para o livro.

Maratona de cinema nacional no fim de semana

Está em cartaz no Cine Glauber Rocha e na Saladearte do Museu a comédia romântica Greice, do cearense Leonardo Mouramateus, promissor diretor de António Um Dois Três (2017) e A Vida São Dois Dias (2022). O filme conta a história de Greice (Amandyra), uma estudante de Belas-Artes brasileira que vive em Lisboa. Depois de se envolver em um acidente na universidade e receber uma suspensão por tempo indeterminado, Greice volta sorrateiramente para Fortaleza, sua cidade natal, para regularizar seus documentos. Escondida em um quarto de hotel, a jovem tem como artifícios poderosos seu carisma e uma lábia indiscutível.

O Cine Glauber também está realizando a mostra Cinema É Cachoeira – Os filmes de Ary Rosa e Glenda Nicácio, cineastas mineiros que fizeram a graduação em cinema na UFRB, em Cachoeira, e terminaram por se radicar na Bahia, onde criaram uma produtora. Parceiros há mais de uma década, os dois dirigiram juntos os cinco filme da mostra: Café com Canela (2017), Ilha (2018), Até o Fim (2020), Voltei! (2021) e Mugunzá (2022). Neste sábado (20), a atração é Mugunzá, às 19h. No domingo (20), é a vez de Ilha, no mesmo horário. Os demais filmes seguem sendo exibidos até quarta-feira, sempre às 19h.

Osba faz apresentação gratuita no Pelourinho

A Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) se apresenta neste domingo (21), às 17h, na Igreja de São Francisco, no Pelourinho, e terá como regente convidado o maestro Éder Paolozzi. O violoncelista da Osba Thomaz Rodrigues será o solista da tarde. Um dos protagonistas do cenário de renovação da música clássica no Brasil, o maestro Éder Paolozzi esteve à frente da Orquestra Sinfônica Cesgranrio e atualmente é regente titular da Nova Orquestra e da Funk Orquestra, com as quais tem feito turnês nacionais e apresentações em festivais como Rock in Rio. A entrada é gratuita, sujeita à lotação do espaço.