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Os “Labubus” do K-pop: conheça os personagens que são símbolos de identidade e conexão entre fãs

No universo musical sul-coreano, grupos têm seus próprios mascotes colecionáveis que viram febre e fortalecem o vínculo com o público

  • Foto do(a) author(a) Gabriela Cruz
  • Foto do(a) author(a) Márcia Luz
  • Gabriela Cruz

  • Márcia Luz

Publicado em 16 de agosto de 2025 às 00:01

Wootteo, um dos mascotes do cantor Jin, membro do BTS, tem seu próprio perfil no Instagram
Wootteo, um dos mascotes do cantor Jin, membro do BTS, tem seu próprio perfil no Instagram Crédito: reprodução/Instagram

A febre dos colecionáveis não é de hoje, mas se o boneco Labubu se tornou o queridinho do momento entre os aficionados por design pop e cultura de nicho, no universo do K-pop os fãs já cultivam há anos seus próprios “amigos de bolso”. São mascotes oficiais criados para representar bandas e grupos, cada um com identidade própria, que viraram itens de colecionador, estamparam linhas de moda e ocuparam vitrines em diferentes países. Eles não apenas refletem o estilo e a personalidade dos artistas, como também funcionam como uma forma palpável de levar um pedaço do grupo para qualquer lugar.

O exemplo mais famoso é o BT21, lançado em 2017 pelo BTS em parceria com a LINE Friends. A criação foi colaborativa: cada integrante desenvolveu um personagem inspirado em traços pessoais ou em ideias que queria transmitir. Tata, o príncipe alienígena de V; Chimmy, o filhote apaixonado por música criado por Jimin; Koya, o coala pensador de RM; RJ, a alpaca gentil de Jin; Shooky, o cookie travesso de Suga; Mang, a criatura misteriosa e dançante de J-Hope; Cooky, o coelho forte de Jungkook; e Van, o robô guardião que representa o fandom ARMY. Esses personagens ganharam histórias próprias, curtas animados e uma infinidade de produtos — de chaveiros e pelúcias a mochilas, estojos, capinhas de celular e até edições limitadas de cosméticos.

Seguindo o sucesso do BT21, outras bandas abraçaram a ideia de criar universos visuais para traduzir sua identidade em forma de mascote. O Stray Kids apresentou o SKZOO, onde cada integrante é representado por um animal carismático; o TWICE lançou o LOVELYS; o TREASURE desenvolveu o Truz, em parceria também com a LINE Friends; o TXT criou o PPULBATU; o MONSTA X tem o TWOTUCKGOM, um time de ursos com personalidades distintas; e o Seventeen lançou o MINITEEN, com versões fofas e caricatas de seus integrantes.

Bangchan, líder do Stray Kids, com seu mascote, o lobo Wolfchan por Annyeong House

Instagram próprio

Entre os personagens mais recentes a ganhar espaço no coração dos fãs está o Wootteo, criado por Jin, do BTS. O astronauta simpático e de expressão curiosa foi apresentado em 2022 como parte da promoção de seu single solo The Astronaut, lançado em parceria com o Coldplay. Com traços simples e um visual amigável, Wootteo rapidamente se tornou símbolo da conexão entre Jin e o fandom, aparecendo em vídeos, ilustrações e uma linha de produtos licenciados. O personagem ganhou até um perfil próprio no Instagram (@wootteo) – com mais de 1.6 milhões de seguidores - , no qual “interage” com os fãs e mostra os bastidores de seu “pai” Jin, reforçando o vínculo afetivo criado pelo artista.

Elo afetivo

A presença dessas mascotes na vida dos admiradores é intensa. Não é raro ver pessoas de todas as idades carregando miniaturas presas às bolsas, aos estojos e até às chaves do carro. Além de funcionarem como adereços, eles ajudam os fãs a identificarem outros fãs. Assim como acontece com o Labubu, a graça está em unir estética, afeto e um toque de exclusividade — já que muitos itens são vendidos apenas em determinados países ou em edições limitadas.

Mais do que simples acessórios, as mascotes representam um elo afetivo entre artistas e público. Eles condensam o carisma dos integrantes dos grupos em figuras lúdicas, fáceis de reconhecer e de se apegar. No bolso ou na bolsa, eles se transformam em pequenos embaixadores da música que representam. Em tempos de Labubu, fica claro que, no K-pop, a paixão também cabe na palma da mão — e viaja junto, onde quer que o fã vá.

Labubu: o toy art que virou fenômeno global

Criado pelo artista Kasing Lung — nascido em Hong Kong, que vive na Bélgica —, o Labubu surgiu em 2015 como parte da série ilustrada The Monsters, inspirada no folclore nórdico. A transição para o mundo físico aconteceu em 2019, quando a empresa chinesa Pop Mart, especialista em colecionáveis e no formato blind box, passou a produzi-lo como peça de vinil.

Vendidos em caixas-surpresa, os Labubus se tornaram virais: a incerteza sobre qual versão virá estimula trocas, repetição de compras e o desejo de completar coleções. O fenômeno se reflete nos números: só no primeiro semestre de 2024, a linha The Monsters movimentou cerca de 6,3 bilhões de yuans (aproximadamente 870 milhões de dólares). No mesmo ano, o faturamento global da Pop Mart chegou a 1,8 bilhão de dólares, sendo 410 milhões vindos apenas dos personagens Labubu. Em relação a 2023, o crescimento foi de impressionantes 726,6%, com projeções de alta de mais 200% nos primeiros meses de 2025.

Considerado toy art — peças de design colecionáveis que unem estética e cultura pop —, o Labubu tem valores que variam muito. As versões mais simples, de 3 polegadas, custam em torno de 15 dólares, enquanto edições limitadas e colaborações especiais alcançam cifras muito mais altas. Um modelo “mega” de 1,2 metro já foi arrematado por 170 mil dólares em leilão.

Para Kasing Lung, Labubu é mais do que um personagem: “ele está na minha alma. Ele ousa fazer as coisas que eu quero, mas não ouso.”

Collab superpoderosa

Newjeans como as Meninas Superpoderosas
Newjeans como as Meninas Superpoderosas Crédito: reprodução

Mesmo tendo sua própria mascote — o coelho Bunini —, o NewJeans também protagonizou, em 2023, uma colaboração especial com As Meninas Superpoderosas. A ação fez parte das comemorações dos 25 anos da série animada e resultou no videoclipe da faixa New Jeans, em que as integrantes do grupo se transformam em versões animadas das heroínas Florzinha, Lindinha e Docinho, unindo o universo lúdico do grupo ao legado nostálgico do desenho.