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Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2024 às 12:40
A TV Cultura reapresenta, em celebração dos 55 anos da emissora, um especial com a última entrevista concedida pela escritora Clarice Lispector ao repórter Júlio Lerner, em 1977. A conversa vai ao ar nesta quinta-feira (8). Depois da gravação, Clarice pede que o bate-papo só vá ao ar após a sua morte, que ocorreu 10 meses depois, em dezembro do mesmo ano. Com apresentação de Gastão Moreira, vai ao ar a partir da meia noite.>
No especial, a entrevista da escritora é comentada pela professora e biógrafa Nádia Battella Gotilib, autora do livro Clarice: Uma Vida que Se Conta. Também traz depoimentos da escritora Olga Borellli e da cineasta Suzana Amaral, e tem trechos de seus livros lidos por Maria Bethânia.>
Na entrevista, Clarice fala que sua produção literária na adolescência era caótica, intensa, fora da realidade da vida. “Já escrevia contos para revistas e jornais (...) eu sou tímida e ousada ao mesmo tempo (...) chegava lá e dizia eu tenho um conto, o senhor quer publicar?”, diz.>
Sobre assumir a carreira de escritora, ela comenta: “eu sou amadora e faço questão de ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever ou em relação ao outro. Agora eu faço questão de não ser um profissional para manter minha liberdade”.>
"Dos seus trabalhos, quais você acha que atingem mais o público jovem?”, pergunta Júlio Lerner. “Depende. meu livro A Paixão Segundo GH, um professor de português disse que leu quatro vezes o livro e não sabe do que se trata, e no dia seguinte, uma jovem de 17 anos disse que esse livro é o livro de cabeceira dela. Não dá pra entender (....) me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato”, explica.>
Por fim, a escritora diz que acontece de escrever algo e depois rasgar. “É um pouco de raiva comigo mesma (...) tô meio cansada de mim (...) agora eu morri, vamos ver se eu renasço de novo”, finaliza. >