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Portal Edicase
Publicado em 3 de novembro de 2025 às 12:05
A diversidade de cores dos gatos é um dos aspectos mais fascinantes do mundo felino. Além da ampla variedade de raças existentes, as combinações de tons, padrões e texturas de pelagem são praticamente infinitas. Há gatos pretos intensos, brancos puros, rajados, tricolores, azulados, dourados e até com manchas únicas. Essa variedade não ocorre por acaso: é resultado de um complexo conjunto de fatores genéticos, pigmentos, mutações e até condições ambientais. >
Mas as cores dos gatos não influenciam apenas sua aparência — elas também estão ligadas à saúde, ao comportamento e à herança genética. Alguns tons, por exemplo, podem indicar predisposições específicas, como maior sensibilidade ao sol ou tendência à surdez em gatos brancos de olhos azuis. Outros revelam mutações raras que despertam curiosidade entre cientistas e tutores. >
A seguir, conheça algumas curiosidades sobre as cores dos gatos! >
Todas as tonalidades da pelagem dos gatos têm origem em apenas dois pigmentos: a eumelanina, que gera tons escuros (preto, marrom e azul-acinzentado), e a feomelanina, responsável por tons claros ou avermelhados (laranja, creme e dourado). O que muda entre as cores é a proporção, a distribuição e a intensidade desses pigmentos nos pelos. >
Genes específicos controlam a produção e a combinação desses pigmentos, determinando se o gato será preto, marrom, laranja ou uma mistura entre eles. Além disso, variações genéticas podem diluir ou concentrar as cores, criando tonalidades. Isso significa que cada cor é um “retrato genético” do animal — uma pista sobre a linhagem e o tipo de pigmento predominante. >
O famoso gene laranja (também conhecido como “O”) é uma curiosidade genética que explica por que a maioria dos gatos alaranjados é macho. Esse gene está localizado no cromossomo X, o que significa que os machos, que possuem apenas um X, expressam a cor laranja sempre que herdam o gene. Já as fêmeas, que possuem dois cromossomos X, precisam herdar o gene em ambos para apresentarem a pelagem totalmente laranja. >
Quando a fêmea herda apenas um gene laranja, ela exibe uma combinação de cores, como preto e laranja — formando os padrões conhecidos como “escama de tartaruga” ou tricolor. Por isso, é extremamente raro encontrar gatos machos com essas misturas. >
Alguns gatos parecem ter versões “suavizadas” das cores tradicionais — por exemplo, preto que se torna azul-acinzentado, ou vermelho que se transforma em creme. Isso ocorre devido ao gene de diluição (também chamado de alelo “d”), que interfere na distribuição dos pigmentos nos pelos. Quando ativo, ele faz com que a cor original apareça mais clara e opaca. >
Um exemplo famoso é o gato azul russo , cuja coloração acinzentada elegante é resultado direto da diluição do preto. O mesmo acontece com gatos lilás (diluição do chocolate) e creme (diluição do laranja). >
Nem todo gato branco é “geneticamente branco”. Em muitos casos, o branco é o resultado de um gene inibidor de pigmento, que impede a coloração de aparecer na pelagem, mesmo que o animal possua genes para outra cor por baixo. É como se a cor tivesse sido “pintada de branco” por fora. >
Além disso, gatos completamente brancos, especialmente aqueles com olhos azuis, têm maior probabilidade de nascer surdos, pois as mesmas células responsáveis pela pigmentação (melanócitos) também participam do desenvolvimento do ouvido interno. Isso não ocorre em todos os casos, mas é algo que os tutores devem monitorar com o veterinário. >
Mesmo que um gato pareça ter uma pelagem sólida, como preto ou cinza uniforme, ele provavelmente carrega genes do padrão tabby — aquele caracterizado por listras, manchas ou mesclas. Essa é uma herança ancestral dos gatos selvagens e ocorre porque é o “desenho padrão” da espécie. >
Em alguns casos, isso é visível apenas sob luz intensa, especialmente em filhotes , quando se formam as chamadas listras fantasmas. Existem quatro variações principais desse padrão: listras finas, em espiral, com manchas e pelos com faixas alternadas de cor. >
Os gatos tricolores e “escama de tartaruga” são quase sempre fêmeas devido à sua ligação com o cromossomo X. Esses padrões resultam da combinação dos genes preto e laranja, e como as fêmeas têm dois cromossomos X, elas podem expressar os dois genes simultaneamente. >
Durante o desenvolvimento embrionário, ocorre um fenômeno chamado inativação do X, no qual cada célula “desliga” um dos cromossomos X aleatoriamente. Isso faz com que partes do corpo expressem uma cor e outras, diferente, criando os mosaicos únicos das gatas tricolores. Machos tricolores existem, mas são extremamente raros e geralmente estéreis, por possuírem uma condição genética anormal (XXY). >
Alguns gatos apresentam pelagens que escurecem nas extremidades do corpo — orelhas, focinho, patas e cauda —, formando o padrão conhecido como colorpoint, típico das raças siamês , birmanês e himalaio. Isso acontece por causa de uma mutação no gene da enzima tirosinase, que só funciona em temperaturas mais frias. >
Em regiões mais quentes do corpo, o pigmento não é produzido, deixando o pelo claro. Nas extremidades frias, o pigmento aparece, criando o contraste escuro. Curiosamente, gatos “point” costumam nascer totalmente brancos, e a coloração aparece conforme crescem e a temperatura corporal se estabiliza. >