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Portal Edicase
Publicado em 8 de outubro de 2024 às 19:36
Além de escolher o melhor revestimento para pisos e paredes, é fundamental prestar atenção à instalação das peças. O processo conhecido como paginação é responsável pela distribuição dos revestimentos no ambiente, definindo o padrão, o desenho e a estética final do projeto. >
“Essa decisão não incorre apenas no visual, como também nos propicia outros efeitos importantes como o desejo de contar uma história, criar uma divisão de ambientes ou mesmo conquistar amplitude”, explica a arquiteta Isabella Nalon, à frente do seu escritório homônimo. >
Assim, a paginação tanto estabelece o padrão como permite o cálculo para a compra dos materiais com exatidão. “É simplesmente uma dor de cabeça quando a decisão é tomada apenas na obra, pois, ao faltar material, além do atraso da obra e a pressa de sair para comprar, o cliente ainda é surpreendido com mais um gasto que não havia sido previsto”, adiciona. >
Conforme abordado por Isabella Nalon, uma paginação bem-sucedida resulta em assertividade – tanto pelo gasto do morador, desperdício (ou a falta) quanto pela melhor utilização do revestimento escolhido. Ainda de acordo com ela, a decisão acontece ainda na etapa de projeto , quando são desenhadas a planta baixa e as elevações. “Todos esses pontos convergem para o planejamento, fundamental para que tudo ocorra como o esperado. Também deve-se considerar a contratação de mão de obra especializada e treinada”, alerta. >
Abaixo, Isabella Nalon lista as aplicações mais adotadas. Veja! >
As peças têm o mesmo tamanho e podem ser instaladas tanto na vertical ou horizontal. Trata-se da forma mais tradicional de paginação, originando em uma sensação de regularidade ao espaço sem muito ou movimento. >
Nesse tipo de paginação, as peças ficam em um ângulo de 45 graus e entregam a percepção de quebra de padrão e movimento. Para a especialista, é recomendada para paredes que possuem algum tipo de imperfeição que precisa ser ocultada. >
Instalada com transpasse e um ângulo de 90 graus que acompanha o sentido nas paredes. Essa paginação é muito adotada em pisos de madeira, mas ultimamente tem ganhado espaço em materiais como cerâmica, azulejos e porcelanatos, conferindo um visual mais sofisticado. >
Mix de diagonal com transpasse, as peças formam um ângulo de 90 graus entre si. A diferença para a paginação espinha de peixe está na direção da instalação, já que ambos são formados por réguas do piso intercaladas. >
Na instalação transpasse, as extremidades ficam desencontradas e, de acordo com cada produto, essa “discordância” é aleatória ou fruto de uma proporção, como 2/3. Ocorre com frequência em pisos com formatos de réguas >
As peças são recortadas para que, no encaixe uma da outra, perceba-se um desenho. Essa espécie de “zigue-zague” ganhou visibilidade no mundo da moda, depois de um desfile da grife italiana Missoni, que repaginou o estilo nos idos da década de 1950. De lá para cá, fincou o pé também na arquitetura e no design de interiores. >
Nessa paginação, as peças são colocadas lado a lado na vertical e horizontal, formando um quadrado similar ao tabuleiro de dama. >
A paginação de piso e parede reflete em alguns benefícios para o imóvel, pois, além de valorizar os ambientes, quando bem executada, contribui para a amplitude do cômodo – artifício muito bem-vindo em projetos de imóveis pequenos. >
E os estilos não se restringem a um único tipo de material. “As formas nos permitem atuar com uma grande variedade como porcelanatos, madeira , ladrilho hidráulico, cimentícios, monolíticos, granilite, fulget, tijolos, plaquetas, papel de parede, entre outros”, detalha Isabella. >
A paginação não se restringe apenas ao piso e à parede e pode marcar presença no teto. A instalação é um pouco mais lenta, pois é fruto do escoramento conforme o desenrolar da instalação, realizada com uma argamassa específica para o local. >
“Vale lembrar que existem materiais específicos para cada ocasião. Alguns podem ser utilizados apenas em parede, por não terem resistência para o tráfego, como os de piso, por exemplo. E cada material, seja piso, parede ou teto, tem sua argamassa específica”, conclui Isabella. >
Por Danilo Costa >