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Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2023 às 05:10
- Atualizado há 2 anos
Quando conversou com a reportagem pela primeira vez na tarde dessa sexta-feira de Carnaval, o cantor Oh Polêmico parecia não ter dimensão do tamanho do seu sucesso na festa. Talvez por nunca ter curtido a rua como folião, já que nas vezes que foi estava como ambulante, ou pela intensidade da rotina como cantor nesse retorno. “Está sendo surreal”, foi como conseguiu descrever.>
Quem assiste o pagotraper meter dança ao som de 'Deixa Eu Botar Meu Boneco', forte candidata ao Troféu CORREIO Folia deste ano, não imagina que Deivison Nascimento Santos, 23 anos, pessoa por trás do nome artístico, nunca curtiu o Carnaval. O molejo que adquiriu com o passar dos anos foi fruto dos seus anos de trabalho na Barra como ambulante. É, portanto, como se ele curtisse a festa pela primeira vez. >
Seu tio montava uma barraca na Barra e levava o sobrinho para ajudar no trabalho pesado de “carregar caixa de cerveja para cima e para baixo”, como ele mesmo se recorda. Apesar da personalidade de artista remeter à bagaceira, Deivison sempre fez o tipo caseiro.>
Agora estrela da festa, o cantor – atualmente solteiro – não passou despercebido das brincadeiras de Anitta, que puxou uma pipoca animada tendo Polly como convidado inicial. A programação era que o trio da artista saísse depois d’Oh Polêmico, mas os atrasos do segundo dia de Carnaval, na Barra, desorganizaram a programação. Polly faz participação no trio de Anitta, na Barra (Foto: Marina Silva/CORREIO) Ao chamar o pagotraper para cima do trio, Anitta deu a entender que ficaria com o cantor. “Estou aqui sem fazer nada mesmo, né”, insinuou-se. A brincadeira gerou risos entre os foliões, mas quando ‘Deixa Eu Botar Meu Boneco’ começou a tocar, só se via muito gingado entre os fãs da cantora e do ex-ambulante, astro da vez. >
Enquanto o trio não saía, membros da equipe do cantor distribuíam plaquinhas com a cara dele e o nome do novo hit. O estudante Vaner Carvalho, 19, era um dos que aguardava pela apresentação do cantor e utilizava o souvenir, ao lado de amigos. Os jovens chamaram a atenção de quem estava na concentração no Farol da Barra por dançarem com os agentes de limpeza. “A gente veio para ver o pagodão mesmo”, fez questão de ressaltar. >
O trio de Oh Polêmico deixou a concentração do Farol da Barra às 21h15. O problema em um dos trios fez com que ao menos três ficassem empacados. Nada que fosse motivo de irritação por parte dos músicos da banda. Ao som da percussão, o cantor foi levando o trio com maestria e ultrapassou todos os outros. Na pipoca, não faltou quem dançasse ao som do pagodão do jovem nascido e criado no bairro periférico de Tancredo Neves. >
Se há poucos anos era Oh Polêmico quem assistia os trios passarem da calçada, agora é ele que, numa espécie de sonho impossível, não deixa ninguém ficar parado quando arrasta o trio. Ambulantes, turistas e fãs formaram uma só massa que requebrava no embalo polemiquinho.>
Para manter as energias em todos os dias do Carnaval, Oh Polêmico se poupa assim que chega em casa. Muito descanso, hidratação e massagem ajudam na recuperação. “Ontem precisei segurar um pouco para ter voz no resto do dia”, comentou. >
Mas com quantas repetições se faz um hit? Para emplacar seu mais recente sucesso nas paradas do Carnaval, são muitas. Apenas entre o Farol da Barra e o Barravento, ‘Deixa Eu Botar Meu Boneco’ foi executada sete vezes. >
Quem segue o cantor nas redes sociais sentiu falta da presença do amigo internacional. O coreano Drop, que ficou famoso pelos vídeos dançando pagodão, não acompanhou Polly dessa vez. A equipe da produção não sabia dizer o porquê. “Não deve ter aguentado o pique”, cogitou um deles. >
Já a família do cantor deve estar presente na próxima vez que ele puxar o trio, neste sábado. Oh Polêmico contou que os tios que vendiam cerveja com ele no Carnaval estão muito felizes com o sucesso do sobrinho prodígio. >
“Estamos organizando para eles irem acompanhar o trio amanhã [sábado] porque vou estar mais tranquilo na programação, já que vai ser só um trio na Barra”, explicou. Ele não esconde a felicidade em dar orgulho à família. “Acho vai passar um filme na cabeça deles”, refletiu. E um daqueles de sucesso.>
*Com orientação de João Galdea.>
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