Minério de ferro ganha peso na Bahia

Além da Bamin, estado possui pelo menos mais uma empresa produtora de minério ferro e é prospectado por novas investidoras

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  • Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

A valorização do minério de ferro e a alta do dólar têm sido responsáveis pelo incremento no faturamento de mineradoras baianas e têm também atraído novos investimentos para o estado. Até o mês de julho de 2021, o faturamento das empresas bateu a marca dos R$ 5 bilhões, contra o índice de R$ 2,9 bilhões atingido no mesmo período do ano passado, representando um crescimento de 73% na receita, segundo dados disponibilizados pela Agência Nacional de Mineração (ANM).

Boa parte desse aumento se deve à entrada da Bamin no mercado. A mineradora brasileira iniciou a operação comercial em janeiro e pretende transformar a Bahia no terceiro maior estado produtor de minério de ferro do Brasil, tendo apresentado um crescimento na produção de quase 900% no primeiro semestre de 2021, em relação ao mesmo período de 2020 (ANM). Atualmente, os três estados que mais produzem o metal são Pará, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.“Nós estamos apenas raspando a superfície, a Bahia tem um potencial que vai muito além da Bamin”, afirma Eduardo Ledsham, presidente da mineradora.Pelo menos mais uma mineradora já produz ferro na Bahia - Brazil Iron -, duas estão em processo de instalação - Tombador Iron e Colomi Iron - e novas áreas com potencial para produção de minério de ferro seguem sendo prospectadas pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e pela Companhia Vale do Paramirim.

Para Antonio Carlos Tramm, presidente da CBPM, este aumento no volume de investimentos confirma que a mineração irá ocupar cada vez uma posição de destaque no desenvolvimento econômico da Bahia, na geração de empregos e de tributos.“Estudos realizados pela CBPM mostram que o centro-oeste baiano, onde fica Caetité, é rico em minério de ferro, urânio e outros minerais. Na esteira da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), a CBPM já trabalha para atrair mais investimentos para oportunidades identificadas na região e, também, em estudos de novas jazidas minerais a 100 km de distância de cada lado dos trilhos”, afirma Tramm.Os trilhos da primeira etapa da FIOL vão de Caetité ao Porto Sul e devem colocar a Bahia no seleto grupo de exportadores nacionais de minério de ferro, commodity que representa aproximadamente 4% do PIB brasileiro. 

O bom resultado do setor também representa um incremento de receitas para os municípios com produção mineral, que recebem 60% da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais), a contribuição paga pelas mineradoras. Até julho de 2021 a contribuição referente a todos os minérios produzidos no estado cresceu 88%, indo de R$ 47,6 milhões para R$ 89,2 milhões, em relação ao mesmo período de 2020 (ANM). 

Minério de ferro exige modal ferroviário Com exceção das pedras preciosas, não dá para fazer mineração com caminhão. Recursos como minério de ferro se tornam economicamente mais viáveis com a disponibilidade de uma malha ferroviária que funcione, o que estimula a implantação de novos empreendimentos minerários, gerando mais desenvolvimento econômico e social para o estado da Bahia.

Além da FIOL, a Bahia precisa também garantir investimentos nos trechos baianos da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA/VLI), que está pleiteando uma renovação do contrato de concessão por mais 30 anos, sem que antes aponte quais investimentos foram realizados nos últimos 25 anos de outorga e quais projetos e melhorias serão implementados no futuro. O abandono dos trilhos prejudica a logística de cargas para empresas baianas, que enfrentam ainda deterioração na malha e o isolamento do Nordeste da malha ferroviária nacional. 

Este conteúdo tem apoio institucional da CBPM e oferecimento da Mineração Caraíba.