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Pedro Carreiro
Estadão
Publicado em 10 de outubro de 2025 às 17:19
Depois de atuações burocráticas, poucos gols e muitos questionamentos nas primeiras rodadas das Eliminatórias, a seleção brasileira de Carlo Ancelotti finalmente encantou. Em grande exibição nesta sexta-feira (10), em Seul, o Brasil goleou a Coreia do Sul por 5x0, resultado que empolgou torcedores e reacendeu o otimismo em torno do time na caminhada rumo à Copa do Mundo de 2026, que será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá. >
Veja como foi Brasil 5x0 Coreia do Sul
A vitória teve também um sabor simbólico. Foi a primeira vez em cinco anos que a equipe alcançou um placar de 5x0 — algo que não acontecia desde 9 de outubro de 2020, quando o Brasil, ainda sob o comando de Tite, superou a Bolívia na Neo Química Arena, em São Paulo, na estreia das Eliminatórias para o Mundial do Catar. Naquela ocasião, o time contou com uma atuação inspirada de Roberto Firmino, autor de dois gols, além de tentos de Marquinhos e Philippe Coutinho, e um gol contra que fechou o placar.>
Agora, com uma nova geração e um estilo de jogo mais dinâmico, a equipe voltou a empolgar o torcedor. O destaque da partida foi o quarteto de ataque sem centroavante fixo, formado por Rodrygo, Vini Jr., Estêvão e Matheus Cunha, que comandou o espetáculo em Seul e fez a torcida sonhar com o hexa.>
O treinador italiano, contudo, manteve o equilíbrio ao analisar a goleada. Apesar de comemorar o desempenho, definiu a atuação como “completa”, reforçando o discurso do “compromisso coletivo” e adiantando que ainda pode variar a escalação ofensiva nas próximas partidas.>
Com o então titular Raphinha em fase final de recuperação, além dos centroavantes Richarlison e Igor Jesus convocados e João Pedro no radar, Ancelotti tem mostrado jogo de cintura para valorizar o elenco sem desmotivar ninguém, mesmo diante dos elogios ao quarteto que brilhou contra os coreanos.>
“Foi uma partida completa da equipe, jogamos muito bem, com bola, sem bola. O compromisso foi muito bom, mudamos ao longo jogo e (o time) manteve compromisso, qualidade. E mostramos qualidades individuais muito importantes”, admitiu o orgulhoso treinador.>
“Estou feliz pelo jogo de hoje, completo em todos os aspectos. Hoje começou nossa trajetória para a Copa do Mundo e jogamos bem, eu gostei porque a equipe mostrou muitas qualidades”, acrescentou. >
Como era esperado, Ancelotti foi questionado sobre a grande atuação de seus homens de frente e não escondeu a satisfação. “O grau de satisfação é pelo jogo de equipe, temos uma base forte e ela sendo sólida na defesa, a qualidade na frente sobressai. Hoje Vinícius foi muito bem, assim como Rodrygo e Estêvão. Na frente, há muita qualidade e soluções ofensivas. Hoje ficou claro a qualidade individual desses jogadores”, elogiou.>
Apesar da empolgação, o treinador preferiu não confirmar a continuidade do esquema ofensivo flutuante. “Depende muito de como serão os jogos, os adversários. Precisamos de controle, desde a saída de trás. (Matheus) Cunha é um atacante que ajuda muito na saída de bola, não tem posição fixa. Hoje o rival meteu pressão (na marcação) e Cunha foi muito importante. Mas teremos variações. Igor (Jesus) tem característica distinta, Richarlison também”, admitiu.>
Experiente, Ancelotti também evitou cair na “pegadinha” de que, a partir de agora, a seleção jogará apenas para encantar. O treinador destacou que o objetivo segue sendo o equilíbrio e o rendimento constante. A equipe volta a campo na terça-feira (14), quando enfrenta o Japão, em Tóquio, e encerra o ano com amistosos contra Senegal, em Londres, e Tunísia, em Paris, no mês de novembro.>
“Creio que hoje a equipe mostrou que pode jogar nesse nível, com intensidade, qualidade, compromisso. Mas, desde que estou aqui, sempre estou falando a mesma coisa: o principal é o compromisso coletivo. A equipe tem muita possibilidade para fazer coisas muito bem, (o importante é que) hoje há compromisso dos jogadores e a seleção tem a qualidade que precisa”.>