Bahia mostra poder de reação, mas defesa liga alerta no Brasileiro

Tricolor sofreu gols em todos os jogos que fez na Série A

  • Foto do(a) author(a) Gabriel Rodrigues
  • Gabriel Rodrigues

Publicado em 25 de abril de 2024 às 05:00

Cuesta e Jean Lucas Bahia
Bola aérea defensiva é uma das fragilidades do Bahia na temporada Crédito: Letícia Martins/EC Bahia

No empate em 2x2 com o Vitória, no clássico disputado no último domingo, mais uma vez o Bahia mostrou reação no Campeonato Brasileiro. Depois de ver o rival abrir 2x0, o tricolor correu atrás e conseguiu igualar o placar. Mas o resultado, apesar do gosto de triunfo, liga o alerta para um ponto vulnerável do Esquadrão neste início da Série A: o sistema defensivo.

A defesa continua sendo motivo de preocupação para o time. Em três jogos no Brasileirão, o Bahia sofreu cinco gols. Além dos dois tentos no clássico com o Vitória, recebeu outros dois do Internacional, na estreia no torneio, e um no triunfo sobre o Fluminense, em casa.

O desempenho ruim coloca o tricolor entre as equipes mais vazadas do campeonato. Ao lado de Fluminense, Vasco e Cuiabá, que também sofreram cinco gols, o Esquadrão é superado por Cruzeiro, Juventude e Atlético-GO, que levaram seis cada um.

A vulnerabilidade defensiva é um problema que se arrasta no Bahia desde o ano passado. No último Brasileirão, o tricolor teve a quinta pior defesa entre os 20 clubes que disputaram a primeira divisão, com 53 gols sofridos em 38 jogos. Uma média de 1,39 tento por partida. Apenas os rebaixados América-MG (81), Coritiba (73) e Santos (64), assim como o Grêmio (56), tiveram mais vezes suas redes balançadas pelos adversários.

Em toda a temporada, o Esquadrão foi vazado 28 vezes. Foram 13 no Campeonato Baiano, oito na Copa do Nordeste, dois na Copa do Brasil e os cinco no Campeonato Brasileiro. A conta inclui os jogos em que o clube utilizou uma equipe alternativa no estadual e na competição regional.

Uma das explicações para o momento ruim do tricolor está na fragilidade pelo alto. A bola área é uma verdadeira dor de cabeça para Rogério Ceni. Dos cinco gols que sofreu no Brasileirão, três foram de cabeça, dois deles contra o Vitória. De acordo com o treinador, o time paga por não ter um elenco tão alto.

“O primeiro gol [no Ba-Vi] foi resultado de uma saída errada nossa. Se você olhar a área, a marcação é de três contra três, mas fica um espaço. O Matheuzinho conseguiu cabecear e fazer o gol, estava bem postado. No segundo gol deles, cada um fez o seu papel. Infelizmente, o jogador se impõe no corpo e faz o gol. Diferente do jogo contra o Inter, marcamos bem”, iniciou Ceni, antes de completar:

“Mas é um time que, para jogar com um meio de tanta qualidade e pontas tão rápidos, pode sofrer com essa fragilidade aérea. Não temos jogadores tão altos assim. Cauly participa pouco do jogo aéreo, o Everton participa pouco do jogo aéreo, o Jean Lucas também não tem essa valência, o Caio Alexandre é da marcação individual… Por isso, às vezes, eu coloco Everaldo e Thaciano, que compensam no jogo aéreo ofensivo e defensivo. São escolhas”, explicou.

Diante do cenário, o Bahia aproveitou a semana livre para trabalhar o sistema defensivo. Ontem, uma das atividades no CT Evaristo de Macedo teve como foco as bolas cruzadas na área.

O treinador, aliás, tem buscado alternativas para sanar o problema. A principal delas até agora foi a mudança de Kanu por Gabriel Xavier. Titular desde o ano passado, o zagueiro vinha recebendo críticas e perdeu a posição. A alteração era um pedido antigo de parte da torcida.

Titular contra Fluminense e Vitória, a tendência é a de que Gabriel seja mantido na equipe para o duelo contra o Grêmio, neste sábado, às 21h, na Fonte Nova. Apesar da Série A estar apenas no início, o jogo é tratado como um confronto direto, já que o Esquadrão ultrapassará o clube gaúcho em caso de triunfo.