Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Giuliana Mancini
Publicado em 24 de julho de 2023 às 10:05
O Brasil fez uma estreia impecável na Copa do Mundo Feminina. Candidata ao título, a Seleção não tomou conhecimento do Panamá e atropelou: 4x0, na manhã desta segunda-feira (24), em Adelaide, na Austrália. A goleada, aliás, teve nome e sobrenome: Ary Borges. Em seu primeiro jogo no torneio da Fifa, a meia deu show e aplicou um hat-trick. Ainda deu assistência para Bia Zaneratto também deixar o dela.>
Mais do que o resultado elástico, chamou a atenção a ótima atuação canarinha no estádio Hindmarsh. Domínio total, intensidade durante a partida inteira e repertório extenso no ataque. Atual campeã da Copa América, a Amarelinha cumpriu o favoritismo diante do estreante Panamá e mostrou que tem reais condições de brigar pelo inédito título mundial.>
O Brasil, aliás, manteve os 100% de aproveitamento em estreias pela Copa do Mundo Feminina. Foi a a nona vitória da equipe em primeiro jogo da competição, em nove edições já disputadas até aqui. Além disso, a goleada virou a terceira maior vitória da Seleção no duelo inicial do Mundial. Nesse ranking, ficou atrás somente do 7x1 sobre o México, em 1991, e do 5x0 sobre a Nova Zelândia, em 2007. >
O resultado levou o Brasil aos três pontos, garantindo a liderança isolada do Grupo F. Na próxima rodada, a Amarelinha encara a França, no sábado (29), às 7h, em Brisbane. A rival europeia, aliás, tropeçou em sua estreia e só empatou em 0x0 com a Jamaica. Dessa forma, uma vitória pode até classificar a Seleção para as oitavas de final com uma rodada de antecedência.>
O jogo>
Como era esperado, a rainha Marta começou sua sexta Copa do Mundo Feminina no banco de reservas. A histórica camisa 10 vinha fazendo os treinos preparatórios em separado por conta de um desgaste na coxa esquerda. A grande novidade na escalação da técnica Pia Sundhage foi a presença de Bia Zaneratto, que ganhou a concorrência com Geyse. Na zaga, a jovem Lauren, de apenas 20 anos, entrou na vaga de Kathellen, que sentiu uma fisgada e foi poupada.>
Favorito para o confronto, o Brasil dominou totalmente o primeiro tempo. Com 75% de posse de bola, controlou com tranquilidade um Panamá que não ameaçou em qualquer momento da partida - e praticamente não passou do meio de campo. Mais que isso, a Seleção mostrou repertório extenso para levar perigo. >
As canarinhas podiam ter marcado ainda no primeiro minuto, quando Bia Zaneratto recebeu de Debinha, disparou e encontrou Adriana na área. A camisa 11 finalizou, mas a goleira Bailey defendeu. A pressão continuou, com finalizações de Bia, Antônia e Debinha. A camisa 9, aliás, tirou tinta da trave aos 17, em uma bela cobrança de falta.>
Em um jogo de ataque x defesa, o gol parecia ser questão de tempo. E foi. No minuto seguinte, Debinha recebeu de Tamires, cortou para o meio e cruzou com perfeição para Ary Borges cabecear e colocar a bola no fundo do gol: 1x0, aos 18 do primeiro tempo.>
Aos 30, o Brasil podia ter chegado ao segundo. Em rápido contra-ataque, Debinha encontrou Bia Zaneratto na área. Mas a atacante do Palmeiras dominou mal, e a goleira conseguiu mandar a bola pela linha de fundo. A arqueira panamenha voltou a aparecer aos 35, em uma incrível defesa. Após levantamento na área, Debinha deu uma bicicleta e colocou a bola no meio. Zaneratto ajeitou para Luana finalizar, mas Bailey impediu.>
Explorando muito pelos lados, o Brasil ampliou em um lance parecido com o primeiro gol: cruzamento da esquerda para a artilheira do dia, Ary Borges. Dessa vez, a jogada foi construída por Tamires, com perfeição. Mandou para Ary, que cabeceou e obrigou a defesa da goleira. Mas Bailey espalmou para frente e a camisa 17, com frieza, empurrou a bola para a rede, garantindo o 2x0 aos 38 minutos.>
O segundo tempo mal havia começado e veio o terceiro gol canarinho. E em um golaço. Tamires encontrou Debinha na esquerda, a atacante tabelou com Adriana e cruzou na área. Ary Borges, na frente do gol, ajeitou de calcanhar para Bia Zaneratto soltar a bomba, aos 2 minutos.>
A primeira finalização do Panamá veio apenas aos 12. Baltrip-Reyes recebeu na ponta esquerda, cortou para o meio e chutou, para a defesa firme de Letícia. A goleira foi mais uma vez acionada aos 18, em um lance de Tanner.>
Com a vantagem do 3x0, Pia Sundhage aproveitou para fazer mudanças. Tirou Bia, Debinha e Antônia, para as entradas de Gabi Nunes, Geyse e Bruninha. Mas o dia era mesmo de Ary Borges. Aos 24 minutos, Geyse cruzou com perfeição para a atacante cabecear debaixo das pernas da goleira e fazer o hat-trick na estreia brasileira na Copa do Mundo Feminina.>
Aos 29 minutos, veio um dos momentos mais esperados para o Mundial: Marta em campo, no lugar da artilheira Ary Borges. Não à toa, levou o estádio à loucura. A rainha teve ótima chance aos 47, em cobrança de falta. Bateu colocado, mas a goleira panamenha defendeu com tranquilidade. >
Antes, Geyse havia aparecido bem aos 35, após tabelinha de Kerolin com Gabi Nunes, mas finalizou perto da trave esquerda. No fim, Duda Sampaio tentou deixar o dela, em um chute com força, mas a bola bateu na rede pelo lado de fora. >
Brasil 4x0 Panamá - 1ª rodada da Copa do Mundo Feminina (Grupo F)>
Brasil: Letícia, Antônia (Bruninha), Lauren, Rafaelle e Tamires; Luana (Duda Sampaio), Kerolin, Adriana e Ary Borges (Marta); Debinha (Geyse) e Bia Zaneratto (Gabi Nunes). Técnica: Pia Sundhage.>
Panamá: Bailey, Castillo, Pinzón, Vargas (Montenegro), Baltrip-Reyes e Jaén (Wendy Natis); Mills (Emily Cedeño), Quintero (Salazar), Gonzáles e Cox (Lineth Cedeño); Riley (Tanner). Técnico: Ignacio Quintana.>
Estádio: Hindmarsh, em Adelaide, na Austrália>
Gols: Ary Borges, aos 18 minutos e aos 38 minutos do primeiro tempo; Bia Zaneratto, aos 2 minutos, Ary Borges, aos 24 minutos do segundo tempo;>
Arbitragem: Cheryl Foster (País de Gales), auxiliada por Micelle O'neill (Irlanda) e Franca Overtoom (Holanda).>