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Pedro Carreiro
Publicado em 11 de outubro de 2025 às 14:32
O meio-campo é o coração e o setor mais importante de uma equipe de futebol. São os meio-campistas os responsáveis por conectar defesa e ataque, ditar o ritmo da partida e organizar o jogo. Entre eles, os volantes costumam ter papel ainda mais crucial: além de iniciarem a maioria das jogadas, têm como principal missão proteger a zaga e recuperar bolas. >
Quando um time apresenta problemas na volância — seja por falta de qualidade ou de continuidade dos atletas — tende a sofrer para desempenhar um futebol equilibrado e competitivo. É justamente esse o caso do Vitória, cuja campanha no Brasileirão ajuda a ilustrar a importância do setor: o Leão ocupa a 17ª colocação, com apenas 25 pontos e um aproveitamento de 30,8%.>
Oito volantes diferentes já foram utilizados pelo Leão da Barra na competição: Baralhas, Ronald, Ricardo Ryller, Pepê, Willian Oliveira, Dudu, Rúben Ismael e o jovem Wendell, titular no traumático 8 a 0 sofrido diante do Flamengo. Exceto o português, que ainda não iniciou uma partida, todos os outros formaram nada menos que 13 duplas ou trincas de volantes titulares diferentes em 27 jogos — um retrato claro da falta de padrão no setor, causada por lesões, suspensões e decisões técnicas.>
Confira os volantes que já entraram em campo pelo Vitória no Brasileirão
Ao analisar essas diversas combinações, é possível tirar algumas conclusões sobre o que funciona — e o que não funciona — na volância rubro-negra. Uma certeza é a ineficiência do esquema com três volantes. Com três formações diferentes envolvendo Ryller, Pepê, Willian Oliveira, Ronald e Baralhas, o time atuou assim apenas três vezes no campeonato, todas sob o comando de Thiago Carpini — e foi derrotado em todas elas.>
Já com duas peças no setor, duas duplas tiveram mais continuidade: Willian Oliveira e Baralhas, e Baralhas e Ronald, ambas titulares em seis partidas. A diferença entre elas está no desempenho: com Baralhas e Ronald, o time alcançou 44,4% de aproveitamento, enquanto com Willian e Baralhas o índice cai para 33,3%.>
A terceira dupla mais utilizada foi Ricardo Ryller e Ronald, com apenas 25% de aproveitamento, enquanto Ryller e Baralhas formaram a combinação mais eficiente — 66,6% de aproveitamento em dois jogos. Além dessas quatro, o Vitória ainda entrou em campo com outras seis duplas diferentes, sem vencer nenhuma dessas partidas.>
Analisando os jogadores individualmente, Baralhas desponta como o volante mais importante da equipe. Nas 17 vezes em que ele começou entre os titulares, o Vitória tem 37,2% de aproveitamento, o maior entre os atletas da posição. No outro extremo, Pepê é o de pior desempenho: titular em seis jogos, com dois empates e quatro derrotas — apenas 11,1% de aproveitamento. Dudu e Wendell, que iniciaram apenas uma partida (ambas com derrota), foram desconsiderados da comparação. >
O técnico Jair Ventura vem tentando dar mais continuidade à equipe e, principalmente, ao meio-campo. Em suas três partidas no comando — vitória sobre o Ceará e derrotas para Grêmio e Vasco — manteve praticamente a mesma escalação. A única exceção foi contra o Cruzmaltino, quando Ramon estava suspenso e Maykon Jesus entrou na ala esquerda. Consequentemente, a dupla de volantes Baralhas e Ronald foi mantida nos três jogos, registrando a maior sequência de uma mesma dupla titular no Brasileirão.>
Agora, com a pausa da Data Fifa, Jair Ventura terá tempo para ajustar a equipe — especialmente o meio-campo, setor que precisa estar bem equilibrado para que o time consiga um resultado positivo no clássico contra o Bahia, na próxima quinta-feira (16), às 21h30, no Barradão, pela 27ª rodada do Brasileirão. >