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Da Redação
Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 16:09
Histórico atacante do Arsenal e da seleção francesa, Thierry Henry revelou ter convivido com depressão ao longo de sua carreira. O ex-jogador e hoje técnico da seleção sub-21 da França atribuiu boa parte dos seus problemas de saúde mental à busca por aprovação, especialmente durante a infância.>
"Menti durante muito tempo porque a sociedade não estava preparada para ouvir o que eu tinha para dizer", afirmou, em entrevista ao podcast Diário de um CEO. >
O ex-atacante admitiu que não tratou os problemas de saúde mental nos anos em que jogou futebol profissionalmente, e "teve que se adaptar". Henry é o maior artilheiro da história do Arsenal, com 228 gols marcados em 377 jogos. Também foi campeão da Copa do Mundo com a França em 1998 e acumulou passagens de sucesso por clubes como Monaco e Barcelona.>
"Durante toda a minha carreira, e desde que nasci, devo ter tido depressão. Eu sabia? Não. Fiz alguma coisa a respeito? Obviamente que não. Mas me adaptei de uma certa forma", falou.>
"Eu sabia disso [problemas de saúde mental] antes, mas estava mentindo para mim mesmo. Estava me certificando de que esses sentimentos não fossem longe demais, coloquei a capa [de herói]. Mas quando você não é mais um jogador, você não pode colocar mais aquela capa", seguiu.>
Henry pendurou as chuteiras em 2014 e investiu na carreira de treinador. Ele estava no comando do Montreal, do Canadá, quando estourou a pandemia da covid-19. O confinamento e a separação dos filhos - que estavam na Europa - o levaram a enfrentar seus traumas de infância.>
"Chorava quase todos os dias, sem motivo", afirma. "As lágrimas vinham do nada. Por quê? Não sei, mas talvez estivessem lá há muito tempo".>
Henry ainda falou que suas inseguranças podem ter vindo na infância. Segundo ele, havia a busca constante pela aprovação de seu pai, Antoine, que frequentemente criticava seu desempenho em campo.>
"A maior pressão da minha carreira foi colocar um sorriso no rosto do meu pai. Foi a coisa mais difícil que tive que fazer na minha vida. Um dia meu time ganhou e eu marquei seis gols. Estávamos no carro em silêncio. Pensei: 'devo falar ou não?'. Ele me perguntou: 'Está contente?'. Disse que sim. E ele disse: 'Sim, mas não devia, porque perdeu aquele gol, errou aquele cruzamento...'", lembrou.>