Pia admite demora para substituir contra Jamaica: 'Um pouco tarde'

Técnica lamentou eliminação do Brasil na Copa: 'Muito triste, tínhamos muitas expectativas'

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  • Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2023 às 11:09

Pia Sundhage durante o empate do Brasil com a Jamaica
Pia Sundhage durante o empate do Brasil com a Jamaica Crédito: Thais Magalhães/CBF

O Brasil voltou a ser eliminado na fase de grupos da Copa do Mundo Feminina. A Seleção precisava vencer a Jamaica, mas ficou no empate sem gols em Melbourne e voltou a cair de forma precoce na competição após 28 anos. Um cenário que deixou várias jogadoras em prantos ao fim da partida, e que foi lamentado pela técnica Pia Sundhague.

"Queríamos ter criado mais chances, ter tido mais profundidade. Elas jogaram bem. Não conseguimos mudar essa situação. É muito triste, tínhamos muitas expectativas. Começamos a Copa muito bem. Temos que encarar o resultado", afirmou.

Mesmo precisando vencer a Jamaica, a Seleção teve uma atuação muito abaixo do esperado, marcada por muitos erros. Pia foi bastante criticada pela demora nas substituições, e assumiu que poderia ter mexido no time antes.

"Essa é sempre uma pergunta que a gente se faz, quando a gente vê que não funcionou. Algumas das situações ali no segundo tempo poderiam ter sido melhores. Quando vemos o resultado, percebemos que foi um pouco tarde", disse.

Pia também citou a forte marcação das jamaicanas, aliada ao nervosismo das brasileiras, como os principais motivos para o frustrante resultado. "Quando não conseguimos derrubar a defesa delas, aí, é claro, ficamos um pouco mais nervosas. E quando ficamos nervosas, acabamos ficando mais lentas. Talvez tenhamos ficado com pouca coragem".

Na Copa passada, em 2019, o Brasil alcançou as oitavas de final, quando foi eliminado pela França, na prorrogação. Pouco depois, a treinadora sueca chegava para comandar a equipe, que ganharia mudanças estruturais e mais investimento. Com ciclo completo, a expectativa era de bons resultados no Mundial da Austrália e Nova Zelândia. Mas a realidade foi uma queda precoce.

Após o jogo, Pia assumiu parte da responsabilidade pela despedida, ainda que tenha considerado que a Seleção fez uma boa preparação. "No final o resultado é minha responsabilidade, mas não minha apenas. Tem a ver como a forma como trabalhamos, a nossa preparação. Eu realmente tenho que pensar se poderia ter feito diferente. Nós fizemos uma boa preparação, bons jogos e bons treinamentos. Há uma distância enorme entre o fracasso e o sucesso".

Até aqui, a treinadora comandou a equipe em 57 jogos, com 34 vitórias, 13 empates e 10 derrotas. São 139 gols marcados e 42 sofridos. Com vínculo até o fim da Olimpíada de Paris-2024, Pia evitou comentar sobre o futuro na Seleção. "Meu contrato termina em agosto do ano que vem".

A treinadora também mencionou a possibilidade de seguir contando com Marta na seleção. Aos 37 anos, a Rainha garantiu que foi sua última Copa do Mundo, mas pode marcar presença nos Jogos de Paris. Para Pia, o cenário ainda é incerto.

"A Marta, eu não sei, acho que ela vai continuar a jogar. Agora, se vai ser convidada para a seleção, temos que ver. Daqui para frente, enquanto eu estiver à frente da seleção, vamos trabalhar para encontrar novos jogadores. Vai ficar cada vez mais difícil para a Marta continuar na seleção", falou.