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'Uma alternativa totalmente popular', diz Baraúna sobre candidatura à presidência do Bahia

CORREIO inicia hoje série de entrevistas com candidatos para assumir a Associação

Publicado em 27 de novembro de 2023 às 16:35

Jailson Baraúna, candidato à presidência do Bahia
Jailson Baraúna, candidato à presidência do Bahia Crédito: Reprodução

Muita gente pode conhecer a atuação de Jailson Baraúna na rádio baiana, principalmente como setorista do Bahia. Formado em teologia e educação física e com curso técnico em rádio, é também conselheiro do tricolor desde 2017, e nesse momento lança candidatura para a presidência do clube, em eleição que acontece no próximo sábado (2).

Torcedor do Bahia "desde que se entende por gente", segundo ele, Baraúna se coloca como "uma alternativa totalmente popular", e promete um diálogo mais próximo e constante com a torcida do Esquadrão, o que, segundo o candidato, não aconteceu na atual gestão e é "diferente do que foi vimos nos outros candidatos".

No dia 2 de dezembro, cerca de 7 mil sócios do Bahia poderão escolher o presidente e o conselho deliberativo do clube para o triênio 2024-2026 que, como associação, detém 10% dos direitos da SAF e tem o dever de fiscalizar e garantir o cumprimento do contrato assinado com o Grupo City.

Confira abaixo a entrevista de Jailson Baraúna, concedida ao CORREIO.

O Bahia Associação tem muito menos sócios que a SAF. De que forma você pretende trabalhar para alavancar esse número?

Corrigindo o crime cometido pela atual gestão, que está encerrando o seu mandato. Eles deixaram que o torcedor pensasse que a Associação não tinha importância. Como é que a dona dos títulos, dos troféus, do hino, uniforme, da história, que pôde angariar vários torcedores, não é importante? Eles acabaram deixando parecer que só o que importava no Bahia era futebol, e era o mais importante, mas não era só o que importava. O Bahia tem e sempre teve uma existência em todos os esportes. Sempre que disputou outros esportes, ele foi protagonista, e é esse protagonismo que a gente quer retomar, e claro que a gente conta com o sócio para isso, caminhando junto. Precisamos entender os motivos que levam aqueles torcedores a se manterem sócios, por isso vamos fazer uma ampla pesquisa, conversar de fato com eles, A gestão atual é distante do torcedor, nós somos da arquibancada, é mais fácil para nós conversarmos com o sócio. É o entendimento que o sócio é respeitado, que tem valor, que aquilo que sugere pode ser feito, e não simplesmente haver uma separação de quem dirige, e no caso como eles pensam, quem é dirigido. Nós seremos um só.

Como você avalia a gestão da Associação, principalmente nesse primeiro ano de SAF?

Uma gestão irresponsável, inconsequente, que se limitou a cuidar do “close” (firmamento do contrato com o Grupo City). Não é admissível que você pense na SAF e não pense na associação e no que ela vai fazer, ainda que você não tenha a intenção de implementar nenhuma nova ação em dez, 12 meses, é interessante que pelo menos tivesse sido deixado um planejamento, um estudo de viabilidade para que o próximo presidente já economizasse tempo, sabendo quais as principais modalidades que são do gosto do torcedor, os valores de implementação, e quais as principais dificuldades. Não tem uma folha de papel dizendo nada.

Qual é a principal ação a ser tomada de imediato na gestão da Associação?

Entender como esse sócio pensa, e convencer esse sócio que estar ativo desportivamente é importante. Já vi até candidato dizendo que a escolha da modalidade não pode ser por vontade ou imposição do presidente. Ainda em março, tivemos uma conversa com a diretoria do Novo Basquete Brasil (NBB), que mostrou bastante afeição à ideia de ter o Bahia no NBB, pelo tamanho do Bahia, a paixão de sua torcida, a importância que o Bahia tem no basquete, o clube é pentacampeão baiano, disputou Campeonato do Nordeste de Basquete, um clube que já foi importante outrora na modalidade. A ideia é justamente disputar uma modalidade que tenha não só atrativo desportivo, mas também nos possa proporcionar visibilidade comercial e financeira, mantendo o clube em franca evidência, bem como dando ao clube a possibilidade de atrair novos parceiros, que não vão só ajudar no dia a dia, como também na implementação de outras modalidades.

Sem a gestão do futebol, o trabalho da Associação fica um pouco mais longe dos holofotes. De que maneira você pretende comunicar o trabalho da diretoria para o torcedor sem que pareça algo chato e burocrático?

Hoje estamos no mundo das plataformas, em que elas são bastante difundidas: o YouTube, com os seus mais diversos canais de comunicação. Por que não se inserir neste universo e ter lives semanais onde o seu gestor e o seu corpo diretivo conversam com o seu associado? A Live aproxima porque lá se ouve sugestões, reclamações, bate um papo com o torcedor. Ela seria replicada para o Instagram e se tornaria um grande canal de comunicação do clube. Uma construção popular passa justamente por você ouvir o povo, entender o que ele de fato necessita e começar a implementar ações que visem estar perto dele.

Quais outros esportes estão em pauta como prioridade de desenvolvimento do clube?

Seriam quatro modalidades, o basquete, vôlei, que são ligas muito bem estruturadas e que tem um plano de negócios bem definido. Com isso, a possibilidade de captação de novos investidores e patrocinadores é gigantesca, incluindo a possibilidade de ser parceiro no futebol. A natação, por conta de expoentes como Ana Marcela e outros, e o boxe, com figuras como Herbert, que é muito ligado ao Bahia, inclusive é embaixador do clube e que atrai não só investidores, mas o viés da capacidade desportiva, a capacidade de disputar no mais alto nível todas as competições.

De que forma você imagina que o fomento a esses esportes pode aproximar o torcedor do clube?

Muito se fala hoje em dia no terceiro setor. Qual a melhor forma de atender, acolher, educar, abraçar se não através do esporte? Quando você cria mecanismos de iniciação esportiva em modalidades que podem oferecer aos jovens, de fato, novas perspectivas e horizontes, você está dando a oportunidade de fato dele ser alguém efetivamente. Tem muita gente que gosta do futebol mas tem talento para jogar basquete, vôlei, talento para o boxe, para a natação, e a gente vai buscar, através das escolas de iniciação e fomento, o acolhimento e a dar novas perspectivas de vida para esses jovens.

Por falar em torcida, há anos se fala da relação do Bahia com o interior do estado. Como planeja uma melhor difusão do clube pelo território baiano?

Sugerimos ao presidente, e ele nunca acatou por puro egoísmo, a Caravana Tricolor. Essa caravana consiste em estar na cidade e levar um pouco do Bahia para ela, falando de frente com esse torcedor. Nossa ideia é que, depois de mapear as principais cidades onde temos associados, e fazendo das embaixadas um ponto de apoio, começamos por elas para falar desse novo Bahia. A partir do momento que você começa a se conectar com as embaixadas e também com o sócio, começa a dar uma profundidade diferente. O sócio começa a se sentir acolhido, ouvido, e a gente vai estar sempre ouvindo o sócio para saber a melhor forma de atendê-lo.

Você estabeleceu metas macro para cada ano de sua gestão? Quais são elas?

As metas são muito mais internas do que externas. Hoje nós temos de concreto um universo de R$ 2,5 milhões/ano, que é repassado pelo grupo City, e um universo variável que é oriundo das cobranças das mensalidades. Eu não posso fazer conta em cima de um valor que é variável, mas a gente vai trabalhar na estruturação do basquete porque o próximo campeonato profissional só ocorrerá em outubro, e a partir disso a gente vai começar a trabalhar a busca por captar anunciantes, patrocinadores e apoiadores. Com base nos resultados disso, aí sim vamos montar um planejamento para 2025 e 2026, dando especificidade a cada modalidade.

De que forma seu plano de gestão será afetado com um eventual rebaixamento do Bahia?

Do ponto de vista prático, afeta pouco. Os valores da SAF para a Associação são definidos em contrato e independem de divisão, isso não tem uma alteração. Mas aí vem o outro lado: você também faz parte dessa empresa, ainda que de forma minoritária. Do ponto de vista do torcedor e do estado anímico, muda muita coisa. O torcedor vai estar muito mais chateado e avesso a participar de reconstruções e ações por conta do insucesso do futebol, mesmo uma coisa não tendo a ver com a outra diretamente. O torcedor do Bahia é muito mais paixão, e quando se tem um descenso, se tira essa condição de ter mais facilidades de apresentar novidades a esse torcedor. Mas isso vai ser tratado com o carinho e cuidado que requer. É mostrar ao torcedor que, se ele estiver do nosso lado, tanto do lado do ponto de vista de voltar à primeira divisão quanto de estar com a Associação forte, todos os dois serão importantes e acontecerão num breve espaço de tempo.

Como desvincular a imagem de um jornalista "folclórico" diante de algumas situações recentes em coletivas do Bahia para passar a seriedade de um gestor do clube?

Quem criou o folclore não fui eu. Faço isso há 25 anos. Tem horas que é preciso ser duro na pergunta e as pessoas do outro lado acabam por tentar distorcer aquilo que você está dizendo. Eu não disse nada demais ao treinador e não fui eu quem criou o problema, foi ele (Renato Paiva). Eu apenas respondi o que ele falou, ele quis dizer que eu parti para o campo pessoal, sendo que eu nunca critiquei ele como pessoa. Se analisar o vídeo, dá para ver que eu comecei tratando ele bem e com educação. Quem trata mal, com grosseria, é ele. Ninguém tem sangue de barata para ver um cara tentar distorcer o que você fala e te jogar contra a torcida como se você fosse um vilão, sendo que não fui. E a prova veio com os resultados do time. As perguntas foram técnicas, acerca do trabalho dele. E o termo que eu utilizo e ele se chateia, o “malcriado” em Portugal significa “falta de conduta, de caráter”, em bom baianês é apenas quem está teimando com uma situação. Quem deturpou o que eu falei foi ele, e não eu. Não houve qualquer tentativa minha de ser folclórico ou de “tentar aparecer”, até porque não preciso e faço isso há 25 anos. Me excedi, é verdade, mas naquele momento eu fui a voz do torcedor.

Seu plano de gestão fala em transformar o Bahia no "maior do Brasil". O que significa para você, nesse caso, ser o maior do Brasil?

Quando eu dei a conotação de maior do Brasil, é ser o maior no que se propor a fazer. Se eu for disputar duas modalidades, quero ser sempre campeão nas duas, e todo mundo vai dizer nessas duas modalidades que o Bahia é o maior clube do Brasil. Quando se apoia de verdade as suas modalidades, e não apenas com conversa fiada, para que eles alcancem suas metas desportivas, você também é o maior do Brasil.

O que você quer deixar como principal legado para o clube ao fim do triênio?

É mostrar que o torcedor pode assumir o comando do seu clube. Ter gestão, mas ao mesmo tempo, ter paixão, poder de tomada de decisão, e principalmente colocar o seu clube no lugar que ele sempre imaginou e pensou que ele estaria: entre os maiores daquilo que se propuser a fazer. A grande ideia é dar a dimensão prática daquilo que a gente canta na arquibancada e fala no dia a dia. Nós nos achamos, com todo o mérito, o maior do Nordeste. Isso precisa sair da teoria e ir para a prática. Eu não posso ser o maior do Nordeste se não disputo em alto nível, se não chego entre os melhores sempre. Deixar o legado de um clube vencedor, organizado e estruturado para fazer o que quiser, mas sempre com excelência, sendo o melhor.