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Publicado em 18 de agosto de 2023 às 06:00
A Rede D’Or e o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) investiram R$ 80 milhões na anatomia patológica e na biologia molecular, viabilizando a abertura do novo laboratório de patologia molecular: com alguns equipamentos únicos na América Latina, ele analisa o código genético do tumor dos pacientes, orientando para um tratamento mais efetivo.>
Para ter maior acesso a estes exames, o paciente do Brasil enfrentava barreiras. Uma das maiores era a logística. “As amostras (dos tumores), na maioria das situações, iam para laboratórios nos Estados Unidos, e os laudos demoravam, em média, de três a quatro semanas. Se houvesse alguma imprecisão, todo o processo seria reiniciado”, explica Fernando Soares, diretor médico da Anatomia Patológica da Rede D’Or e membro do comitê de classificação de tumores da Organização Mundial da Saúde (OMS).>
A internalização e a automatização dos processos são os principais diferenciais do novo laboratório. “Com essa transferência de tecnologia, adquirimos total controle dos exames. Os diagnósticos são mais rápidos, qualquer problema com a amostra coletada é prontamente identificado e resolvido. As equipes de oncologia, patologia e outras especialidades trabalham o tempo todo em conjunto, discutindo a conduta terapêutica adequada às necessidades individuais do paciente”, acrescenta.>
Um dos exames inéditos mais aguardados, que a Rede D’Or passa a ter estrutura para realizar, é a pesquisa de Doença Residual Mínima (DRM) no teste de biópsia líquida, cujo resultado pode demorar até 45 dias no exterior. O exame permite detectar precocemente a presença de um genoma tumoral na circulação sanguínea e suas mutações mais frequentes.>
“O ganho de tempo é crucial para o paciente oncológico. É um orgulho fazer parte do primeiro laboratório brasileiro a oferecer os mais avançados testes moleculares para o direcionamento individualizado da terapia contra o câncer, e de forma integrada a uma rede hospitalar”, considera.>
“Os resultados de avaliação molecular dos pacientes serão mais rápidos, o que fará com que os tratamentos sejam iniciados mais precocemente, melhorando ainda mais as chances de desfechos favoráveis. Com um um laboratório de Patologia Molecular de alto nível integrado à Oncologia D’Or, estamos prontos para oferecer uma seleção cada vez mais precisa dos melhores tratamentos aos nossos pacientes”, afirma Paulo Hoff, presidente da Oncologia D’Or e pesquisador do IDOR na área de Oncologia.>
O laboratório de patologia molecular está preparado para atender aos 73 hospitais e 55 clínicas oncológicas da Rede D’Or. O investimento inclui tecnologias que serão utilizadas em pesquisas sobre o câncer, conduzidas por pesquisadores que atuam no IDOR, em prol de desenvolver diagnósticos mais precisos para o câncer, impulsionando a ciência brasileira e beneficiando a sociedade.>
“Nos últimos anos, o IDOR tem se firmado como um dos principais centros de pesquisa clínica e translacional no nosso país e na América Latina. É muito importante que instituições privadas como a Rede D’Or tenham essa participação no desenvolvimento de conhecimento médico, e com os recursos oferecidos pelo laboratório de patologia molecular, estaremos ajudando toda a sociedade”, considera Hoff.>
Tratamento personalizado do câncer>
Você já deve ter ouvido a expressão “nenhum câncer é igual a outro”. Ainda que pareçam iguais, os tumores se comportam de forma diferente em cada pessoa, tanto na sua progressão como na resposta ao tratamento.>
Um dos motivos para essas diferenças está na genética. Por isso, conhecer as características mais profundas de um câncer é a base para a escolha da terapia mais eficiente, em uma perspectiva de medicina personalizada.>
“Na medicina de precisão, o tratamento não é direcionado somente à doença, mas às características moleculares do tumor. Ao estudá-lo em nível genético, é possível identificar suas mutações específicas e saber a quais medicamentos o paciente responderá melhor, com base nas alterações genômicas encontradas”, explica Fernando Soares.>
“O tratamento oncológico evoluiu nos últimos anos com foco na personalização. Com o auxílio da Patologia Molecular, podemos selecionar uma terapia que atue predominantemente sobre as células tumorais e preserve as células normais, evitando os efeitos colaterais indesejáveis nos pacientes”, complementa Paulo Hoff.>
"A genômica molecular aliada às inovações na saúde digital, análise de imagens e ciência de dados estão revolucionando o atendimento à saúde. Ao investir nessas tecnologias, a Rede D’Or impulsiona a oncologia de precisão na América Latina", complementa George J. Netto, Professor e Chair de Patologia e Medicina Laboratorial na Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia (USA).>
Confira as contribuições dessa tecnologia para cada etapa do tratamento do câncer:>
Diagnóstico: permite identificar, de forma mais precisa, o tipo determinado de câncer de cada paciente.>
Tratamento: os testes moleculares são a base para a indicação de tratamento com drogas mais modernas, como as imunoterapias. Essa modalidade de tratamento tem como base a reativação da resposta imunológica do paciente e melhora a capacidade do sistema imune de reconhecer e destruir células tumorais.>
Monitoramento de resposta ao tratamento: a análise molecular pode detectar a presença mínima residual de células de câncer após a terapia aplicada. Isso ajuda a determinar se o tratamento está sendo eficaz ou se é necessário modificar a estratégia terapêutica.>
A estrutura do laboratório permite os seguintes exames*:>
Exame utilizado para diagnóstico de linfoma por NGS.
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Indicado para pacientes que já se submeteram ao tratamento oncológico. Esse exame identifica precocemente a necessidade de um novo tratamento.>
Teste para diagnóstico e tipificação de câncer de pele.>
Teste para análise do efeito da alteração genética herdada.>
Exame para avaliação genética do tumor, buscando a personalização e a precisão do tratamento, principalmente com relação ao uso de novas drogas.>
Cerca de 10% dos cânceres são hereditários, ou seja, passados de geração em geração. Essa pesquisa permite identificar o risco do desenvolvimento de tumores hereditários, ajudando na prevenção ou no diagnóstico precoce.>
Pesquisa de marcadores tumorais em meio líquido, como sangue, urina e outras secreções corporais.>
Auxiliam na definição de agressividade de um câncer de mama, podendo mensurar o risco de recorrência e a necessidade de se realizar um tratamento com quimioterapia.>
Exame para diagnóstico e classificação dos tumores de sistema nervoso central e sarcomas.>
Pesquisa do DNA tumoral no sangue em pacientes com alto risco de desenvolvimento de câncer (câncer hereditário).>
*Alguns dos exames listados podem não estar disponíveis na data da publicação deste conteúdo.>
Acesse o link e saiba mais.>