Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2011 às 07:42
- Atualizado há 2 anos
Franco Caldas Fuchs | Redação CORREIO>
A tranquilidade que transmite ao cantar baladas com seu violão está presente na voz do americano Jason Mraz, 33 anos, quando ele atende o telefone para conversar com o CORREIO sobre sua apresentação no Festival de Verão.Vindo à Bahia pela primeira vez, ele está curioso para conhecer Salvador. Mas diz que prefere manter a mente livre de qualquer expectativa. Inclusive sobre o show que fará no dia 5 de fevereiro, e que terá a esperada participação de Milton Nascimento. “Apenas quero mostrar a minha música e desejo que todos se divirtam”. Ele tampouco gosta de fazer planos sobre o repertório que irá apresentar. “Para mim é importante buscar a espontaneidade em cada show. Por isso, subo ao palco sem me prender a scripts e decido o que tocar de acordo com o momento. É um estado de preparação despreparada”, explica, paradoxal como um mestre zen. Contudo, é muito provável que ele vá cantar hits como The Remedy (I Won't Worry), presente em seu primeiro disco Waiting for My Rocket to Come, assim como I'm Yours e Lucky, de seu último álbum de estúdio, We Sing. We Dance. We Steal Things, de 2008.A única coisa que Mraz adianta é que os soteropolitanos ouvirão muitas músicas inéditas, como a própria Simplesmente Tudo, que ele compôs com Bituca, apelido de Milton Nascimento, no ano passado. Eles passaram alguns dias no estúdio de Milton, no Rio de Janeiro. Mraz deixa no ar, ainda, a possibilidade de cantar alguma outra música do compositor de Canção da América.“Milton é muito importante pra mim, e estou ansioso para fazer uma homenagem a ele no show”. Depois que os dois se conheceram, em 2009, se tornaram como “irmãos espirituais”, declara.“Anos atrás, quando eu ouvia as canções dele sem entender uma palavra, eu já entendia a sua emoção. Isso é algo que nós dois compreendemos: que o significado e a emoção transcendem as palavras”.Mesmo sem falar o nosso idioma, Mraz também canta frases em português em Simplesmente Tudo. “Eu já estudei espanhol, mas isso não me ajudou muito. Português é um pouco complicado pra mim. Parece que as palavras se derretem”, confessa o músico, aos risos.>
O cantor Jason Mraz é conhecido do público brasileiro por ter emplacado sucessos em novelasConexão Brasil Ao fazer um som que lembra muito o do cantor-surfista havaiano Jack Johnson, e que traz toques de pop, reggae, folk e hip hop, Jason Mraz assume de vez como já incluiu em seu caldeirão de influências a MPB.E tudo isso começou por acaso, há mais ou menos 10 anos, quando um amigo lhe presenteou justamente com um disco de Milton Nascimento. Depois disso, ele abriu seu espírito para Caetano Veloso, Gilberto Gil e Jorge Ben.Mal sabia o americano que, em 2008, a balada I’m Yours - já interpretada por Claudia Leitte em shows - estouraria na trilha da novela A Favorita. No ano seguinte, seria a vez de Lucky, gravada em dueto com Colbie Caillat, tocar na novela Caras e Bocas.Por conta do sucesso, o músico, nascido na Virgínia, fez sua primeira turnê no Brasil e chegou a tocar no Domingão do Faustão, ao lado da atriz Daniele Suzuki. A amizade calorosa dos dois gerou rumores de que eles teriam tido um caso, o que foi desmentido posteriormente pela atriz da TV Globo. >
###YOUTUBE###Militante Noivo desde o ano passado da cantora Tristan Prettyman, Mraz comentou sobre a sua recente declaração à revista US Magazine, de que só casaria com Tristan quando o casamento gay também fosse liberado nos EUA.“Quero que minhas ações provoquem mudanças no mundo, e quero ver uma sociedade sem discriminação”, diz o artista, já famoso por defender publicamente causas ligadas ao direitos civis.Apesar disso, ele não se considera um cantor de protesto, mesmo que em canções como Dynamo of Volition fale da importância do voto e defenda o uso de veículos não poluentes. “Apenas escrevo músicas que falam do mundo como um lugar melhor”.O papo então termina com Jason explicando melhor sobre a sua peculiar visão de que a música tem muito a ver com a arte mágica. Para quem não sabe, ele já fez uma turnê em 2008 tendo como convidado especial um ilusionista profissional, com quem aprendeu vários truques. “Música é como mágica porque você também transporta as pessoas para um outro universo. Faz elas dançarem ou as leva para um estado hipnótico, em que elas têm seus momentos de realização. E, depois, você as traz de volta. Você cria uma tensão e, depois, um alívio”, arremata.>
###YOUTUBE###>